ANÚNCIO ATEU CHEGA A AUTOCARROS ESPANHÓIS

A «guerra» entre teístas e ateus por causa da propaganda ateia nos autocarros, que começou no Reino Unido e depressa se fez sentir nos EUA e, como aqui se noticiou, causou particular polémica no primeiro, chegou agora ao país irmão. Em Madrid, em Barcelona e em Valência circulam já autocarros que ostentam o anúncio a favor do ateísmo, anúncio este que na Catalunha foi pago, por doações privadas, pela Associação Ateia da Catalunha.
Como se disse no artigo referente à capital londrina, a mensagem que se pode ler neste cartaz é «Provavelmente, Deus não existe. Portanto pare de preocupar-se e aprecie a vida».
A hoste cristã não se ficou - antecipando a vinda desta propaganda ateia à capital espanhola, a Igreja Evangélica já pôs a circular, desde 25 de Dezembro, um cartaz num autocarro madrileno com os dizeres «Deus existe. Aprecie a vida em Cristo». Um pastor (e advogado) teve esta ideia ao ver circular em Barcelona o acima referido anúncio ateu (só chegou à capital castelhana depois de aparecer na capital catalã). Por seu turno, o arcebispo de Barcelona respondeu à mensagem ateia hedonista dos autocarros com uma asserção proclamada nas dioceses catalãs, que diz «a crença em Deus não é razão para preocupações nem um obstáculo a apreciar honestamente a vida.»

Em Madrid os ateus recolheram, em donativos, cerca de seis mil e quinhentos euros para financiar a sua campanha nos autocarros.

Mas, na verdade, tudo começou da parte dos cristãos, quando um grupo cristão fez circular nos autocarros um anúncio a dizer «Quando o filho do homem vier, irá ele encontrar fé entre os homens?» (do evangelho de Lucas). Os ateus responderam então com a mensagem que já se conhece, sedutoramente a puxar a brasa à sardinha da despreocupação e do bem-estar.

À religião «subtilmente» promovida pela arma do medo (nada de novo, vindo de quem vem...), os ateus souberam inteligentemente dar uma resposta que provavelmente será do agrado das massas, isto objectivamente falando, e eu até sou contra o ateísmo. Não me parece contudo que a vida fique mais serena se a Religião for abolida, e já agora aproveito para recordar este brilhante artigo que traça uma genealogia do materialismo/ateísmo, denunciando a sua origem na tentativa de fuga ao medo do Divino e do sobrenatural em geral.