MÚSICA E VIOLÊNCIA - A REGRA DOS DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS TAMBÉM AQUI SE APLICA
O camarada Harms que da sua tranquila urbe vai observando o que se passa no mundo, reparou, e bem, neste curioso artigo do DN, que, no essencial, dá voz ao lugar-comum de que a música pesada em geral (incluindo neste caso o Punk e o Heavy Metal) conduzem à agressividade e ao suicídio.
No texto, dá-se conta de que o Dr. Abílio Oliveira fez um estudo sobre o suicídio e a música na adolescência, no âmbito dum doutoramento publicado pela Gulbenkian e tirou esta conclusão, explicada além-aspas pela jornalista que escreveu o artigo do DN: «"Os resultados mostram existir uma associação entre o maior gosto por música 'pesada' e um aumento dos comportamentos de risco e das ideias de suicídio. Mas não se pode estabelecer uma relação de causalidade. Uma coisa não implica a outra. Não é por se falar em suicídio que o vamos suscitar. Uma música que transmita desespero pode até ter um efeito compensador, permitindo ao adolescente verificar que não está só no que sente, reflectir e vivenciar com o músico algo de que ele, no fundo, se quer libertar." Se há necessidade de extravasar, mais vale que seja através da música.»
Vá lá que podia ser pior, sempre se observa aqui algum bom senso...
Mas a coisa não fica por aqui. Depois desta observação relativamente pouco extremista, eis que o autor do estudo se sai com uma recomendação de vigilância musical: «O gosto por música mais pesada tende a diminuir à medida que se aproximam da idade adulta, refere Abílio Oliveira. Contudo, "quando se prolonga e acentua na fase final da adolescência, como única preferência, pode ser um sinal de alarme".»
Diz também que «"Os comportamentos parassuicidas são cada vez mais frequentes. A nossa sociedade esconde ou mascara a dor e a morte, mas ao mesmo tempo glorifica os mortos famosos (como quase vivos) e aqueles que rompem as normas e desafiam a vida, em busca de novos limites."»
É engraçado como a moderna música pesada continua a atrair a livre crítica, quando não o insulto declarado. Sendo violenta e «amalucada», pode-se bater-lhe livremente.
Por outro lado, quem tem juizinho, ouve música mais sociável, como por exemplo o jazz (nenhum intelectual é intelectual a sério se não gostar dessa sonoridade invertebrada), o soul (que confere uma profundidade espiritual de alto lá com ela, quase se entra em comunhão com o espírito dos negros libertados da escravatura norte-americana), o blues (que tem como principal utilidade a de levar ao enjoo absoluto, que por sua vez facilmente conduzirá ao suicídio suscitado por crise depressiva aguda) e sobretudo o rap, que esse sim é que é sadiamente moderno e prá-frentex, porque o rap é a música dos Jovens!!!!!, e por acaso tem letras a incitar abertamente à matança de polícias, mas isso não é incitação à violência, como o Metal faz, isso é liberdade artística, é irreverência juvenil, é rebeldia saudável, e quem a criticar é provavelmente racista, porque o Metal é sobretudo apreciado por brancos e portanto não há problema em dar-lhe bordoada sem limites, mas o rap vem dos negros, essas vítimas eternas, essas sofridas criaturas perante as quais seremos, brancos europeus, os eternamente culpados...
No texto, dá-se conta de que o Dr. Abílio Oliveira fez um estudo sobre o suicídio e a música na adolescência, no âmbito dum doutoramento publicado pela Gulbenkian e tirou esta conclusão, explicada além-aspas pela jornalista que escreveu o artigo do DN: «"Os resultados mostram existir uma associação entre o maior gosto por música 'pesada' e um aumento dos comportamentos de risco e das ideias de suicídio. Mas não se pode estabelecer uma relação de causalidade. Uma coisa não implica a outra. Não é por se falar em suicídio que o vamos suscitar. Uma música que transmita desespero pode até ter um efeito compensador, permitindo ao adolescente verificar que não está só no que sente, reflectir e vivenciar com o músico algo de que ele, no fundo, se quer libertar." Se há necessidade de extravasar, mais vale que seja através da música.»
Vá lá que podia ser pior, sempre se observa aqui algum bom senso...
Mas a coisa não fica por aqui. Depois desta observação relativamente pouco extremista, eis que o autor do estudo se sai com uma recomendação de vigilância musical: «O gosto por música mais pesada tende a diminuir à medida que se aproximam da idade adulta, refere Abílio Oliveira. Contudo, "quando se prolonga e acentua na fase final da adolescência, como única preferência, pode ser um sinal de alarme".»
Diz também que «"Os comportamentos parassuicidas são cada vez mais frequentes. A nossa sociedade esconde ou mascara a dor e a morte, mas ao mesmo tempo glorifica os mortos famosos (como quase vivos) e aqueles que rompem as normas e desafiam a vida, em busca de novos limites."»
É engraçado como a moderna música pesada continua a atrair a livre crítica, quando não o insulto declarado. Sendo violenta e «amalucada», pode-se bater-lhe livremente.
Por outro lado, quem tem juizinho, ouve música mais sociável, como por exemplo o jazz (nenhum intelectual é intelectual a sério se não gostar dessa sonoridade invertebrada), o soul (que confere uma profundidade espiritual de alto lá com ela, quase se entra em comunhão com o espírito dos negros libertados da escravatura norte-americana), o blues (que tem como principal utilidade a de levar ao enjoo absoluto, que por sua vez facilmente conduzirá ao suicídio suscitado por crise depressiva aguda) e sobretudo o rap, que esse sim é que é sadiamente moderno e prá-frentex, porque o rap é a música dos Jovens!!!!!, e por acaso tem letras a incitar abertamente à matança de polícias, mas isso não é incitação à violência, como o Metal faz, isso é liberdade artística, é irreverência juvenil, é rebeldia saudável, e quem a criticar é provavelmente racista, porque o Metal é sobretudo apreciado por brancos e portanto não há problema em dar-lhe bordoada sem limites, mas o rap vem dos negros, essas vítimas eternas, essas sofridas criaturas perante as quais seremos, brancos europeus, os eternamente culpados...
Percebe-se, por tudo isto, que é de todo desnecessário, e até despropositado!, fazer um estudo sobre a eventual má influência do rap sobre a agressividade juvenil urbana...
Por pura coincidência, o pessoal das gangues dos «jovens» de rua que agride e assalta impunemente é inteiramente criado no seio da cultura do rap, e cada um destes irrequietos petizes é uma espécie de poeta dançante «street»; enquanto isso, não há grupos de metaleiros a agredir seja quem for, quanto mais a assaltar, mas isso é mesmo só uma coincidência que não tem nada a ver com o caso, é que não tem mesmo nada a ver, são azares, é a vida, enfim...
É por ser uma música jovem, inteligente, irreverente, que o rap, mesmo tendo nascido nos guetos mais porcos da América e estando repassada de referências de ódi... hã, digamos, de «revolta social»* é mesmo assim uma música muito «in», que até se ouve em passagens de modelos, em restaurantes de luxo, em genéricos de programas televisivos, e também já serviu para fazer nada menos do que dois hinos da selecção de futebol portuguesa, ou aliás, «tuga», como se dizia na altura...
___
«Revolta social» é mais bonito... ódio é coisa dos skinheads nazis, o que os jovens negros violentos têm é «revolta», que é muito mais nobremente juvenil... e se os jovens negros das gangues batem, assaltam e matam, é só porque querem ser respeitados, «respect!!!», como dizem aos seus brodas afro-ianques, ao passo que os skinheads nazis querem simplesmente fazer o Mal.
Por pura coincidência, o pessoal das gangues dos «jovens» de rua que agride e assalta impunemente é inteiramente criado no seio da cultura do rap, e cada um destes irrequietos petizes é uma espécie de poeta dançante «street»; enquanto isso, não há grupos de metaleiros a agredir seja quem for, quanto mais a assaltar, mas isso é mesmo só uma coincidência que não tem nada a ver com o caso, é que não tem mesmo nada a ver, são azares, é a vida, enfim...
É por ser uma música jovem, inteligente, irreverente, que o rap, mesmo tendo nascido nos guetos mais porcos da América e estando repassada de referências de ódi... hã, digamos, de «revolta social»* é mesmo assim uma música muito «in», que até se ouve em passagens de modelos, em restaurantes de luxo, em genéricos de programas televisivos, e também já serviu para fazer nada menos do que dois hinos da selecção de futebol portuguesa, ou aliás, «tuga», como se dizia na altura...
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«Revolta social» é mais bonito... ódio é coisa dos skinheads nazis, o que os jovens negros violentos têm é «revolta», que é muito mais nobremente juvenil... e se os jovens negros das gangues batem, assaltam e matam, é só porque querem ser respeitados, «respect!!!», como dizem aos seus brodas afro-ianques, ao passo que os skinheads nazis querem simplesmente fazer o Mal.
12 Comments:
O chamado carnaval de Notting Hill, em Londres, é um dos grandes eventos multiculturais no Reino Unido....um evento onde os niveis de violencia aumentam de ano para ano.
Este ano foi assim
http://afp.google.com/article/ALeqM5jIV7MxvFFZQWybchGrvBqE07jL9w
Reportagem da Sky News sobre os confrontos entre grupos de "jovens" e a policia
http://news.sky.com/skynews/Home/video/Notting-Hill-Carnival-Violence/Video/200808415086822?lpos=video_1&lid=VIDEO_15086822_Notting%2BHill%2BCarnival%2BViolence
Isso foram gajos do metal, de certeza. Eu já me inscrevi numas aulas de hip hop. Começo segunda-feira. Se tudo correr bem vou fazer um casting para os Morangos com Açúcar. Metal nunca mais. Hip hop é paz. É como o islão.
Sociólogos...
Dúvido que o Metal faça alguem deprimido ou cometer crimes, on the other hand, o RAP e o Hip-Hop são sim condutores de violência pela mensagem que passam e pelos protagonistas que as espalham. Pensem lá um bocadinho, tenho razão ou tenho razão?!
Gostava de saber o que queres dizer com "sonoridade invertebrada" quando te referes ao jazz...
Gostava de saber o que queres dizer com "sonoridade invertebrada" quando te referes ao jazz...
Gostava de saber o que queres dizer com "sonoridade invertebrada" quando te referes ao jazz...
Como o jazz é música de improviso «fluída» e tem aquele «swing» negróide característico, a ideia que transmite é a de ausência de verticalidade, de forma, de definição, e, por associação de ideias, de postura vertical e de coluna vertebral.
Ok, tá bem visto, eu pessoalmente aprecio a música que corre de maneira fluida, dando espaço para o improviso feito por alguém competente, não se limitando necessáriamente ao automatismo (isto existe?) da própria coluna vertebral, para mim isso é a verdadeira essência da expressão musical. Eu sei quais são os teus ideais, "respect", não vou tar aqui a descutir isso, mas essa tua opinião em relacção ao jazz e aos blues, é baseada em termos puramente de gosto musical, ou nas suas origens "negróides invertebradas"?
Puramente em termos de gosto musical. O que por vezes acho extraordinário é a coincidência, que pode ser mais do que coincidência, da correspondência entre os estilos musicais e as origens étnicas de quem os cria ou aprecia maioritariamente.
Quanto ao fluir como essência da música, acho que há diferentes tipos de «fluído». Há um fluir sistemático, harmonioso, e há um fluir que parece um arrastar, ou um quebrar costante do que avança.
O rap é uma das maiores porcarias em termos de música e atitudes por parte da maioria de seus ouvintes,mas daí a julgar skinheads nazis como santos,jovens brancos de bem que sofrem nas mãos de negros malvados, isto é ridículo.
Escuto metal desde as vertentes mais populares até as obscuras e apesar destes últimos principalmente conterem letras violentas,as composições não deixam de ser inteligentes e feitas para atender um público maduro e não macacos que repetem o que seus artistas preferidos cantam ou fazem.
Rap é uma merda, mas skinheads nazis também, sou branco e não quero nenhum camarada burro e frustrado lutando em meu nome ou pela existência de meu povo que além de ariano,é honrado,belo,culto e educado,não um monte de suburbanos carecas que falam errado e agridem gente inocente.
E gosto de jazz também,pode ter vindo dos negros mas não é por isso que vou criticar,justiça seja feita,porcaria em termos de música há entre todos os povos e os brancos hoje consomem mais 50 cent que muitos negros,esse mania de vincular tudo a genética e raça é própria de pesudonazis e afro movimentos,ou seja, racistas estúpidos.
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