sexta-feira, dezembro 14, 2007

SOBRE OS HINDUS, OS PAGÃOS E O RETORNO DOS DEUSES

E, para mais este fim de semana natalício, aqui fica mais um bom artigo do brilhante Ram Swarup de quem já aqui se falou neste tópico: pensador indiano notável, hindu devoto, anti-comunista, anti-cristão, anti-islâmico, cujos livros foram lidos e apreciados no Ocidente por autores como Bertrand Russell e Arthur Koestler, e que se correspondeu com figuras importantes do neo-paganismo europeu.

Swarup afirmava que se fazia necessária uma renascença pagã na Europa. Declarou que «a Europa adoeceu porque se afastou da sua própria herança, negou as suas verdadeiras raízes. Se a Europa quiser ser curada espiritualmente, terá de recuperar o seu passado espiritual - pelo menos, não o deve ter em tão grande desonra... os pagãos europeus deviam compilar uma directoria de templos pagãos destruídos, locais e santuários pagãos profanados. Os Pagãos Europeus deviam também reviver alguns destes locais como centros de peregrinação.»




Este texto que agora trago foi traduzido a partir daqui:

Li a respeito da Federação Pagã do Reino Unido na edição de Hinduism Today de Fevereiro de 1991. Eu esperei o surgimento dum movimento destes durante muitos anos, e fiquei contente em saber que já existia de maneira tão articulada. Dou pessoalmente os parabéns a Prudence Jones pelo seu papel pioneiro num movimento tão vitalmente importante para a humanidade e para a sua história religiosa.

Para mostrar que o meu interesse pelo movimento é sério, enviei à Sra. Jones uma cópia de algumas páginas do meu livro, «O Mundo Como Revelação: Nomes de Deuses», escrito em 1970 e publicado em 1980. O livro foi revisto (Times da Índia) pelo falecido professor Sirisr Kumar Ghose, um nome bem conhecido na Índia no campo dos escritos religiosos, sob o significativo título de «O Retorno dos Deuses». Isto resume a tarefa que se coloca perante o Movimento Pagão Mundial.
Neste livro, tentei estabelecer a grande espiritualidade do Politeísmo, ou «muitos Deuses», que tem estado sob cerrado ataque pelas religiões monolátricas. O politeísmo das antigas religiões apoiava-se numa grande darshan (visão do Divino), visão espiritual e praxis; os Seus devotos sabiam como contactá-Los, vê-Los e viver com Eles. Estes Deuses não estão perdidos, mas retiraram-se e podem novamente ser invocados e tornados dinâmicos. Reforcei a necessidade de invocá-Los e falei de uma peregrinação - peregrinação no tempo - a estes Deuses.

Onde estão os sacerdotes que podem presidir ao nascimento destes Deuses? Enquanto muitos países, culturas e povos antigos perderam a filosofia e espiritualidade que sustentava o Politeísmo, a India ainda as mantém, e os Hindus podem ajudá-los (aos outros povos) a recuperar os seus Deuses.

A Índia é importante, não por ser populosa e geograficamente imensa, mas porque é hindu, porque é a terra duma grande religião e duma tradição antiga, e porque preserva nalguns aspectos até as instituições espirituais e as religiões do antigo Egipto, da Grécia, da Pérsia e da antiga Europa, que estas gentes perderam quando foram tomadas pelo Cristianismo e pelo Islão. No despertar da Índia hindu, estes países irão também tentar redescobrir-se a si mesmos.

Embora aprecie imenso o trabalho da Sra. Jones e esteja profundamente interessado no seu sucesso, tenho de dizer que o movimento pagão terá muito que fazer. As forças opositoras são muito poderosas, e têm uma longa tradição do uso da força e da repressão. Mas acredito que um novo espírito está a crescer e uma vez que os pagãos comecem a falar, serão ouvidos.

Eu, juntamente com alguns dos meus amigos aqui, estarei muito interessado em saber mais a respeito do movimento pagão em Inglaterra, na Europa e nas Américas. No nosso trabalho aqui, tenho acentuado o quão próximas estão a espiritualidade hindu e a espiritualidade de muitos países e povos antigos. O nosso ecumenismo, de um tipo muito diferente e profundo, está a tentar ligar a humanidade ao seu passado.

Não é apenas o movimento pagão que é significante, também há movimentos similares no seio dos Índios Americanos das duas Américas. Já começaram a falar alto e no próximo ano (1992) vão celebrar duma maneira muito diferente a «descoberta» da América por parte de Colombo. No meu ensaio «Índios Americanos e Índios Indianos», afirmei que «há sinais de que os Índios Americanos possam erguer-se novamente, como uma fénix, das suas cinzas. Os seus curandeiros estão a começar a falar. Estão a descobrir que a sua antiga religião era profunda, não acreditava que o homem fora concebido em pecado mas sustentava a ideia de que havia um só Grande Espírito e um Grande Mistério que é visto por toda a parte. Será isto o "sarvam khalvidam brahma" ("verdadeiramente, todo o mundo de Brahma") dos hindus?»

A sua religião acreditava no grande equilíbrio da natureza e na grande lei da harmonia (o Rita dos Vedas). Mas terão de trabalhar muito antes que a sua contribuição se torne positiva. Terão de redescobrir a sua tradição religiosa. Espero que seja uma tradição viva nalgumas partes e no seio de alguns povos.


Ram Swarup, 1991

8 Comments:

Blogger Treasureseeker said...

Bertrand Russell é um dos meus filósofos preferidos.Poucas vezes se viu alguém tão perspicaz a dissecar a causa de muitas coisas que contam,nos dias de hoje.

14 de dezembro de 2007 às 23:17:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Celtic Cross
Making the sign of the cross acts as protection. The cross symbolizes the powers of the four elements and can act as a shield and berrier.

Bad energy tends to go right to the stomach, so when you have to deal with hostile people, or have a bad experince draw your fingers acorss your upper and lower abdomen and make a small equal armed cross. Repeat the motion several times, while visualizing a shield of protective energy building in front of you.

Then rub your palm around the area in a circular motion unitll you feel more relaxed. If you have to confront negativity on a reular basis, hand a Celtic cross on a very long cord, and wear it beneath your shirt posistioned about your navel.

15 de dezembro de 2007 às 00:26:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Ó Cauro, desculpa lá mas tem de ser, bardamerda para o monhé!

15 de dezembro de 2007 às 01:37:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://www.lavanguardia.es/lv24h/20071215/53418724457.html

15 de dezembro de 2007 às 22:47:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Caturo agora que o pnr vai acabar, em que partido pensas votar?

16 de dezembro de 2007 às 17:25:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

ephá! vi agora uma fotografia do secretário-geral do pnr e garanto-vos que ele de ariano ,tem pouco. parece irmão gémeo do vasquinho da bairrada.
ainda dizem que o pnr é racialista.

16 de dezembro de 2007 às 19:19:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Ó Cauro, desculpa lá mas tem de ser, bardamerda para o monhé!"

Lá porque não aguentas o picante...

17 de dezembro de 2007 às 02:51:00 WET  
Blogger Caturo said...

Ó Cauro, desculpa lá mas tem de ser, bardamerda para o monhé!

Vale mais um destes do que quarenta beatos antirras...

17 de dezembro de 2007 às 15:59:00 WET  

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