domingo, novembro 16, 2008

ACUSAÇÃO NO BRASIL DE QUE O GOVERNO DE LULA ASSINOU COM A IGREJA UM ACORDO QUE DISCRIMINA NÃO CATÓLICOS

O camarada Matos deu-nos a conhecer que o governo esquerdista do Brasil pode dizer que é muito socialista, mas afinal faz destas:
A portas fechadas e em uma rápida visita a Roma, o governo brasileiro assinou no dia 12 um acordo com o Vaticano que versa sobre a actuação da Igreja Católica no País. O tema não foi debatido com a sociedade. Para representantes de outras religiões e especialistas, o documento fere a separação entre Igreja e Estado no Brasil, prevista na Constituição. Roseli Fischmann, professora e pesquisadora da USP que há cerca de 20 anos coordena o grupo de pesquisa "Discriminação, Preconceito, Estigma" na universidade, diz que o acordo é gravíssimo porque é uma violência à pluralidade de crenças da população, fere a democracia e cria cidadãos de segunda classe: o católico e o não-católico.

“O Governo não ofereceu informação. Optou pelo silêncio, que, obviamente, não deu uma boa impressão. Por que o sigilo? Que tipo de pressão sofreu para isso? Como o presidente faz isso sem abrir para discussão?”, questiona.
O acordo tem 20 artigos. Na proposta inicial, o Vaticano queria estabelecer o ensino religioso "católico romano" como matéria obrigatória do ensino fundamental nas escolas públicas em um dos itens. A Constituição do Brasil permite o ensino religioso nas escolas públicas, mas facultativo: o aluno, ou sua família, pode escolher se quer ou não ter essas aulas.


Ah, então a tolerantíssima Igreja continua a tentar os seus truques para enfiar o seu credo pela goela abaixo dos petizes, onde quer que o poder político a deixe fazer disso... que novidade...


O governo brasileiro suprimiu a menção à obrigatoriedade, acrescentou a expressão “outras confissões” ao texto e justificou: para assegurar "o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação".
A professora comenta, que em linhas gerais, o artigo se ateve ao que está na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Ela lembra também que "tudo o que se encontra na legislação brasileira poderá ser modificado, o que de certa forma a menção "em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes" procura garantir, ao que parece".
"O que mais se anunciou como polêmico, parece ter sido tratado com cuidado e acabou por se restringir à situação legal atual, mas pelo contexto do todo do documento permite interpretações menos promissoras para a pluralidade religiosa", completa Roseli.
O acordo vai na contramão do que defendem diversas associações científicas. Essas instituições lideram um movimento pelo fim do ensino religioso nas escolas públicas.
Roseli questiona tanto a forma como o acordo foi feito quanto o conteúdo. "Se o documento não fere o Estado laico, como diz o governo, deveria ter sido submetido a uma consulta pública. É inaceitável fazer isso na democracia", afirma a especialista.
Com uma cópia do documento na mão, Roseli pontuou à reportagem do iG quais os principais problemas do acordo. A pesquisadora da USP pediu "especial atenção da cidadania e dos congressistas, que têm a possibilidade de não ratificar o acordo, para os três últimos artigos do acordo". Ela recomenda que as pessoas leiam o texto, disponível neste endereço, do fim para o começo.
Segundo Roseli, no final do documento, no artigo 18, está um dos maiores equívocos: “O presente acordo poderá ser complementado”. Ela explica que esse ponto deixa uma porta escancarada para novos adendos e abre precedente para que a Igreja influencie em assuntos ainda mais polêmicos. “O governo assinou e deu liberdade total. Isso pode dar espaço para que a Igreja intervenha em questões como o aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo, pesquisa com células troco embrionárias, entre outras.”
A de primeira classe, ocupada pelos católicos, e a de segunda, onde se encaixam todos os representantes da diversidade religiosa do País. “Ele [o acordo] não contempla a liberdade de consciência. Por exemplo, não querer dar religião para os filhos é o direito de uma família. Isso não os torna menos cidadãos brasileiros. Ser ateu, agnóstico, é um direto de foro íntimo. É Absolutamente estigmatizador e criará a cultura de que quem não teve ensino religioso não é íntegro. É preconceituoso, não toca na liberdade de consciência em momento algum.”
O texto do documento também estabelece que o patrimônio cultural da Igreja - as igrejas histórias e as obras de arte - pertencem também ao governo brasileiro e ambos têm a responsabilidade de preservá-lo. A pesquisadora diverge: “A propriedade histórico e cultural é da Igreja, mas quem vai cuidar é o Estado. A posse é da Igreja, mas quem gasta é o Estado, que pode ser chamado para restaurar obras a qualquer momento”.

(...)

Lá burro é que o padralhame nunca foi...

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É isso mesmo, Caturo. O que é bom é o Estado assinar acordos com... sei lá, os muçulmanos? Ou talvez com animistas africanos, daqueles degolam animais ainda vivos.

16 de novembro de 2008 às 19:19:00 WET  
Blogger Caturo said...

Pois, o Estado está por algum desígnio misterioso obrigado a escolher entre meter a cabeça num balde de esterco ou meter a cabeça num balde com vomitado... não pode pura e simplesmente ficar quieto e manter longe do País qualquer tentativa de monopólio religioso por parte de credos essencialmente totalitários, como são o Islão e o Cristianismo...

16 de novembro de 2008 às 19:35:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Isso de credos totalitários é consoante a circunstância de cada uma das religiões. Pessoalmente, prefiro a actual Igreja Católica ao Islão de há 1000 anos atrás.

16 de novembro de 2008 às 19:53:00 WET  
Blogger Caturo said...

E eu continuo a dizer que não tenho de escolher entre qualquer desses credos totalitários, e isso inclui a Igreja «de agora» (como se tivesse havido mais do que uma...), a qual, em relação à de há mil anos atrás, difere sobretudo no grau de sonsice: é que há um milénio não tinha de fingir que era tolerante...

16 de novembro de 2008 às 20:12:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

prefiro a actual Igreja Católica ao Islão de há 1000 anos atrás.

islão de hoje = islão de há mil anos atrás

18 de novembro de 2008 às 07:12:00 WET  
Blogger betoquintas said...

eu dei uma boa olhada no "acordo" - que ainda deve ser analisado pelo Congresso - e o que se pode dizer é que é inconstitucional, em vários âmbitos. a meu ver, Arrebento XVI quer com esse acordo coibir a liberdade da Igreja Católica Brasileira. mas não é novidade alguma para nós, brasileiros, esse acordo de Lula com o Vaticano. há tempos o nosso Presidente "vendeu" sua alma "socialista" para chegar ao poder. pelo poder, reis "pagãos" também arriaram as calças para o Vaticano.

18 de novembro de 2008 às 10:56:00 WET  
Blogger Caturo said...

Beto,

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=5935274&postID=2340950306622317658&page=1

18 de novembro de 2008 às 16:51:00 WET  

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