IMIGRANTE EXEMPLAR E AGENTE DA AUTORIDADE HOLANDESA, HONRADO PELO SISTEMA... ERA ESPIÃO DE MARROCOS

Na Holanda, um oficial da polícia de Roterdão, L., está a ser acusado em tribunal por ter feito espionagem a favor de Marrocos. Violou portanto o seu dever de confidencialidade e cometeu crime de corrupção (e de corrupção, digo eu, mas a notícia, estranhamente, não).
O caso ganha interesse quando se sabe que o dito polícia foi há dois anos aplaudido pelo governo e mesmo pela família real como um imigrante exemplar...
O seu advogado diz que ele estava sob pressão das autoridades marroquinas, que sobre ele exerceram maus tratos físicos e psicológicos durante uma viagem do sujeito a Marrocos... pior a emenda que o soneto - mesmo que o pobre muslo seja relativamente inocente, prova-se assim que a presença de alienígenas nas forças de segurança europeias constitui risco elevado, que não é aceitável correr-se, muito menos em nome da ideologia politicamente correcta, ou de qualquer outro credo universalista.

Já na Primavera de 2008 o serviço secreto holandês, AIVD, tinha recebido informações segundo as quais havia um polícia marroquino-holandês a passar informações policiais ao serviço secreto marroquino. O caso levou a um conflito diplomático, em que o ministro holandês dos Negócios Estrangeiros, Maxime Verhagen, expulsou do país dois diplomatas marroquinos. Com o desenrolar da investigação e do processo judicial, o oficial será agora levado a tribunal, a oito de Abril.

De acordo com a acusação, L. teria fornecido informações sobre vários sistemas secretos da polícia a uma pessoa de contacto na embaixada marroquina entre Fevereiro de 2006 e Março de 2008.
O mesmo indivíduo tinha sido o iniciador de um projecto em que o aeroporto de Roterdão, em parceria com várias companhias e com a polícia de Roterdão, forneceriam treino aos jovens marroquinos como pessoal do aeroporto. O projecto recebeu o apoio da princesa Maxima e foi até baptizado com o seu nome: Projecto Maxima.

Em Fevereiro de 2008, L. estava sentado junto ao princípe durante a apresentação dos diplomas, quando o vice-premier Andre Rouvoet disse, no seu discurso, que «aqui estão hoje cinquenta e sete jovens a sorrir com orgulho, especialmente graças à abordagem enérgica do líder do projecto, L..»

Ora cá está, caros leitores, mais um caso de insucesso na integração de um pobre imigrante... insucesso sim, mas insucesso dele, porque foi apanhado.