MAIS VIOLÊNCIA E HOMICÍDIOS NO BAIRRO ALTO

"Dá-me um cigarro." Terá sido esta a frase que ontem de madrugada motivou uma acesa discussão, que resultou na morte à facada de um jovem de 19 anos, na Travessa da Água da Flor, Bairro Alto, Lisboa.
André Manuel Damasceno, a namorada Filipa e os irmãos Baro Balde e Madjer saíram ontem ao início da noite de Alverca. Depois de uma noite de diversão no Bairro Alto, o grupo de amigos saiu de um dos bares mas foi abordado por Luís Gonçalves, que lhes pediu um cigarro.
Eram 03h30 (os bares tinham fechado há 30 minutos) e o desentendimento foi imediato. Luís, de 26 anos, foi atingido com uma garrafa de vidro no braço direito. E reagiu: com uma navalha, desferiu dois golpes em André (um no ombro e outro no peito). O rapaz de 19 anos morreu ali mesmo.
Entretanto, Luís foi logo agarrado pela PSP, que patrulhava a zona e o deteve. Tinha a faca ensanguentada na mão e ainda resistiu.
Anabela Damasceno, mãe da vítima, só soube da tragédia pelas 07h00. Transtornada com a perda do único filho, ao CM a mulher disse, em lágrimas: 'Infelizmente, nada vai trazer o meu filho de volta.' Na praceta Natália Correia, em Alverca, onde o jovem de 19 anos vivia com a mãe e o padrasto, André é recordado como um 'miúdo calmo e muito pacato'.
Osvaldo Ferro, vizinho, recorda que o jovem gostava muito de ouvir música. 'Lembro-me dele sempre com um gorro na cabeça e com um casaco escuro com capuz', diz o vizinho. Aliás, casaco que André terá usado na madrugada de ontem.
Segundo algumas testemunhas, ao ver o namorado morto no chão, Filipa agarrou-se ao casaco e terá gritado: 'Não me abandones.' Ao CM, a rapariga não quis comentar o caso dizendo que 'só quero esquecer este pesadelo'.

PORMENORES
SANGUE NO CHÃO
Ontem de manhã ainda eram visíveis as marcas de sangue no chão, quer de André, que foi brutalmente assassinado, quer de Luís, o homicida que ficou com um corte no braço.

CONFRONTOS
De acordo com a PSP, quando os agentes chegaram ao local viram 'dois indivíduos em desordem': Luís e um dos amigos de André. Estavam ambos feridos.

PRISÃO PREVENTIVA
Luís Gonçalves, autor da agressão fatal, foi ontem presente ao juiz e ficou em prisão preventiva.

AMIGOS EM CASA
De acordo com um dos vizinhos de André, o jovem gostava muito de receber amigos em casa. Não estudava nem trabalhava.

AGRESSOR É DA AMADORA
Luís Gonçalves é de Casal de São Brás, na Amadora, e já tem antecedentes criminais ligados ao tráfico de droga.

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DOIS HOMICÍDIOS SEPARADOS POR MENOS DE 50 METROS
A 22 de Maio de 2008, um toxicodependente de nacionalidade brasileira matou Banu de Melo, um traficante de 22 anos, com um tiro à queima-roupa. O crime ocorreu na Travessa do Cara, a menos de 50 metros do local onde ontem de madrugada André Manuel Damasceno foi esfaqueado. O homicida – que matou Banu por este lhe ter vendido, na véspera, um pó falso em vez de cocaína – está identificado pela Polícia Judiciária. Fugiu para o Brasil, onde abriu uma padaria. Apesar dos pedidos das autoridades, não será extraditado do seu país. Na noite deste crime, recorde-se, dois outros homens ensanguentados foram detidos por envolvimento numa rixa.

IDENTIFICADAS MAIS TRÊS PESSOAS
Para além da detenção de Luís Gonçalves, foram ainda identificadas pela PSP mais três pessoas. No local foram ouvidas várias testemunhas no sentido de se apurarem os factos.

AGRESSOR TEVE DE SER ASSISTIDO NO HOSPITAL
O agressor, de 26 anos, teve de receber tratamento hospitalar devido à gravidade dos ferimentos que tinha no braço direito. Sofreu um corte provocado por uma garrafa de vidro partida.

GRITOS ASSUSTARAM MORADORES
Os gritos de desespero de Filipa, namorada da vítima mortal, alertaram os moradores, que ontem de manhã ainda recordavam a jovem agarrada ao casaco de André a chorar.

AMIGO DE VÍTIMA MORTAL FICOU FERIDO
Um dos jovens, amigo de André, envolveu-se fisicamente com o agressor após o esfaqueamento. Foi necessária a intervenção policial e o rapaz foi transportado ao Hospital de São José.

UM BAIRRO DE FESTA E CRIME
A maior discoteca a céu aberto da Europa é simultaneamente ponto de encontro de milhares de adolescentes e jovens à procura de diversão e um dos locais mais problemáticos no centro de Lisboa. Os assaltos, o vandalismo e o tráfico de droga fazem parte dos dias de quem vive no Bairro Alto e das noites de quem lá vai de passagem para se divertir nos bares e discotecas.
Em 2008, após uma sucessão de incidentes violentos, a PSP foi obrigada a reforçar o patrulhamento com elementos do Corpo de Intervenção e Equipas de Intervenção Rápida posicionadas junto às zonas de bares. A medida não teve o sucesso pretendido e, já este ano, os comerciantes do Bairro Alto juntaram-se e começaram a pagar à PSP para colocar – em regime gratificado – oito agentes e um chefe a patrulhar durante a noite.
A partir de ontem, as noites nos bares do Bairro Alto ainda são mais longas. Agora os bares passam a estar abertos até às 03h00. Uma situação contesta-da por alguns moradores.
João, 40 anos, nascido e criado no Bairro Alto, diz que há certas ruas em que é impossível passar à noite. 'Todos os dias há sempre agressões ou discussões. É horrível para quem aqui vive e para quem quer apenas divertir-se. Temos medo', salienta o morador.
João diz ainda que o reforço da PSP durante a noite não melhora a situação. 'Aqui, roubar já é uma rotina. Há grupos de 30 ou 40 rapazes que costumam atormentar os jovens, principalmente turistas', finaliza.

NOTAS

CÂMARAS: VIDEOVIGILÂNCIA
O Bairro Alto é uma das zonas de Lisboa, tal como a Baixa pombalina, onde está prevista a implantação de um sistema de videovigilância para dissuadir a criminalidade.

ARRASTÕES: POR CONFIRMAR
Diversos moradores do Bairro Alto relatam a acção de grupos de jovens que, em grande número, roubam pessoas e lojas por onde passam. A PSP não confirma esta denúncia.

TURISMO: PÓLO DE ATRACÇÃO
O Bairro Alto, descrito em todos os guias turísticos como o ponto central da ‘movida’ lisboeta, é frequentado por milhares de turistas à procura de música, álcool e restaurantes.

O artigo não refere a raça dos criminosos, mas quem anda em Lisboa, especialmente no bairro em causa, sabe que tipo de «jovens» é que anda em gangue a sujar de sangue e catinga as noites dos outros jovens: trata-se, quase sempre, de africanos, ou de mestiços, pois que a regra matemática é conhecida - caso haja grupos de negros e não haja polícia (suficiente), é certo e sabido que há violência. Isto nem é Sociologia nem nada que se pareça - isto é Matemática.