RESTRIÇÃO AO DIREITO DE DEFESA DE WILDERS EM TRIBUNAL

O Tribunal de Amesterdão onde decorre o processo contra o populista holandês Geert Wilders rejeitou ontem a pretensão do deputado, que queria ver o caso analisado no Supremo Tribunal do país.

Wilders é acusado de incitar ao ódio e de discriminar muçulmanos em comentários públicos e através do seu curto filme Fitna.
O tribunal considerou que o caso está sob sua jurisdição e rejeitou ainda ouvir, como testemunha, o assassino do realizador Theo van Gogh (que fez um filme sobre a repressão das mulheres por muçulmanos na Holanda), como pretendia Wilders, alegando que este era a "prova viva" de que o islão inspira violência.
"O tribunal está a negar-me um julgamento justo", queixou-se o político. "Estou desapontado, mas pronto para lutar."
O julgamento dá um poderoso pódio a Wilders, que tem capitalizado os seus soundbytes anti-islão e é entretanto candidato a primeiro-ministro nas legislativas do próximo ano - o seu Partido da Liberdade foi já o segundo mais votado nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.

No julgamento estão em causa declarações de Wilders como "o islão é uma religião fascista", ou ainda a comparação entre o Corão, o livro sagrado o islão, com o manifesto de Hitler, Mein Kampf. Especialistas vão depor respondendo a questões como se o Corão incita à discriminação de judeus.