quinta-feira, dezembro 17, 2020

... IO SATURNÁLIA...


O Natal genuíno tem origem na grande cerimónia da Saturnália, uma das celebrações mais festivas e desinibidas da Romanidade, que marcava o aniversário da dedicação do templo de SATURNO.
Durava sete dias e incluía o Solstício de Inverno.
Quem a preside é SATURNO, o Deus da semente e da semeadura (e, por extensão, do semen), derivando o Seu nome, provavelmente, de «Satus» («brotado de» ou «semeado»). A Sua celebração ocorria no final da última semeadura do ano.
A Sua esposa é OPS, o recurso alimentar do qual os Romanos usufruíam após a colheita do Verão. A Opália tem lugar a 19 de Dezembro.
Diz a Wikipédia que, passo a citar,
Na época romana, acreditava-se que tais Divindades, saídas das profundezas do solo, vagassem em cortejo por todo o período invernal, isto é, quando a terra repousava e era inculta por causa das condições atomosféricas. Deviam então ser aplacadas com a oferta de presentes e de festas em Sua honra e, além disso, induzidas a retornar ao outro mundo, onde teriam favorecido as colheitas da estação estiva. Tratava-se, em suma, de uma espécie de longo "desfile de carnaval".
O templo de SATURNO continha a estátua do Deus, recoberta de óleo, o que constituiria eventualmente uma técnica de preservação; estava além disso envolvida em laços de lã, que eram desfeitos no dia do Seu festival.
Macróbio diz que isto simboliza a semente que tinha estado nas entranhas e que brota no décimo mês, que era Dezembro, como o próprio nome do mês indica, isto no antigo calendário, no qual o primeiro mês do ano era Março. («Saturnália», 1.8.5).
O templo de SATURNO também continha o tesouro do Estado («Aerarium Saturni»).
A SATURNÁLIA, o «melhor dos dias» (optimus dierum, de acordo com Catulo, em «Carmina» 14:15) era iniciada neste templo com um grande sacrifício, no qual os senadores e os cavaleiros usavam as togas. Os sacrifícios a SATURNO eram realizados «Graeco Ritu», isto é, de acordo com o Rito Grego, ou seja, com a cabeça descoberta («capite aperto»), segundo o que diz Plutarco em «Questões Romanas» (11). Tal facto pode derivar da identificação de SATURNO com o grego CRONOS, Rei da Idade do Ouro, que é um aspecto de SATURNO especialmente importante durante a SATURNÁLIA, por motivo óbvio, como a seguir se verá.

A seguir ao sacrifício, realizava-se um banquete («convivium publicum», ou «convivium dissolutum»), ao qual toda a gente podia ir e que parece ter sido estabelecido em 217 b.c. ou 433 a.u.c. (segundo Macróbio, «Saturnália», 1.10.18; e também segundo Tito Lívio, «Ab Urbe Condita», ou «Desde a Fundação da Cidade», 22.1.19).
Lívio diz que se realiza nesta ocasião um «lectisternium», ou seja, um banquete oferecido aos Deuses em certas cerimónias solenes ou em sinal de reconhecimento, em que as estátuas dos Deuses são colocadas em leitos junto das mesas.
Neste dia, usavam-se roupas menos formais («synthesis») e capas leves («pilei»); as pessoas enchiam as ruas gritando «Io Saturnalia!».
A alegria reinava; encerravam-se lojas, tribunais, escolas, e os aedis permitiam a jogatina em público.
Nas casas com servos, os donos tratavam-nos como iguais. Por vezes os senhores serviam os servos à mesa, em alusão à igualdade e à transposição das hierarquias, evocando a mítica Idade de Ouro, quando tudo era perfeito. No seio da família, juntamente com os escravos, escolhia-se um rei momo, ou «Saturnalicius Princeps», que usava máscara e trajava de vermelho (a cor dos Deuses), o que não deixa de fazer lembrar o actual Pai Natal. Na verdade, esta igualdade, e por vezes inversão social (escravos a serem servidos por senhores) seria mais simbólica e religiosa do que propriamente social e real, pois que na maior parte dos casos eram os escravos que preparavam o banquete e, por detrás da desordem festiva, permanecia a sólida ordem romana.
Ofereciam-se presentes, tais como pequenos objectos de cerâmica, incluindo bonecas de cerâmica («sigillaria») às crianças (especialmente nos sextos e sétimos dias). Aos amigos, davam-se velas de cera («cerei»). Catão (em «De Agricultura», 57), recomendava que se concedesse aos subordinados uma ração adicional de 3+1/2 de vinho («vinum familiae»).


5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que pensas disto Caturo?

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/associacao-academica-de-coimbra-veta-andre-ventura

18 de dezembro de 2020 às 11:43:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

https://mobile.twitter.com/KatCamb/status/1339914644610281472

19 de dezembro de 2020 às 00:35:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

https://www.dailymail.co.uk/tvshowbiz/article-8898369/Jodie-Turner-Smith-lands-role-Queen-Anne-Boleyn-convention-defying-Channel-5-drama-series.html

20 de dezembro de 2020 às 13:11:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

https://pbs.twimg.com/media/EORdayaUcAAiNt_?format=jpg&name=small

20 de dezembro de 2020 às 15:31:00 WET  
Blogger Caturo said...

«https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/associacao-academica-de-coimbra-veta-andre-ventura»

Pode considerar-se, em termos técnicos, que é previsível como o cagar. É a mesmíssima merda um pouco por toda a parte do Ocidente - na Islândia, o anti-islamista Robert Spencer até foi alvo de uma tentativa de envenenamento por parte de jovem universitário esquerdista. Noutros casos, estes jovens intelectualizados chegam a pura e simplesmente fazer barulho para que não se oiça o que está a ser dito por oradores «islamófobos» ou direitistas em geral - sim, é o velho truque infantil que também a escumalha de rua usa. Nada disto surpreende quando se sabe que as universidades são os maiores e mais puros nichos da Esquerda radical, nomeadamente da religião anti-racista. Quem é que, na Idade Média, iria disseminar o Islão, ou o ateísmo, num mosteiro? O grosso da juventude, ou jumentude, universitária é, no seu zelo militantemente universalista e na sua intolerância emotivamente totalitária, é, dizia, uma reedição do beatério mais devoto e fanático da Cristandade, até fisicamente e, muitas vezes, na própria postura física, composta que é por caganifrates ligeiramente curvados mas vociferantes.

20 de dezembro de 2020 às 21:26:00 WET  

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