ERGUE-TE DENUNCIA DESTRUIÇÃO DE RECURSOS E NATUREZA DE PORTUGAL POR PARTE DE GRANDES EMPRESAS ESTRANGEIRAS
Achamos bem que holandeses, alemães, escandinavos e outros europeus do norte tenham mirtilos e framboesas no seu muesli, todas as manhãs, o ano inteiro. Achamos mal que sequem as reservas de água doce no Algarve para regar estufas de frutos vermelhos, que violem sistematicamente o ambiente e que cubram os parques naturais de plástico.
Entretanto, as áreas de eucalipto aumentam na serra. Abatem-se e não se renovam amendoeiras, alfarrobeiras, oliveiras e sobreiros de sequeiro. À escala industrial plantam-se olivais e amendoais de rega intensiva. Um ciclo vicioso de exportação, imigração e destruição. O desfecho será trágico, programado com o apoio dos governos locais e central.
A Barragem de Santa Clara é só um exemplo do que se passa em todo o Algarve e no Alentejo.
Da newsletter de hoje do 'Algarve Daily News':
"A gestão insustentável da água continua na Barragem Santa Clara
Mais de mil litros de água por segundo estão a ser retirados da barragem de Santa Clara, 24 horas por dia, 7 dias por semana, mais de 90% vai para a agricultura intensiva de propriedade de produtores estrangeiros de fruta, 3% para limpar uma mina e 6% para os locais, que estão começar a sofrer restrições ao consumo e, em alguns casos, cortes.
40% da água bombeada - o nível está muito baixo para fluir como deveria nos canais construídos para esse fim - perde-se devido à manutenção insuficiente dos canais.
Os produtores de frutos vermelhos, que exportam a grande maioria de sua produção para os países do norte da Europa, empregam poucos locais, contratam em vez disso 16.000 semi-escravos, mal pagos, do Nepal, Paquistão e Índia, (nalguns casos são alojadas até 30 pessoas em duas assoalhadas). (...)
Os mesmos produtores de frutos silvestres, que efectivamente controlam a empresa de gestão da água, estão domiciliados no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na Holanda (...) e receberam reduções fiscais de governo em 2019.
A companhia de água cortou o fluxo para o rio original (...) e secou o leito do rio que está moribundo. (...).
É o Ministério da Agricultura de Portugal a promover todo o negócio, enquanto a Agência Ambiental persegue os locais que levantam um tijolo em qualquer lugar, os produtores de frutos silvestres colocaram 1.000 hectares de um Parque Natural sob o plástico, muito mais do que estão autorizados a fazer, o "Parque Natural" agora é apenas um nome a desaparecer sob um mar de plástico enquanto as estufas consomem uma taxa cada vez maior do único recurso hídrico de toda a área. (...)."
Os mesmos empresários envolvidos nas redes de imigração ilegal na mão de obra escrava.
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