NATURALIDADE RACIALISTA VERSUS LAVAGEM CEREBRAL ANTI-RACISTA

Pode a inata e saudável preferência pela sua própria gente sobrepôr-se ao controlo anti-racista das opiniões conscientes?

Este artigo leva a crer que sim. Porque uma coisa é impor social e me(r)diaticamente uma ideologia que manda amar o alienígena como dever moral; outra, bem diferente, é conseguir que essa ideologia chegue ao ponto de desnaturar, de interferir na arreigada e inconsciente preferência por quem é da mesma estirpe.

O artigo propriamente dito refere-se à eventual limitação eleitoral que poderá afectar a candidatura presidencial do afro-americano Barack Obama. Há quem afirme que o senador negro pode ser prejudicado pelos «racistas». Mas a verdade é que há «racismo» sem «racistas».
Isto porque, embora o «racismo» seja difícil de medir, uma pesquisa realizada pela Stanford University, em conexão com a Associated Press e com a Yahoo, sugere que Obama teria mais seis pontos de apoio popular se fosse branco.
A maior parte dos «votos perdidos» por Obama não é dos «racistas» declarados. Estes constituem talvez dez por cento do eleitorado, e, de qualquer modo, não votariam em qualquer candidatado presidencial do partido do Burro (os «Democratas»).

A maior parte dos votos que Obama não ganha são eventualmente os dos brancos que até dizem sinceramente ser a favor da igualdade racial, e que não se opõem à eleição de um negro - mas que, conscientemente, exercem discriminação racial.

Um psicólogo social da U.C.L.A., Phillip Goff, afirma que «quando nos fixamos no indivíduo racista, estamos focados no modo menos interessante do funcionamento da raça. A maior parte das vezes, a raça funciona sem necessidade do ânimo racial.»
Durante décadas, várias experiências mostraram que muitos brancos que acreditam honestamente em direitos iguais para todas as raças, recomendam todavia mais vezes que se dê trabalho a um candidato a emprego de raça branca do que a um candidato a emprego de raça negra. Nos casos das experiências, o processo do aplicante era igual, mas apresentado por pessoas de diferentes raças. E os brancos alegadamente não racistas acreditaram estar a escolher com base em critérios não raciais.
Assim, os brancos tendem a dar emprego a brancos com qualificações baixas em setenta e seis por cento dos casos; só em quarenta e cinco por cento dos casos fazem o mesmo com os negros de qualificações baixas.
A pesquisa indica sobretudo que os brancos são particularmente propensos a discriminar «contra» os negros quando as escolhas não são claras, ou seja, em circunstâncias ambíguas, tais como por exemplo numa campanha eleitoral.
John Dovidio, um psicólogo da Universidade de Yale, que conduziu este estudo ao longo de anos e anos, afirma que, passo a citar, «nos EUA, há uma pequena percentagem de pessoas a nível nacional que dizem que não iriam votar num negro bem qualificado para o cargo de presidente. Mas um factor mais importante é o dos racistas inconscientes, aqueles que não se consideram racistas.»
Uma conjunto de experiências levadas a cabo nos anos setenta, indica que um branco, quando se encontra a sós perante uma emergência que afecte um indivíduo de outra raça (um acidente, um ataque epiléptico), procura de imediato ajuda, independentemente da raça do vitimado, ou com pouca discriminação racial.
Mas quando há outras testemunhas do mesmo incidente, sendo portanto menor a responsabilidade individual de cada uma das testemunhas, nessa altura já o branco tende a procurar auxílio em setenta e cinco por cento dos casos em que a vítima é de raça branca, mas só em trinta e oito por cento dos casos se a vítima for negra.