SOBRE A NEGAÇÃO DO CHOQUE CIVILIZACIONAL

Diz Jack Straw, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, que não há nenhum confronto civilizacional entre o Ocidente e o Islão, já que ambas as culturas são muito parecidas...

Significa isto que o sujeito considera que um bloco civilizacional caracterizado pelo amor à Liberdade é quase igual a um mundo fechado assente no princípio da Submissão (a Deus), pois que é isso que «Islão» significa - e quando este termo é traduzido como «Paz», falta sempre dizer que se trata de uma paz conseguida por meio da rendição à Entidade que revelou o Alcorão a Mafoma.

Enfim, já Aristóteles apontava a Liberdade como traço comum a Gregos e a «bárbaros ocidentais e setentrionais», isto é, Trácios, Celtas, Germanos. Tal característica distinguia os bárbaros ocidentais e os Gregos relativamente aos bárbaros orientais, que, por mais civilizados que fossem, não amavam a Liberdade, motivo pelo qual viviam submetidos a autoridades absolutas.

A propósito, vale a pena lembrar que faz hoje quase dois milénios e meio que a armada helénica derrotou a persa na batalha naval de Salamina. Este acontecimento marcou o fim das pretensões persas sobre as terras a ocidente. Ora, nesta guerra, os Gregos orgulhavam-se de serem homens livres, vivendo em Democracia, e de lutarem contra um império oriental feito de gente submissa ao «Rei dos Reis».*

Haveria na Grécia algum Jack Straw a tentar fazer crer aos seus conterrâneos que a cultura persa era muito semelhante à grega e que, por esse motivo, os filhos da Hélada não tinham razão em ser paranóicos para com os seus «aparentes» inimigos?

Jack Straw, fazendo jus ao seu apelido, manda mais palha na forma de areia para os olhos quando tenta usar o velho argumento de que os muçulmanos contribuíram imensamente para a ciência matemática, o que, pelos vistos, colide com as evidências.

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* - É verdade que os Persas, sendo Arianos, tinham um certo respeito pela diversidade e até pela liberdade, mas, estando rodeados de semitas e outros orientais, acabaram por representar perante os Gregos algo de muito pouco indo-europeu.
De qualquer forma, o que mais conta não é a questão de determinar até que ponto era opressivo o carácter da civilização persa, mas sim a opinião que os Helenos tinham de si próprios e o motivo maior do seu orgulho enquanto civilização - a Liberdade.