DECLARAÇÃO EUROPEIA DE TOLERÂNCIA

E agora, caros leitores, ou camaradas ou neutros ou curiosos ou filhasdaputa, aqui vai uma notícia que decerto deliciará os amantes da tolerância e da liberdade de expressão, especialmente os que lutam pelos direitos das minorias e das mulheres em todo o mundo: os líderes de vários comités europeus para ex-muçulmanos vão hoje assinar, em Haia, uma «Declaração Europeia de Tolerância».

Os comités são de vários países, tais como o Reino Unido, a Dinamarca, a Finlândia, a Alemanha, a Noruega, a Holanda e a Suécia, e pretendem chamar a atenção dos povos para aquilo a que chamam «a falta de liberdade de religião no seio da cultura islâmica.»

O representante holandês afirmou que a data de onze de Setembro foi escolhida para condenar simbolicamente o terror e a intolerância do Islão político.

O movimento europeu dos ex-muçulmanos foi lançado em Fevereiro deste ano por iranianos estabelecidos na Alemanha e na Holanda.

A interpretação dominante da doutrina islâmica proíbe aos muçulmanos o acto de renunciar à sua fé. Nos últimos meses, vários ex-muçulmanos assumidos têm sido ameaçados na Europa por muçulmanos ortodoxos - um destes apóstatas, Mina Ahadi (o iraniano que fundou o movimento) vive em recolhimento de alta segurança na Alemanha, enquanto o outro iraniano, Ehsan Jami, está agora numa casa mais segura, mas sempre na iminência de voltar a ser atacado por muçulmanos, como já o foi de facto, pelo menos duas vezes, o que aconteceu por ter declarado em entrevistas que o profeta Maomé era um «homem horrível» e por ter afirmado que queria começar um debate sobre a violência doméstica e os direitos humanos no seio do Islão.
Jami é também um membro do conselho de uma cidade perto de Haia pelo partido trabalhista. Após o ataque de que foi vítima, o seu próprio partido, de Esquerda liberal, declinou inicialmente o apoio a Jami e ao seu comité.

A dimitude abjectamente cobarde não fica por aí - em Agosto passado, o ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro Wouter Bos disse numa entrevista que não aprovava um comité «que ofende os muçulmanos e a sua fé.»

Entretanto, o partido trabalhista, após ser sujeito a muitas pressões, acabou por assinar uma declaração de apoio ao comité de ex-muçulmanos.
Mesmo assim, há no partido quem não aprecie tal ideia - Han Noten, líder da facção trabalhista no senado, protestou contra este comité nos seguintes termos: «assinar esta declaração a onze de Setembro só pode ser interpretado como uma provocação. Sugere que a questão é a respeito dos inocentes e dos culpados, com os ex-muçulmanos a serem considerados inocentes e os muçulmanos a serem considerados culpados.»

Noten distanciou-se entretanto da liderança dos trabalhistas, bem como do comité de ex-muçulmanos, considerando que este «simplifica exageradamente a realidade e polariza a sociedade».

Toda a argumentação serve pois para desviar as atenções da violência islâmica e para culpar quem milite contra tal forma de terrorismo. Infelizmente para quem desse modo procede, já fica mais divulgado o facto de que quem não é muçulmano e teve de viver em contextos sociais dominados por muçulmanos queixa-se mesmo da intolerância islâmica.
Não, não é «intolerância nazi». É intolerância islâmica.
Não, também não é «intolerância judaico-bushista», é mesmo intolerância islâmica.
Não, também não é «intolerância islamista provocada pelo judaico-bushismo», é mesmo intolerância islâmica que é mesmo muçulmana.
Assim de repente, não vejo que volta se há-de dar a isto... é mesmo intolerância islâmica, paciência.

Aguardo pois que tão refrescante notícia, de uma acção em prol da tolerância à escala europeia, seja dada a conhecer nos noticiários de hoje à noite.


Ah, já sei... a notícia não vai ser dada porque não passa de um teatrinho que se calhar foi ordenado pelo Bush e os seus «actores» são na verdade agentes da CIA e da Mossad disfarçados de ex-muçulmanos... ok, fica esclarecido.