terça-feira, junho 19, 2018

DIFERENTES TRATAMENTOS DOS LGBTI EM ISRAEL E NA PALESTINA MUÇULMANA...

Em 8 de Junho cerca de 250 mil pessoas participaram na Parada do Orgulho Gay em Telavive. Turistas de todo o mundo foram a Israel para assistir e participar no evento. O tema do evento deste ano foi "A Comunidade Faz História", uma referência à comunidade LGBT de Israel.
Nesse período, enquanto os israelitas estavam a festejar a tolerância nas ruas de Telavive, os seus vizinhos palestinos estavam ocupados a fazer exactamente o contrário: eles estavam a exigir que os responsáveis por produzir programas humorísticos para a televisão sobre gays na Faixa de Gaza fossem demitidos.
O polémico programa, chamado "Fora de Foco", suscitou duras condenações dos palestinos, que agora pedem a punição dos responsáveis por "insultarem os valores árabes e islâmicos".
Na sociedade palestina e árabe, a homossexualidade é duramente rechaçada e estigmatizada. A homossexualidade é ilegal sob o domínio do Hamas na Faixa de Gaza e dezenas de palestinos gays fugiram para Israel por temerem perseguição e assédio. Na Cisjordânia as leis da Autoridade Palestina também não protegem os direitos dos palestinos gays.
Nas últimas décadas, inúmeros palestinos gays foram mortos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Em 2016 o Hamas executou Mahmoud Ishtiwi, um dos seus principais comandantes militares, de 34 anos, por ser considerado culpado de "torpeza moral", referência velada à homossexualidade. Ishtiwi, que foi morto com três tiros no peito, estaria vivo e em segurança se fosse um cidadão israelita. Se morasse em Israel, poderia até ter participado na Parada do Orgulho Gay em Tel Aviv sem que tivesse de esconder a sua identidade. Mas vivia na Faixa de Gaza onde se considera a homossexualidade um pecado que merece ser punido com a morte e foi assim que o puniram.
O caso de Ishtiwi escancara a gigantesca diferença entre a sociedade e a cultura israelita e a palestina.
Israel vem avançando em direcção à tolerância e aceitação dos direitos da comunidade gay, enquanto os palestinos continuam intolerantes como sempre foram em relação àqueles que ousam comportar-se e expressar-se de maneira diferente.
O alvoroço no tocante ao programa de televisão sobre gays na Faixa de Gaza é mais um exemplo de como a sociedade palestina ainda está a anos luz de reconhecer e respeitar os direitos da comunidade gay. O programa, gravado recentemente na Faixa de Gaza, apresenta uma cena cómica em que um actor é apanhado a insinuar-se sexualmente a rapazes como parte de um programa do tipo "câmera escondida". Por outras palavras, as insinuações sexuais não são reais, são apenas uma brincadeira, os 'participantes' nem sequer sabiam que estavam a ser filmados.
No mundo palestino, no entanto, isto não é motivo para risos.
Mousa Shurrab, comediante da Faixa de Gaza, idealizador do show ofensivo, está com a corda no pescoço. Numa postagem no Facebook, Shurrab foi obrigado a retratar-se. Disse que retirou o vídeo das redes sociais. "Pedimos desculpas a todos os nossos telespectadores" salientou. "O programa foi retirado pouco depois de ser postado. Cometemos um erro pelo qual nos arrependemos."
No entanto, o pedido de desculpas do comediante não acalmou os críticos, que foram às redes sociais para expressar a sua repulsa pelo programa e pelo comportamento do comediante.
"De que vale essa desculpa depois de você ofender todos os valores religiosos e culturais em nome da fama?" escreveu Taghreed Alemoure num comentário no Facebook. Outros usuários do Facebook acusaram o comediante de promover "anormalidades sexuais" e fizeram uso de comentários depreciativos e insultos para condená-lo e ameaçá-lo. "Remover o vídeo não te exime desse crime moral" comentou Mohamed Al-Aila.
Alguns palestinos exortaram o Hamas a tomar providências contra Shurrab e os produtores do programa. O pedido não caiu no vazio. O Ministério do Interior do Hamas, sem demora, intimou um dos produtores do programa, Emad Eid, para ser interrogado. Embora Eid tenha sido liberado poucas horas depois, o Hamas afirmou que continuará a investigar o caso.
A agência de notícias Ma'an com sede em Belém, acusada de produzir a comédia, está a fazer de tudo para se distanciar do programa. Num comunicado, a Ma'an salientou que nunca autorizou a transmissão do programa, alegando que foi vazado para as redes sociais. "Um dos actores postou o programa nas redes sociais com o nosso logótipo", afirmou a agência de notícias. "Reservamo-nos o direito de entrar com uma acção na justiça contra os responsáveis por esse ilícito". A agência também apresentou um pedido de desculpas aos telespectadores por "melindrar o nosso povo e os nossos valores".
Nesse período, a Autoridade Palestina iniciou uma investigação própria sobre o programa de televisão, considerando-o também "prejudicial ao nosso Povo e aos nossos valores". O Ministério da Informação de Ramala emitiu um comunicado segundo o qual estava a planear entrar com uma acção na justiça contra os responsáveis pelo programa.
O que se pode concluir da controvérsia em torno da versão palestina da "câmara escondida"? Basicamente, que é mais seguro ser membro do Hamas do que ser gay. Os líderes palestinos preferem ver jovens palestinos tentando matar israelitas do que falar sobre gays na sua sociedade. No mundo do Hamas e da Autoridade Palestina não há espaço para comédias ou sátiras.
Como poderia haver, se não há espaço para gays ou para alguém que se atreva a mexer em tabus? Não é segredo para ninguém que há gays na sociedade palestina, mas as suas vidas são bem diferentes das dos seus pares a apenas poucos quilómetros de distância, em Israel. Quão coincidente e simbólico é o facto de a controvérsia gay palestina ter aparecido justamente no mesmo dia em que dezenas de milhares de israelitas festejavam o orgulho gay em Israel.
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Khaled Abu Toameh, jornalista radicado em Jerusalém, Ilustre Colaborador Sénior do Gatestone Institute.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/12555/palestinos-gays


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Claro que a Esquerda europeia prefere... o Hamas... apesar de esta Esquerda gritar aos quatro ventos a obrigação moral de defender os direitos dos homossexuais, sucede que na sua hierarquia de valores «secreta» o Muçulmano vale mais do que o LGBTI todo... por esse motivo, há que fazer sacrifícios, nem que seja preciso sacrificar os «seus» queridos gays...