OTAN E RÚSSIA PARECEM ESTAR A ULTRAPASSAR ANTIGAS TENSÕES

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, declarou este sábado que a Aliança e a Rússia ajudaram a “enterrar os fantasmas do passado”, lançando uma nova fase na sua relação.
Os dois ex-inimigos da Guerra Fria concordam que não constituem uma ameaça recíproca.
A última cimeira NATO-Rússia realizou-se em Bucareste em Abril de 2008, mas a guerra russo-georgiana de Agosto do mesmo ano provocou um congelamento da cooperação entre a Aliança Atlântica e Moscovo, até que as duas partes concordaram recomeçá-la em 2009.

Já não é a primeira vez que Rasmussen, que enfrentou nobremente as ameaças islamistas quando era primeiro-ministro da Dinamarca (o que levou a que a Turquia quisesse impedi-lo de presidir à OTAN) tenta cimentar a relação entre a OTAN e a Rússia; da outra vez, noticiada noticiada aqui

(clicar para ler), propôs uma aliança entre ambas as forças europeias no sentido de enfrentarem, juntas, as ameaças vindas da Ásia e do Médio Oriente.

Do outro lado, há também quem queira este bom entendimento entre os Europeus do leste e do oeste, como se pôde ler neste tópico

(clicar para ler), a referir o que disse certa vez o enviado de Moscovo à OTAN, Dmitry Rogozin:

«Até que as coisas se compliquem a sério, eles (Europeus) vão continuar a fazer de conta que a Rússia é sua oponente. Penso que no século XXI a verdadeira ameaça consiste num grupo de pessoas que pensam em mim e em ti como gente de segunda classe. Essas pessoas de espírito fechado pura e simplesmente não reconhecem o nosso direito a viver. Não se importam com quem é que estão a lidar - Russos, Judeus, Tártaros, Franceses, Britânicos, tanto faz - é tudo igual para eles. Para eles, somos apenas uma civilização inútil que tem de ser destruída. Esperemos que os nossos correspondentes ocidentais entendam que estes gajos ameaçam-nos a todos da mesma maneira e que esta praga que avança no continente europeu irá engolfar-nos enquanto estamos a discutir. Hoje, falamos de ameaças existentes tais como o terrorismo, o extremismo (político ou religioso), o tráfico de droga e a pirataria.

(...) Há uma enorme distância entre a Europa e o Terceiro Mundo. Há uma nova civilização a emergir no Terceiro Mundo que pensa que o hemisfério norte, branco, sempre a oprimiu e tem por isso de cair agora aos seus pés. Isto é muito sério.

Se a civilização do norte se quiser proteger a si própria, tem de estar unida: a América, a União Europeia, a Rússia. Se não estiverem juntos, serão derrotados um por um.»