JAPÃO QUER FORTALECIMENTO EUROPEU CONTRA A CHINA

Nobuo Kishi, ministro da Defesa, exortou os países europeus a aumentarem as suas actividades de dissuasão contra a expansão militar da China, que "está a fortalecer rapidamente o seu poder militar".
A Europa deve falar contra a "agressão da China" e fortalecer métodos de dissuasão contra Pequim, disse Nobuo Kishi, ministro da Defesa do Japão, em entrevista publicada na Lues (20) no jornal The Guardian.

Segundo ele, o país asiático está "a tentar usar o seu poder para mudar unilateralmente o estatuto nos mares do Leste e do Sul da China", cruciais para a navegação global, e que incluem águas e ilhas reivindicadas por vários outros países.

Como exemplo, referiu um aumento drástico de "incursões" de navios chineses em áreas disputadas por Pequim e Tóquio desde 2012, incluindo uma estadia recorde de 157 dias consecutivos anteriormente em 2021 junto das Ilhas Senkaku, ou Ilhas Diaoyutai, como são referidas na China, um território disputado pelos dois países. Kishi também mencionou a presença de sete navios da Guarda Costeira chinesa patrulhando o local a 30 de Agosto.

"A China está a fortalecer o seu poder militar tanto em termos de quantidade como de qualidade, e a melhorar rapidamente a sua capacidade operacional", disse ele.

O ministro da Defesa japonês instou o Reino Unido, a França, a Alemanha e os Países Baixos a falar "sobre a situação, e isto em si tornar-se-á um dissuasor", e "que é relevante para a Europa".

"A China está a fortalecer rapidamente o seu poder militar, e o equilíbrio militar entre a China e Taiwan está em geral a mudar a favor da China, com a diferença a aumentar a cada ano", disse Nishi.

"É possível que a situação se intensifique ainda mais e, portanto, deve ser mantida uma vigilância apertada", sugeriu o chanceler do Japão.
Tensões na Ásia
Na Mércores (15) os EUA, Reino Unido e a Austrália assinaram um contrato de fornecimento de submarinos movidos a energia nuclear, cujo objectivo subjacente tem sido referido como sendo contrariar a China.

Os EUA e alguns países europeus têm realizado frequentes passagens de navios militares, incluindo pelo estreito de Taiwan, e manobras no leste da Ásia. Apesar de Taipé, um aliado de Washington, afirmar ser independente, Pequim declara que o território faz parte de Uma Só China, sendo apenas uma questão de tempo até se reunificar com o continente. Taiwan, por sua vez, tem aumentado compras militares dos EUA e recebido crescente reconhecimento diplomático por alguns países ocidentais nos últimos anos.

Além disso, o Diálogo de Segurança Quadrilateral, ou Quad, como é frequentemente referido, que abarca a Austrália, EUA, Índia e Japão, tem realizado frequente cooperação militar, especialmente desde 2017, com o objectivo implícito de conter as actividades da China. Durante esta semana, Yoshihide Suga, primeiro-ministro do Japão, viajará a Washington, EUA, para participar de uma cúpula do Quad com os participantes da aliança.

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Fonte: https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2021092018040198-europa-tem-de-aumentar-esforcos-contra-china-diz-ministro-do-japao/