terça-feira, abril 10, 2007

APERTA-SE O CERCO CONTRA O OCIDENTE

Recomenda-se a leitura deste actualíssimo e pertinente artigo que dá conta da crescente proximidade, não apenas entre as diferentes facções de muçulmanos, mas sobretudo entre islamistas e esquerdistas, ou seja, entre os inimigos históricos de tudo o que não é muçulmano e os párias militantes, traidores por convicção ideológica. A esta aliança junta-se, cada vez mais, a América do Sul - todos contra o mesmo inimigo, ao qual chamam «o imperialismo», mas que, bem vistas as coisas, é pura e simplesmente o Ocidente, mas dum modo mais particularista e por isso mais enganador: o seu discurso formal ataca apenas os EUA, visto que a pátria dos ianques constitui o maior potentado do mundo ocidental; mas, no fundo, a lógica de tal aliança funcionará igualmente contra uma Europa que se pretenda forte, Rússia incluída.

É curioso que, embora as diferenças radicais entre a Esquerda e o Islão devessem sobressair, naturalmente, à medida que o tempo passasse, como duas linhas aparentemente paralelas que, todavia, nalgum ponto do plano irão fatalmente entrar em colisão (como acontece actualmente entre o Nacionalismo e o Patriotismo Fascista, por exemplo), embora fosse evidente que as divergências entre esquerdistas e islamistas acabariam por tornar-se incontornáveis, sucede o contrário - o seu pacto solifica-se, cristaliza-se, eventualmente obedecendo à directriz do intelectual comunista Gramsci, que acreditava na ideia de que duas forças ideologicamente divergentes pudessem fazer frente comum para provocar a queda de determinado oponente, após a qual os aliados em questão seguiriam cada qual o seu caminho próprio.