terça-feira, dezembro 20, 2005

A QUEDA DO CRUCIFIXO EM TODA A EUROPA

O Cristianismo perde terreno na Europa.

Nos EUA, um caso em que havia quem quisesse fazer passar, no Texas, uma lei contra as sodomia, deu origem a uma afirmação do juíz Anthony Kennedy segundo a qual já era tempo de os Norte-Americanos começarem a adoptar uma postura mais europeia a respeito do que é certo e errado.

Acto contínuo, a hoste cristã mais zelosa de entre os Ianques atirou-se ao ar, porque a Europa, onde o Cristianismo está a cair, não seria de maneira nenhuma um bom modelo a seguir.

O «New York Times», que, como se sabe, é dos jornais mais lidos por terras do Tio Sam, aproveitou a deixa para realçar a queda da adoração do crucificado no continente europeu.

Tratou pois de informar o seu público a respeito da actual postura dos Europeus perante o judeu morto na cruz.

Assim, fez saber que em França, por exemplo, apenas uma em vinte pessoas vai à igreja, enquanto nos E.U.A. essa relação é de um para três. Um pastor da região norte francesa chegou mesmo a dizer que «O que é interessante não é o haver menos pessoas na igreja, mas sim o não haver nenhuma de todo».

Deu também a conhecer que, em Inglaterra, embora haja vinte e cinco milhões de pessoas que se dizem anglicanas, não há todavia mais de um milhão de crentes a frequentar semanalmente a igreja.

Revelou que, em Itália, apesar de oitenta e cinco por cento da população se declarar católica romana, apenas quinze por cento vai à igreja.

Citou a propósito de tudo isto as palavras de um sacerdote da Igreja Reformada e Unida da Grã-Bretanha: «o que é facto é que a Europa já não é cristã».

O jornalista do Times observou vários indícios da diminuição da influência cristã na Europa, tais como a remoção dos crucifixos das salas de aula das escolas públicas em toda a Europa Ocidental, bem como o facto de que muitas congregações foram forçadas a fechar ou a importar sacerdotes.

E, claro, o sinal mais explícito, para o Times, e, presume-se, para a generalidade da sociedade norte-americana, consiste na ausência de referências à influência cultural do Cristianismo no tratado da constituição europeia, não obstante a forte oposição do papa e de vários políticos europeus.


Ora tudo isto que o jornal americano revela parece apontar para aquilo que, aos olhos dos Europeus mais espiritualmente optimistas, se afigura como um horizonte radioso. O problema é que esta saída de cena do Crucifixo deixa um vazio que está progressivamente a ser ocupado pelo Crescente.

Mas enfim, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.

6 Comments:

Blogger Rodrigo N.P. said...

Não acredito que o islão substitua o cristianismo entre os europeus, é verdade que o cristianismo está acabado mas a haver um ressurgimento espiritual na Europa não creio que passe pelo islão, mais cedo assistirias a um renascimento cristão ou então, vá lá, pagão. Porém para este último caso poder suceder teria de ser feito todo um trabalho de recuperação e fundação que não vejo acontecer.

20 de dezembro de 2005 às 16:39:00 WET  
Blogger Caturo said...

Estás optimista. Eu, neste caso, não é que seja declaradamente pessimista, mas sou-o pelo menos em potencial... o Islão é a religião que mais cresce no mundo inteiro, bem como na Europa, onde a sua ascenção se deve à alta taxa de natalidade dos imigrantes norte-africanos, mas também, em pequena mas inquietante parte, à atracção de certas franjas da sociedade ocidental (jovens marginais sem eira nem beira e intelectuais de Esquerda desiludidos mas rancorosos contra o capitalismo triunfante e especialmente contra a América).

Ora, em não podendo prever o futuro de maneira a alcançar sossego de espírito, mais vale jogar pelo seguro e, por conseguinte, combater tão arduamente quanto possível...

20 de dezembro de 2005 às 17:26:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Caturo após alguma pesquisa, deparei-me com os portugueses assassinados na África do Sul, numeros apontam para 15 portugueses mortos este ano (2005), os 360, que falou são o total desde 1990, o fim do "Apartheid", publiquei um artigo, onde explico isso.

Cumprimentos, peço descupa pelo comentário impertinente (visto que se fala de religião), mas considero-o relevante.

20 de dezembro de 2005 às 18:47:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O problema é que o cristianismo está a ser substituido pelo niilismo e pelo hedonismo - que são as principais causas da nossa decadência. A haver um ressurgimento religioso na Europa estou convencido que será um renascimento cristão "à la americana": maniqueista, simplista, fundamentalista, folclorico, de tipo "born again" e igrejas como a "Maná" ou a "IURD" parecem-me indicadores de que isto não é nada improvavel.

NC

21 de dezembro de 2005 às 01:17:00 WET  
Blogger vs said...

"...rancorosos contra o capitalismo triunfante e especialmente contra a América)."

Esse é o 'combustível' que faz andar essas bestas.

21 de dezembro de 2005 às 03:14:00 WET  
Blogger Caturo said...

O problema é que o cristianismo está a ser substituido pelo niilismo e pelo hedonismo - que são as principais causas da nossa decadência.

São uma das causas - mas, quanto a mim, não a principal.

A principal, e que mais mal nos faz, é o vírus do internacionalismo militante. São os doentes afectados por esta patologia que abrem as portas da cidade e mandam o cavalo de madeira entrar; quanto aos nihilistas, são culpados apenas por passividade; os hedonistas, por distracção.

21 de dezembro de 2005 às 12:01:00 WET  

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