SOCIALISTAS DA EUROPA CONTRA A ISLAMOFOBIA

Há neste momento organizações socialistas europeias a mobilizar-se para travar a islamofobia crescente na Europa, e a maneira de fazerem isso será, dizem, quebrando o alegado monopólio do debate que tem pertencido, até agora, aos grupos nacionalistas de extrema-direita.

O Partido dos Socialistas Europeus (PSE)- que representa 214 membros do Parlamento Europeu e é feito a partir de 33 partidos socialistas e social-democratas europeus - criou um comité que procura combater a islmofobia. Acreditando que o Islão é agora uma religião europeia, o comité de vinte e cinco membros quer «ouvir» os vinte milhões de muçulmanos que vivem agora na Europa para entenderem os seus problemas e arranjar soluções para sanar as ofensas de que foram vítimas.

Ou seja: mais uma vez, actua no seio da Esquerda mais representativa e relevante o princípio de presumir que o amado e sacrossanto «outro», isto é, o alienígena, tem geralmente razão em sentir-se ofendido por «nós».
Para quem não percebeu, ou prefere não perceber, faz-se notar que isto é, mais uma vez, a prática do mandamento cristão de dar a outra face ao agressor.

Os socialistas europeus afirmam que têm crescido os preconceitos contra o Islão depois dos recentes ataques terroristas cometidos por muçulmanos, e das reacções violentas das massas islâmicas perante as caricaturas editadas por um jornal dinamarquês e as declarações papais sobre a natureza violenta do Islão.

Pois... quando há crimes cometidos por «racistas», é preciso proibir as doutrinas «racistas»... mas quando há crimes, em barda, cometidos por muçulmanos, é preciso combater, não a doutrina muçulmana, mas sim aqueles que... ficam de pé atrás contra a doutrina muçulmana...

Sim, isto é realmente dar a outra face ao inimigo, tendo o cuidado de descer ao pormenor da abjecção, que é tentar impedir que no seio dos «nossos» haja reacção de defesa.

Isto é levar o mandamento cristão ao requinte do nojo: é, não só dar a outra face ao agressor, mas também atar as mãos a quem se queira defender desse agressor.

Uma das principais representantes do supramencionado comité, deputada turca a viver na Holanda, afirma que a cultura europeia, geralmente definida como «judaico-cristã», vai em breve passar a ser «judaico-cristã-islâmica».

Aqui observa-se em concreto a atitude esquerdista que apela à passividade perante os alegados «factos consumados» - do mesmo estilo são os argumentos esquerdistas que dizem que é preciso aceitar a imigração em massa porque «eles (os imigrantes) já cá estão e mesmo que a gente lhes feche a porta eles entram pela janela». Ou seja, é exactamente o mesmo que dizer que não vale a pena haver leis e polícia porque vão sempre existir criminosos.

Enfim, talvez o feitiço se volte contra o feiticeiro e um dia os internacionalistas deste jaez sejam obrigados a admitir que os africanos, os turcos, os mouros, já não fazem parte da Europa porque os «nazis» terão entretanto expulsado essa gente toda...

E continua, a senhora, o seu discurso, apresentando outro argumento ainda mais significativo, ora atente-se:

«Os muçulmanos viveram juntamente com os cristãos em Espanha e na Bósnia durante séculos.»

Que maravilha, os dois exemplos apresentados... claro que tanto num caso como noutro, os cristãos viviam subjugados aos muçulmanos.

Portanto, das duas uma: ou a política turca ignora por completo a realidade histórica à qual se refere ou então está a querer atirar areia para os olhos dos Europeus.