RESPEITINHO PELOS TOTALITÁRIOS E «TRADIÇÃO GOVERNAMENTAL» JUSTIFICAM TRATAMENTO DADO AO LÍDER ESPIRITUAL TIBETANO

O Governo português excluiu a hipótese de receber oficialmente Tenzin Gyatso, o XIV Dalai Lama que chega hoje a Lisboa para uma visita de cinco dias, à semelhança do que aconteceu em 2001 quando o líder espiritual do Tibete esteve em Portugal pela primeira vez, tendo visitado Lisboa, Porto e o Santuário de Fátima.

Na época, a República Popular da China repudiou a visita do seu maior inimigo. Portugal, que mantém relações diplomáticas com aquele país asiático desde 1979 e transacções comerciais que simbolizam milhares de euros, quer evitar conflitos.

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Imagine-se que que o governo do Salazar se tinha recusado a receber um líder de uma comunidade judaica a viver na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Imagine-se que os motivos apresentados pelo governo salazarista eram os mesmos que os actuais governantes portugueses invocam:
- «temos lá interesses económicos, não os podemos irritar»;
- «bem, nunca os governos portugueses receberam o tal líder espiritual e vai daí a gente também não...» (esta ouvi eu na rádio Antena 1, da boca de um ministro, juro).

Imagine-se o que é que não diriam agora os «antifascistas de longa data»... os mesmos que agora compõem governos que recusam receber o Dalai Lama.

E ainda têm o atrevimento de afirmarem que merecem ser respeitados? E de julgarem que podem dar lições de moral seja a quem for? Que comediantes.