terça-feira, janeiro 08, 2019

Martes, 17 de Junho de 2778 AUC

MINISTROS DO GOVERNO ITALIANO MANIFESTAM SOLIDARIEDADE PARA COM OS COLETES AMARELOS DE FRANÇA

Os dois líderes políticos do governo populista de Itália, Luigi di Maio e Matteo Salvini, manifestaram ontem apoio aos ‘coletes amarelos’ de França, com o primeiro a exortá-los a “não desistirem” dos protestos.
“Coletes amarelos, não desistam!”, escreveu o vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi di Maio, num texto publicado no blogue do partido (https://www.ilblogdellestelle.it).
O outro vice-primeiro-ministro italiano, o líder da Liga (nacionalista), Matteo Salvini, afirmou numa nota: “Apoio os cidadãos honestos que protestam contra um presidente que governa contra o seu povo”, acrescentando contudo condenar “com total firmeza” a violência nas manifestações, “que não é útil a ninguém”.
Di Maio, cujo movimento, criado em 2009, defende a “democracia directa”, também condenou “veementemente a violência” e ofereceu a ajuda do seu movimento, em particular da plataforma internet que utiliza, designada “Rousseau”, para ajudar os ‘coletes amarelos’ a “organizar eventos”, “escolher candidatos” ou “definir um programa eleitoral”.
“Rousseau” é uma plataforma interactiva que permite aos militantes do M5S participar na definição de programas e redacção de leis ou na escolha de candidatos do movimento a eleições locais e nacionais.
“É um sistema pensado por um movimento horizontal e espontâneo como o vosso e ficaremos satisfeitos se o quiserem usar”, escreveu Di Maio.
“Como outros governos, o de França pensa sobretudo em representar os interesses das elites, dos que vivem de privilégios, mas já não do povo”, escreveu, acrescentando, noutro passo, que “o Governo de [Emmanuel] Macron não está à altura das expectativas e algumas das políticas aplicadas são perigosas, não apenas para os Franceses, como também para a Europa”.
“Em Itália conseguimos inverter essa tendência”, afirmou, apelando aos ‘coletes amarelos’ para que façam o mesmo.
“Uma nova Europa está a nascer. A dos coletes amarelos, a dos movimentos, a da democracia directa. É uma dura batalha que podemos travar juntos. Mas vocês, coletes amarelos, não desistam!”, concluiu.
Milhares de pessoas envergando ‘coletes amarelos’ têm-se manifestado em França desde 17 de Novembro, um protesto que inicialmente exigia a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis e acabou por se ampliar a uma série de outras reivindicações.
Algumas dessas manifestações degeneraram em violência, com automóveis e contentores de lixo incendiados e confrontos com as forças policiais, que fizeram até ao momento 10 mortos e centenas de feridos.
No sábado passado, cerca de 50.000 pessoas manifestaram-se em toda a França, mais que na semana anterior, em que os manifestantes tinham sido cerca de 15.000, aumento que marcou uma inversão na tendência de desmobilização traduzida na redução sucessiva de participantes desde o primeiro protesto, que  juntou 282.000 pessoas.
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Fonte: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/coletes-amarelos-governo-populista-de-italia-manifesta-apoio-ao-movimento

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Confirma-se que os nacionalistas do governo italiano sabem bem o que andam a fazer - já perceberam há muito qual é o maior combate político do nosso tempo e já perceberam o potencial popular, autenticamente democrático, do combate nacionalista. Claro que isto tem de desagradar à elite reinante, que em reacção chama-lhes «populistas», como se fazer a vontade do povo fosse um defeito... ainda que quem falasse assim se assumisse como anti-democrático, enfim, lá teria a sua coerência, mas não, quem usa esse termo de forma depreciativa é quem se proclama mais democrático... sucede simplesmente que não é democrático quem quer e a Democracia não favorece o ideário cosmopolita, visceralmente apátrida e militantemente universalista da elite reinante. 
Entretanto o governo franciú reagiu e criticou os ministros italianos por estarem a opinar sobre um assunto interno em França. Faz lembrar o que aconteceu há uns anos quando o FPO chegou pela primeira vez ao governo austríaco e a UE enviou uma comissão de vigias à Áustria para verificar se havia ali alguma fascitice... isto depois das ameaças de sanções contra os Austríacos para os castigar e intimidar por terem votado num partido nacionalista... perto disso, o que os ministros italianos não é nada intrusivo, até porque se trata, não de impor uma ideologia a um povo inteiro, como no caso das ameaças da UE à Áustria, mas sim de defender um povo europeu contra uma elite que não o respeita.