MAIS UM AVANÇO DA LUCIDEZ NACIONALISTA EM ITÁLIA - CRIMINALIZAÇÃO DA IMIGRAÇÃO ILEGAL

A Câmara dos Deputados italiana deu hoje luz verde para que a imigração ilegal seja um crime em Itália, multando os clandestinos em 10.000 euros e enviando para a prisão quem lhes der guarida.
Alargou ainda para seis meses o período de retenção dos indocumentados.
O Governo italiano submeteu hoje a uma moção de confiança - para agilizar a tramitação da lei, eliminando os debates - três emendas incluídas no projecto de lei sobre segurança que abarcam o tema da imigração, a criminalidade e a segurança do cidadão.
A aprovação final do texto pela Câmara dos Deputados está prevista para quinta-feira, antes de ser levada ao Senado e convertida em lei.
A tipificação como delito da imigração ilegal não acarretará penas de prisão, mas os imigrantes podem incorrer em multas que oscilarão entre os 5.000 e os 10.000 euros.
A norma estabelece ainda a obrigatoriedade de denunciar os imigrantes ilegais que se encontrem em Itália.
Só os médicos que atendam estes imigrantes e os directores de centros educativos ficarão isentos desta obrigação.
Em matéria de imigração, estão previstas penas de prisão para os que aluguem casa a um imigrante sem papéis e a introdução de uma taxa que oscilará entre os 80 e os 200 euros para os imigrantes que solicitem ou precisem de renovar a sua autorização de trabalho.
Neste âmbito, também se contemplam outras medidas como uma pena que vai de seis meses e um ano de cadeia para os imigrantes que permaneçam no país depois de terem recebido a notificação de expulsão.
A introdução do crime de imigração clandestina provocou a reacção da oposição e de diversos advogados, que advertiram para o risco de as mães não poderem inscrever os seus filhos, já que ao fazê-lo seriam denunciadas.
Segundo o Governo não existe tal problema porque a lei em Itália permite que as mulheres que deram à luz obtenham uma autorização de trabalho até o bebé completar seis meses, período durante o qual pode ser inscrito no censo.

Este projecto de lei desagradou também à Conferencia Episcopal Italiana (CEI), por ignorar o objectivo de integração social dos imigrantes.

Trezentos e trinta e nove imigrantes clandestinos perderam a vida no mar ao tentar chegar a Itália nos quatro primeiros meses de 2009, segundo os números divulgados hoje pela comunidade católica de Santo Egídio.
Durante todo o ano de 2008 o número de vítimas ascende a 642.
Santo Egídio estima que entre 1990 e 2009, 4.052 imigrantes morreram afogados no Mediterrâneo ao tentar chegar à Europa por mar e que as perdas em vidas humanas estão em aumento constante desde 2006.
A Itália registou a chegada de 36.900 migrantes por mar em 2008 - a quase totalidade procedente das costas líbias -, número que aumentou 75 por cento em relação a 2007, segundo o Ministério do Interior.

Por outro lado, e como aqui se lê, o líder do partido do governo na Câmara, Fabrizio Cicchitto, afirma que a lei se baseia nas indicações da União Europeia e inspira-se no acordo entre França e Espanha, que, segundo ele, são "duríssimos" na luta contra imigração clandestina.
"Se não reagirmos a Itália vai-se tornar no ‘ventre mole' da Europa, vendo chegar às suas fronteiras a massa de imigrantes clandestinos controlada cinicamente pelo crime organizado, que usa tudo, inclusive uma parte do direito de asilo político".
Segundo Cicchitto, os imigrantes clandestinos ameaçam a segurança dos estrangeiros que estão regularmente no país e dos italianos, principalmente das classes menos favorecidas.

Mais uma vez, a Igreja e a Esquerda opõem-se ao Nacionalismo, e mais uma vez o Nacionalismo consegue bater os seus inimigos todos juntos, em prol do bem-estar do homem comum, cujos anseios são indiferentes quando não desprezíveis para o torpe juízo de valor das elites cosmopolitas, isto é, apátridas e párias de espírito...