CUMPRIR UM MANDAMENTO CRISTÃO - DAR A OUTRA FACE
Sacerdotes, intelectuais e líderes cristãos de toda a parte do mundo assinaram uma carta aberta ao mundo muçulmano pedindo desculpa pelo que os cristãos fizeram no passado, incluindo as Cruzadas e os «excessos» da guerra ao terrorismo.
Em Outubro, cento e trinta e oito intelectuais muslos apresentaram uma carta ao Vaticano a argumentar em favor de um entendimento entre o Islão e a Cristandade... e os orgulhosos cristãos não perderam tempo, ai estás a pedir a paz, então não sou menos valente do que tu, até me ponho é já de joelhos a pedir perdão, para veres que com cristãos não se brinca!
Assim se vê qual o verdadeiro significado de dar a outra face ao agressor! O cristão não perdoa! Se alguém quer mostrar-se pacífico, o cristão não está com meias medidas, atira logo a sua face com toda a força contra a mão de quem está do outro lado! Sempre em pulgas para pedir desculpas, é o lema do bom cristão!
E tem de ser mesmo assim, a todo o custo! Nem que para isso seja necessário cuspir no sacrifício daqueles outros cristãos que tiveram a ousadia de pegar em armas para defender a Terra Santa atacada e conquistada por muçulmanos! Porque estes cristãos que fizeram as Cruzadas não souberam dar a outra face, e, por conseguinte, agiram contra a mais autêntica mensagem cristã...
E nem pedem desculpa apenas aos muçulmanos, que isso seria demasiado político-social... não! Eles pedem desculpa até ao Deus muçulmano (que é o mesmo que o dos cristãos, mas os desculpadiços usam o vocabulário muslo que sempre fica melhor na fotografia...), que é para a hoste islâmica se sentir mesmo vingada... há-de ter um efeito do camandro sobre as massas islâmicas, este gesto: «vêem como eles reconhecem que foram maus e que nós tínhamos e temos razão, vêm pedir desculpa ao Deus Verdadeiro!» Pois é, uma mensagem bonita...
Claro que estes líderes cristãos podiam ter respondido no mesmo tom e nível que os pacíficos muçulmanos que tiveram a iniciativa de escrever uma carta aberta em favor da paz - mas isso não seria suficientemente cristão, e aquele amor universalista em forma masoquista está-lhes «no sangue», é uma questão de (de)formação... e, dois mil anos depois, está bem viva...
Em Outubro, cento e trinta e oito intelectuais muslos apresentaram uma carta ao Vaticano a argumentar em favor de um entendimento entre o Islão e a Cristandade... e os orgulhosos cristãos não perderam tempo, ai estás a pedir a paz, então não sou menos valente do que tu, até me ponho é já de joelhos a pedir perdão, para veres que com cristãos não se brinca!
Assim se vê qual o verdadeiro significado de dar a outra face ao agressor! O cristão não perdoa! Se alguém quer mostrar-se pacífico, o cristão não está com meias medidas, atira logo a sua face com toda a força contra a mão de quem está do outro lado! Sempre em pulgas para pedir desculpas, é o lema do bom cristão!
E tem de ser mesmo assim, a todo o custo! Nem que para isso seja necessário cuspir no sacrifício daqueles outros cristãos que tiveram a ousadia de pegar em armas para defender a Terra Santa atacada e conquistada por muçulmanos! Porque estes cristãos que fizeram as Cruzadas não souberam dar a outra face, e, por conseguinte, agiram contra a mais autêntica mensagem cristã...
E nem pedem desculpa apenas aos muçulmanos, que isso seria demasiado político-social... não! Eles pedem desculpa até ao Deus muçulmano (que é o mesmo que o dos cristãos, mas os desculpadiços usam o vocabulário muslo que sempre fica melhor na fotografia...), que é para a hoste islâmica se sentir mesmo vingada... há-de ter um efeito do camandro sobre as massas islâmicas, este gesto: «vêem como eles reconhecem que foram maus e que nós tínhamos e temos razão, vêm pedir desculpa ao Deus Verdadeiro!» Pois é, uma mensagem bonita...
Claro que estes líderes cristãos podiam ter respondido no mesmo tom e nível que os pacíficos muçulmanos que tiveram a iniciativa de escrever uma carta aberta em favor da paz - mas isso não seria suficientemente cristão, e aquele amor universalista em forma masoquista está-lhes «no sangue», é uma questão de (de)formação... e, dois mil anos depois, está bem viva...
35 Comments:
Este paneleiro, que anda a dar o cu à quinta à noite, andava a dizer que o Dragão era impotente e que era por isso que lhe apagava os comentários insultuosos! Não é que o pila-murcha anda a apagar comentários semelhantes aos que ele deixava no Dragão e nos outros blogues?! Gentinha frustrada, historiador sem obra nem investigação, lusitano de trazer por casa... Caturo, o que é que tu és senão um frustrado que não consegue fazer nada na vida, um lunático que vive num mundo que não existe, um ignorante que acha que dá baile a toda a gente?
Para além de pila-murcha és paneleiro! Não tens vergonha que por trás dessa exaltação lusitana e racial, esteja apenas uma desculpa para andares com gajos com cabeça de picha e lhes mamares no caralho?
Este paneleiro, que anda a dar o cu à quinta à noite, andava a dizer que o Dragão era impotente
E com razão, ó filhodaputa de ânus estraçalhado. A merda do teu querido réptil começou por puxar a conversa para o insulto e depois, quando levou mais nos cornos do que estava à espera, como afinal viu que não era rei do insulto, tratou de cobardemente esconder os escarros que lhe atirei às trombas.
Ora isto não tem nada a ver com o que tu e quejanda merda anda aqui a fazer, ó filhodaputa capado - o esterco da tua laia nunca tenta argumentar como eu argumentei com o dragão, ou então se tenta é esmigalhada e fica babada de ódio, vai daí desiste de tentar lutar no campo das ideias e passa à ordinarice mentecapta pura e simples, que é o que estás a fazer agora.
Assim, meu monte de entulho, meto-te pela goela abaixo a tua ridícula comparação - como se algum dia um merda como tu se pudesse comparar comigo ou com qualquer outra pessoa com um mínimo de decência.
Não é que o pila-murcha anda a apagar comentários semelhantes aos que ele deixava no Dragão e nos outros blogues?!
Não, meu filhodaputa capado, eu apago comentários puramente insultuosos, surgidos do nada (porque a merda como tu vale menos do que nada), completamente a despropósito, baseadas em bocas imbecis sem qualquer fundamento ideológico, destinadas apenas a ajavardar o local, para desse modo afastar as pessoas que querem ler sobre matérias interessantes. Merda como tu topo eu à légua e não vos deixo fazerem o que vos apetece, para através dessa táctica cobarde servirem alguma vingança de algum bloguista frustrado que levou na corneta e apagou os comentários que lhe deitavam as tretas abaixo...
Gentinha frustrada,
Gentinha frustrada serias tu, se ao menos fosses gentinha. Mas não, nem humano és, meu esterco. Quanto a frustração, bem se vê pelos teus «contributos»: puro ódio impotente, insultos sem conteúdo, tentativa cobarde e invejosa de destruir duma maneira suja aquilo que não consegue combater, ou que os seus donos não conseguem combater pela via ideológica e argumentativa.
historiador sem obra nem investigação,
Aquilo que faço na vida só a mim diz respeito - e falar no assunto a propósito de disputas ideológicas só evidencia a cobardia, a frustração e a visceral mediocridade de quem, não tendo maneira de mostrar que estou enganado, tenta atacar-me em termos pessoais.
De resto, aquilo que ando realmente a fazer em termos académicos está bem além do teu conhecimento... :)
lusitano de trazer por casa...
Antes lusitano de trazer por casa do que verme babado e invejoso que não chega a valer um caracol, como é o teu caso.
Caturo, o que é que tu és senão um frustrado que não consegue fazer nada na vida,
Cuidado com essa, olha que essa vira-se contra ti - pois se dizes que sou um frustrado que não consegue fazer nada na vida, então como é que tu ficas, depois de seres por mim pisoteado? Esmigalhado pelas botas dum frustrado? :)
Pois é - não pensaste no que estavas a dizer, cuspiste para cima, e o escarro, que não chegou cá acima, caiu-te em cima dos cornos.
um lunático que vive num mundo que não existe,
O meu mundo existe - o teu é que pelos vistos não... porque o teu rancor deve vir daí, de vires a tua imagem do mundo a ser continuamente desfeita pelo que aqui se diz. E, como não consegues impedi-lo, ficas irritado, não admites que se te negue os fundamentos daquilo em que acreditas.
um ignorante que acha que dá baile a toda a gente?
Não é «acha» - é dá baile a indivíduos que, para além de ignorantes, são, repara bem, imbecis e arrogantemente desonestos, daí que pensem que com meia dúzia de tretas e bocas pretensamente «espirituosas», «arrumam» o oponente. Como afinal as coisas correm-lhes mal quando apanham pela frente com quem não se deixa impressionar pela sua prosápia vazia de valor e colada com cuspo, ficam naturalmente incomodados em ver as suas fragilidades «intelectuais» a serem postas a nu. Isto aconteceu com o Dragão, com o Corcunda, com o Ciscokid e, provavelmente, contigo também, ó imundo e cobarde caganifrates - deves ter sido um dos vermes que esmaguei e que ficou tão envergonhado que nem sequer se atreve a assinar com o seu nome do costume.
Olha lá, ó cabelo de puta velha, porque é que os outros não podem apagar comentários e tu podes? Porque são despropositados e gratuitos? Mas eles não têm o mesmo direito que tu de escolher o que acham despropositado e gratuito?
És mesmo um merdas e levas sempre baile! O que vale é que te rodeias de gajos mais ignorantes que tu, para te alimentar o ego! São os analfabetos que te dizem que ganhas as discussões todas.
Deve ser triste...
E tu assinas alguma coisa, ó Celsinho? Até tens nome de preto!
Ficava bem ao Caturo esclarecer as suas habilitações académicas. Ficamos a aguardar.
Olha lá, ó cabelo de puta velha, porque é que os outros não podem apagar comentários e tu podes?
Os outros podem fazer o que lhes apeteça, ó paneleiro. E eu posso criticá-los. Se apagam comentários com ideias, são cobardes; se apagam comentários com insultos depois de terem sidos eles a resvalar para o insulto bem rasca, ou como táctica para escaparem ao debate de ideias, ou por ódio intolerante, são cobardes à mesma. Agora, apagar comentários puramente insultuosos, sem qualquer conteúdo ideológico, isso é pura questão de higiene.
És mesmo um merdas e levas sempre baile
É por eu dar sempre baile que tu te espumas todo de raiva impotente, capado.
O que vale é que te rodeias de gajos mais ignorantes que tu,
Ahahah... gajos que sabem realmente do que falam e que, como tal, também põem a nu a incompetência e a imbecilidade dos merdas da tua laia, como foi disso exemplo o baile, exemplar a todos os títulos, que o Oestreminis deu a um anónimo qualquer, se calhar até eras tu, ou o cobarde cifótico do pasquim (a avaliar pelas exclamações à copinho-de-leite, e pelo pedantismo ignorante e prontamente desarmado pelo Oestreminis... :)), a propósito do tema dos Nacionalismos (Herder, AJB, Strasser, etc.).
Doeu, não foi, ó rastejante?... :)
E tu assinas alguma coisa, ó Celsinho?
Sem dúvida, gebo (ou gibo?) castrado. Não sou como tu.
Até tens nome de preto!
É um nome latino, ó filhodaputa sem nome (mas até disso tens inveja, de não ter nome?)
Ficava bem ao Caturo esclarecer as suas habilitações académicas. Ficamos a aguardar
O Caturo não tem de esclarecer coisa alguma, visto que não mistura a sua vida pessoal e profissional com este blogue.
De resto, o Caturo nunca fez gala da sua preparação académica, nem disso depende a existência deste blogue, que o Caturo nunca declarou ser «um blogue de um historiador» ou de um académico, mas simplesmente um blogue onde o Caturo diz o que lhe apetece.
Entretanto, é quem quer provar que o Caturo mente que tem de apresentar provas. Mas mesmo a busca de provas nesse sentido só mostra a baixeza cretina de quem a faz - porque, não tendo argumentos para combater o que digo, tenta desviar as atenções do campo das ideias para o da vida pessoal dos argumentadores, o que, como se sabe, constitui a falácia lógica mais rasca e bem conhecida (argumento ad hominem).
Ou seja, é postura de gentalha mesquinha, medíocre, invejosa, iletrada e impotente que nem pode ser vítima de ataques ad hominem porque nem sequer é hominem a sério.
Quando comecei a ler este blogue fiquei com a ideia de que quem vinha aqui chingar o Caturo era malta esquerdalha no entanto, com o passar do tempo, fiquei com uma certeza de quase 100% de que afinal os seus principais inimigos são "nacionalistas" que quando se encontram com ele lhe dão palmadinhas nas costas.
Fica alerta Caturo, cuidado com essa gentinha.
Vou de armadura completa e gladio em riste, darei trevas a esses hereges.
celso nuno marques carvalhana,
o que se passa contigo?
Quando te conheci não eras assim tão virado para a violência, para o ódio. Devem ser as influências dos teus novos amiguinhos.
Fica lá com o PNR para ti e para a tua tropa, porque aqueles que sabem o que é o nacionalismo de verdade já não querem mais nada com esse partido que tu e os da tua laia tornaram microscópico e anti-nacional.
Kant
Vida e obra
Immanuel Kant nasceu, estudou, leccionou e morreu em Koenigsberg. Nunca deixou essa grande cidade da Prússia Oriental, cidade universitária e também centro comercial muito activo para onde afluíam homens de nacionalidade diversa: polacos, ingleses, holandeses. A vida de Kant foi austera (e regular como um relógio). Levantava-se às 5 horas da manhã, fosse inverno ou verão, deitava-se todas as noites às dez horas e seguia o mesmo itinerário para ir de casa à Universidade. Duas circunstâncias fizeram-no perder a hora: a publicação do "Contrato Social" de Rosseau, em 1762, e a notícia da vitória francesa em Valmy, em 1792. Segundo Fichte, Kant foi "a razão pura encarnada".
Kant sofreu duas influências contraditórias: a influência do Pietismo, protestantismo luterano de tendência mística e pessimista (que põe em relevo o poder do pecado e a necessidade de regeneração), que foi a religião da mãe de Kant e de vários dos seus professores, e a influência do Racionalismo: o de Leibnitz, que Wolf ensinara brilhantemente, e o da Aufklärung (a Universidade de Koenigsberg mantinha relações com a Academia Real de Berlim, tomada pelas novas ideias). Acrescentemos a literatura de Hume que "despertou Kant do seu sono dogmático" e a literatura de Rousseau, que o sensibilizou em relação ao poder interior da consciência moral.
A primeira obra importante de Immanuel Kant - assim como uma das últimas, o "Ensaio sobre o mal radical" - consagra-o ao problema do mal: o "Ensaio" para introduzir em filosofia a noção de grandeza negativa (1763) opõe-se ao optimismo de Leibnitz, herdeiro do optimismo dos escoláticos, assim como do da Aufklärung. O mal não é a simples "privatio bone", mas o objecto muito positivo de uma liberdade malfazeja. Após uma obra em que Kant critica as ilusões de "visionário" de Swedenborg (que pretende tudo saber sobre o Além), segue-se a "Dissertação" de 1770, que vale ao seu autor a nomeação para o cargo de professor titular (professor "ordinário", como se diz nas universidades alemãs).
Nela, Kant distingue o conhecimento sensível (que abrange as instituições sensíveis) e o conhecimento inteligível (que trata das ideias metafísicas). Em seguida, surgem as grandes obras da maturidade, onde o criticismo kantiano é exposto. Em 1781, temos a "Crítica da Razão Pura", cuja segunda edição, em 1787, explicará as suas intenções "críticas" (um estudo sobre os limites do conhecimento). Os prolegómenos a toda a metafísica futura (1783) estão para a "Crítica da Razão Pura" assim como a "Investigação sobre o entendimento" de Hume está para o "Tratado da Natureza Humana": uma simplificação brilhante para o uso de um público mais amplo. "A Crítica da Razão Pura" explica essencialmente porque é que as metafísicas são voltadas ao fracasso e porque a razão humana é impotente para conhecer o fundo das coisas. A moral de Kant é exposta nas obras que se seguem: o "Fundamento da Metafísica dos Costumes" (1785) e a "Crítica da Razão Prática" (1788). Finalmente, a "Crítica do Juízo" (1790) trata das noções de beleza (e da arte) e de finalidade, procurando, dessa forma, uma passagem que una o mundo da Natureza, submetido à necessidade, ao mundo moral onde reina a liberdade.
Kant encontrara protecção e admiração no imperador Frederico II.O seu sucessor, Frederico-Guilherme II, menos independente dos meios devotos, inquietou-se com a obra publicada por Kant em 1793 e que, apesar do título, era profundamente espiritualista e anti-Aufklärung: A Religião nos limites da simples Razão. Ele fez com que Kant se obrigasse a nunca mais escrever sobre religião, "como súbdito fiel de Sua Majestade". Kant, por mais inimigo que fosse da restrição mental, achou que essa promessa só o obrigaria durante o reinado desse príncipe! E, após o advento de Frederico-Guilherme III, não hesitou em tratar, no "Conflito das Faculdades" (1798), do problema das relações entre a religião natural e a religião revelada!Entre as suas últimas obras citamos "A doutrina do direito", "A doutrina da virtude" e o "Ensaio filosófico sobre a paz perpétua "(1795).
A Ciência e a Metafísica
O método de Immanuel Kant é a "crítica", isto é, a análise reflexiva. Consiste em remontar do conhecimento às condições que o tornam eventualmente legítimo. Em nenhum momento Kant duvida da verdade da física de Newton, assim como do valor das regras morais que a sua mãe e os seus mestres lhe haviam ensinado. Não estão, todos os bons espíritos, de acordo quanto à verdade das leis de Newton? Do mesmo modo todos concordam que é preciso ser justo, que a coragem vale mais do que do que a cobardia, que não se deve mentir, etc... As verdades da ciência newtoniana, assim como as verdades morais, são necessárias (não podem não o ser) e universais (valem para todos os homens em todos os tempos). Mas, sobre que bases se fundam tais verdades? Em que condições são elas racionalmente justificadas? Em compensação, as verdades da metafísica são objecto de incessantes discussões. Os maiores pensadores estão em desacordo quanto às proposições da metafísica. Porquê esse fracasso?
Os juízos rigorosamente verdadeiros, isto é, necessários e universais, são a priori, isto é independentes dos azares da experiência, sempre particular e contigente. À primeira vista, parece evidente que esses juízos a priori são juízos analíticos. Juízo analítico é aquele cujo predicado está contido no sujeito. Um triângulo é uma figura de três ângulos: basta-me analisar a própria definição desse termo para dizê-lo. Em compensação, os juízos sintéticos, aqueles cujo atributo enriquece o sujeito (por exemplo: esta régua é verde), são naturalmente a posteriori; só sei que a régua é verde porque a vi. Eis um conhecimento sintético a posteriori que nada tem de necessário (porque sei que a régua poderia não ser verde) nem de universal (porque todas as réguas não são verdes).
Entretanto, também existem (este enigma é o ponto de partida de Kant) juízos que são, ao mesmo tempo, sintéticos e a priori! Por exemplo:a soma dos ângulos de um triângulo equivale a dois rectos. Eis um juízo sintético (o valor dessa soma de ângulos acrescenta algo à idéia de triângulo) que, no entanto, é a priori. De facto, eu não tenho necessidade de uma constatação experimental para conhecer essa propriedade. Tomo conhecimento dela sem ter necessidade de medir os ângulos com um transferidor. Faço-o por intermédio de uma demonstração rigorosa. Também em física, eu digo que o aquecimento da água é a causa necessária da sua ebulição (se não houvesse aí senão uma constatação empírica, como acreditou Hume, toda a ciência, enquanto verdade necessária e universal, estaria anulada). Como se explica que tais juízos sintéticos e a priori sejam possíveis?
Eu demonstro o valor da soma dos ângulos do triângulo ao fazer uma construção no espaço. Mas por que razão a demonstração se realiza tão bem na minha folha de papel do mesmo modo que no quadro... ou então, como no chão em que Sócrates traçava figuras geométricas para um escravo? É porque o espaço, assim como o tempo, é um quadro que faz parte da própria estrutura de meu espírito. O espaço e o tempo são quadros a priori, necessários e universais da minha percepção (o que Kant mostra na primeira parte da "Crítica da Razão Pura", denominada Estética Transcendental. Estética significa teoria da percepção, enquanto transcendental significa a priori, isto é, simultaneamente anterior à experiência e condição da experiência). O espaço e o tempo não são, para mim, aquisições da experiência. São quadros a priori de meu espírito, nos quais a experiência se vem depositar. Eis por que as construções espaciais do geómetra, por mais sintéticas que sejam, são a priori, necessárias e universais. Mas o caso da física é mais complexo. Aqui, eu falo não só do quadro a priori da experiência, mas, ainda, dos próprios fenómenos que nela ocorrem. Para dizer que o calor faz ferver a água, é preciso que eu constate. Como é que, então, os juízos do físico podem ser a priori, necessários e universais?
É porque,como explica Kant, as regras, as categorias, pelas quais unificamos os fenómenos esparsos na experiência, são exigências a priori do nosso espírito. Os fenómenos,por si próprios, são dados a posteriori, mas o espírito possui, antes de toda a experiência concreta, uma exigência de unificação dos fenómenos entre si, uma exigência de explicação por meio de causas e efeitos. Essas categorias são necessárias e universais. O próprio Hume, ao pretender que o hábito é a causa da nossa crença na causalidade, não emprega necessariamente a categoria a priori de causa na crítica que nos oferece? "Todas as intuições sensíveis estão submetidas às categorias como às únicas condições sob as quais a diversidade da intuição pode unificar-se dentro de uma consciência". Assim sendo, a experiência fornece-nos a matéria do nosso próprio conhecimento, mas é o nosso espírito que, por um lado, dispõe a experiência no seu quadro espácio-temporal (o que Kant mostrará na Estética Transcendental) e, por outro, imprime-lhe ordem e coerência por intermédio das suas categorias (o que Kant mostra na Analítica Transcendental). Aquilo a que denominamos experiência não é algo que o espírito, tal como argila mole, receberia passivamente. É o próprio espírito que, graças às suas estruturas a priori, constrói a ordem do universo. Tudo o que nos surge bem relacionado na natureza, foi relacionado pelo espírito humano. É a isto que Kant chama de "a minha revolução copernicana". "Não é o Sol", dissera Copérnico, "que gira em torno da Terra, mas é esta que gira em torno daquele". O conhecimento, diz Kant, não é o reflexo do objecto exterior. É o próprio espírito humano que constrói - com os dados do conhecimento sensível - o objecto do seu saber.
Na terceira parte da "Crítica da Razão Pura", na Dialética transcendental, Kant interroga-se sobre o valor do conhecimento metafísico. As análises precedentes, ao fundamentar solidamente o conhecimento, limitam o seu alcance. O que é fundamentado é o conhecimento científico, que se limita a por em ordem, graças às categorias, os materiais que lhe são fornecidos pela intuição sensível.
"No entanto", diz Immanuel Kant," é por isso que não conhecemos o fundo das coisas. Só conhecemos o mundo refractado através dos quadros subjectivos do espaço e do tempo". Só conhecemos os fenómenos e não as coisas em si ou noumenos. As únicas intuições de que dispomos são as intuições sensíveis. Sem as categorias, as intuições sensíveis seriam "cegas", isto é, desordenadas e confusas, mas sem as intuições sensíveis concretas as categorias seriam "vazias", isto é, não teriam nada para unificar. Pretender como Platão, Descartes ou Espinoza que a razão humana tem intuições fora e acima do mundo sensível, é passar por "visionário" e iludir-se com quimeras: "A pomba ligeira, que no seu vôo livre fende os ares de cuja resistência se ressente, poderia imaginar que voaria ainda melhor no vazio. Foi assim que Platão se aventurou nas asas das ideias, nos espaços vazios da razão pura. Não se apercebia que, apesar de todos os seus esforços, não abria nenhum caminho, uma vez que não tinha ponto de suporte sobre o qual pudesse aplicar as suas forças".
Entretanto, a razão não deixa de construir sistemas metafísicos porque a sua vocação verdadeira é procurar unificar incessantemente, mesmo para além de toda a experiência possível. Esta inventa o mito de uma "alma-substância" ,porque,por um lado, supõe realizada a unificação completa dos meus estados de alma no tempo, e por outro o mito de um Deus criador porque persegue um fundamento do mundo que seja a unificação total do que se passa neste mundo... Mas, privada de qualquer ponto de apoio na experiência, a razão, como louca, perde-se nas antinomias, demonstrando, contrária e favoravelmente, tanto a tese quanto a antítese (por exemplo: o universo tem um começo? Sim, pois o infinito para trás é impossível, daí a necessidade de um ponto de partida. Não, uma vez que eu sempre me posso interrogar:o que havia antes do começo do universo?). Enquanto o cientista faz um uso legítimo da causalidade, que ele emprega para unificar fenómenos registados na experiência (aquecimento e ebulição), o metafísico abusa da causalidade na medida em que se afasta deliberadamente da experiência concreta (quando imagino um Deus como causa do Mundo, afasto-me da experiência, porque só o Mundo é objecto da minha experiência). O princípio da causalidade, convite à descoberta, não deve servir de permissão para se inventar.
Anónimo cobarde das 2:44:00 PM, ainda bem que a gentalha como tu está fora do PNR.
E espero, honestamente, que não sejas um certo aventuroso du Tintin, porque isso sim, seria realmente triste...
"Anónimo cobarde das 2:44:00 PM"
Pois é Caturo, é destes teus correlegionários que eu falava, hoje uma facada nas costas, amanhã um palmadinha. Amigos como sempre!
Tudo a seu tempo. As verdades acabam por se revelar e todas as carantonhas cobardemente escondidas atrás de sorrisos e atitudes pretensamente camaradistas acabam por ficar expostas.
A Treasureseeker teve a ousadia de querer ignorar a peixeirada que um cobarde asqueroso e invejoso estava a querer criar, por isso colocou aqui um artigo sobre Kant... acto contínuo, foi «punida» pela escumalha que, por manifesta mediocridade e incapacidade argumentativa, quer transformar o blogue numa lixeira, afastando tudo o que possa ter valor cultural...
Sintomático.
Claro que o esforço suplementar da ralé que produziu uma enxurrada de ordinarices cretinas foi todo apagado. A higiene acima de tudo.
O princípio da causalidade, convite à descoberta, não deve servir de permissão para se inventar
Um bom antídoto contra certos dogmatismos ideológico-religiosos. Não admira que, no prefácio de «Crítica da Razão Pura», Kant enalteça o princípio do «Sapere aude!» («Atreve-te a saber/pensar!»), a independência do indivíduo para pesquisar por si mesmo, contra os ditames dos que se pretendem donos da verdade - porque mesmo que a princípio o indivíduo recém-libertado cometa erros, acabará por se ir corrigindo.
"Claro que o esforço suplementar da ralé que produziu uma enxurrada de ordinarices cretinas foi todo apagado."
os posts ordinários continuam neste tópico e à vista desarmada
um abraço
Não os que tinham por alvo a Treasureseeker.
Saudações.
ainda bem que percebeste que somos bastante diferentes.
aliás, não esperava outra análise da tua parte, tendo em conta a tua privilegiada acutilância mental.
Pena é que não colques todas essas infinitas qualidades ao serviço do pnr.
já que a avaliar pelo estado de implantação e exposição do partido, és mais um dos que por lá andam a coçar a micose, bem ao estilo dos caça-fantasmas.
consideras-te uma entidade sobre-dotada, infinitamente culta e com formação intelectual???????
tenho dúvidas.
Pena é que não colques todas essas infinitas qualidades ao serviço do pnr
Dizes tu, sem saber do que falas - o que, aliás, é a tua prática mais habitual.
já que a avaliar pelo estado de implantação e exposição do partido,
Não te preocupes com isso, não percas o sono... :)
Caro Caturo
Salvo o devido respeito,as suas palavras são desnecessárias,e para cúmulo,sem qualquer fundamento.
Creia que não quero polemizar,e faça o favor de me considerar um Homem lúcido como eu o considero a si.
Por isso mais uma vez me desiludiu.
Ignoremos o ódio,o recalcamento,o insulto suez entre Camaradas do mesmo Partido.
Que bem ao contrário do que parece julgar e divulgar,nunca lhe foram hostis.E mesmo que o fossem, estavam no seu pleno direito.
Parece divertido em arranjar confusões... então afinal é do mesmo Partido ou não? E, se é, porque tentou denegrir o PNR?
Oh Caturo! caso não seja a mesma pessoa a retorquir-te neste tópico. parece que os antifascistas e direitinhas se uniram para te "tramar"
Foda-se! Este paneleiro deste Catotas deve andar sempre a bater à punheta à conta do Dragão e do Corcunda! Vê os gajos em todo o lado.
"Ignoremos o ódio,o recalcamento,o insulto suez entre Camaradas do mesmo Partido"
É o que eu digo. Primeiro uma naifada nas tripas, depois umas palmadinhas nas costas. Ainda vamos ver o Caturo com colete à prova de "nacionalistas". Fonix, que seita!
"Ficava bem ao Caturo esclarecer as suas habilitações académicas. Ficamos a aguardar
O Caturo não tem de esclarecer coisa alguma, visto que não mistura a sua vida pessoal e profissional com este blogue."
Olha que não sei, até o Socrates teve de dar (quer dizer...) esclarecimentos a propósito da sua licenciatura.
O Sócrates dizia-se engenheiro e usava tal designação como título. Além disso, houve primeiro alguém que apresentou provas de que ele não era licenciado.
«Caturo disse...
Parece divertido em arranjar confusões... então afinal é do mesmo Partido ou não? E, se é, porque tentou denegrir o PNR?»
Caturo, a minha estória é parecidíssima com a do veriSSimo
Ao contrário do Caturo, o Sócrates tem provado ter ideias claras, coragem na sua aplicação e ser determinado.
E O SÓCRATES É LICENCIADO, E NÃO BACHAREL COMO O CATURO AHAHAHAHAHA
Não sei se o Sócrates é mesmo licenciado; eu sou-o seguramente; quanto a ti, mentecapto baboso, duvido que tenhas ido além do décimo ano de escolaridade (e porque os «stôres» tinham pena de ti e lá arranjavam maneira de te deixarem prosseguir, a rastejar) - aliás, a tua raiva deve mesmo ser essa. :)
Quanto à actuação de Sócrates, tem sido bem vergonhosa, pelo menos no que à política externa diz respeito. O facto de o apoiares só ajuda a mostrar a merda que és - um tuga subserviente ao africano e ao terceiro-mundo em geral.
Bom proveito. :)
Ainda por cima escreves mal...
cala-te castro
vai chamar Castro ao paneleiro do teu pai
O Castro viu-lhe fugir o tacho do PND.
Fodeu-se o gajo.
Agora insultam o José Castro, mas qualquer dia estão outra vez a implorar para ele regressar ao PNR. Não têm vergonha nenhuma
O Castro está a defender o "adorado pelos Pnr's" MM mas mesmo assim continuam os ataques.
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