terça-feira, julho 20, 2021

POLÍTICA E ALCOOLISMO?

Aquilo que um deputado faz fora do seu horário de trabalho é do foro privado. Misturá-lo com política como forma de ataque pessoal - que, muitas vezes, é só um pretexto para ataque ao sistema, ou «aos políticos!» em geral - não é aceitável. Paulo Rangel nem sequer cometeu crime algum - simplesmente foi visto alcoolizado numa rua europeia. Não fez nada de desconhecido num país onde o alcoolismo é a todos familiar, o que talvez tenha contribuído para a popularização do caso, porque todo o bom Zé Povinho dá especial atenção aos copos (e às bifanas). Português que nunca tenha ficado bêbado não é português, é um espião mouro. Exigir que um representante da Pátria tenha um comportamento «distinto», como se devesse estar acima do resto da população, constitui precedente perigoso e anti-democrático. Não pode e sobretudo não deve presumir-se que um político é mais «digno» ou «composto» que qualquer operário, taxista ou desempregado.