QUATRO MORADORES DUM BAIRRO SOCIAL DE LOULÉ AGRIDEM POLÍCIAS PERANTE MULTIDÃO PARALISADA PELO MEDO

Dezenas de pessoas assistiram na madrugada de ontem, de braços cruzados, ao espancamento de três militares da GNR junto a um salão de festas em Loulé.
Durante quase uma hora, o comandante de patrulha, com poucos anos de Guarda, e dois militares estagiários com cerca de 20 anos de idade, foram agredidos a murro e a pontapé.
Dois deles tiveram de receber assistência médica.
“Isto parecia uma batalha campal e ninguém ajudava. As pessoas estavam com medo de ser agredidas ou de sofrer represálias”, diz ao 24horas um dos organizadores da festa, Ludgero Sousa, que testemunhou os incidentes e foi dos poucos que ajudaram os militares.
A briga começou por volta das 2h00 da manhã quando dois homens se desentenderam por causa de um cigarro, à porta do salão de festas. Uma troca de palavras mais acesa, e uns copos a mais, conduziram às primeiras agressões. Quando chegou um carro da GNR, as atenções de um dos grupos viraram-se para os agentes da autoridade.
“Mal pôs o pé na rua, um deles levou um murro que lhe abriu o sobrolho”, diz Ludgero Sousa. As agressões estenderam-se depois aos restantes militares, que sofreram hematomas na face. Um deles ficou com a farda toda rasgada.
Enquanto o grupo de agressores, formado por quatro ou cinco indivíduos, todos da mesma família e residentes num bairro social de Loulé, se “entretinha” a “espancar” os agentes da autoridade, cerca de 40 pessoas assistiam, sem intervir.
Só Ludgero Sousa, o pai, o tio e um ou outro popular que por ali se encontrava arriscaram meter-se na briga.
“Se tivesse havido ajuda as coisas tinham-se resolvido mais depressa. Assim, enquanto agarrávamos um os outros continuavam a bater e procuravam soltá-lo”, recorda.

“Matava-o”
“É vergonhoso, escandaloso, que no nosso país os guardas sejam agredidos, rasgados, levem pontapés e fiquem quietinhos para não ter problemas ainda maiores”, desabafa o pai de Ludgero, enquanto o tio, Manuel Sousa, explica que teve de ir “agarrar” um dos
agressores: “Estava a dar tantos pontapés que tive de lá ir, se não matava-o”.
Atranquilidade só regressou ao bairro passada quase uma hora, quando chegou o pelotão de intervenção da GNR, formado por cerca de 20 homens. Por essa altura, já o grupo agressor se encontrava em fuga.
Segundo apurou o 24horas, um dos homens alegadamente envolvidos já foi detido, devendo ser hoje presente a tribunal. As investigações prosseguem no sentido de localizar os restantes membros do grupo, entretanto já identificados.

Honra aos poucos populares que resolveram intervir, mesmo com risco da sua própria segurança pessoal e até da sua vida.
Enquanto isso, a excepcional demora do corpo de intervenção da GNR não deixa de ser estranha. Indício de mau funcionamento, na melhor das hipóteses.

Mas a história tem mais pormenores, olá se tem... Daqui retira-se a seguinte informação:
(...)
O incidente ocorreu cerca das 2h00 num salão que a Câmara Municipal de Loulé cedeu nessa noite a uma associação de pescadores e caçadores denominada "Panteras Negras".
Os agentes agredidos estavam no posto de Loulé quando foram chamados para resolver uma situação de desacatos, tendo à sua chegada sido imediatamente agredidos.
Enquanto não chegavam reforços, os alegados agressores conseguiram fugir estando agora a GNR a investigar o incidente.
O grupo Panteras Negras está integrado num bairro social de Loulé.

«Panteras Negras»?

«Panteras Negras» é o nome duma organização de negros norte-americanos que nos anos sessenta cometeram actos de violência contra... a polícia.