ESTADO BELGA OFERECE PASTILHAS ANTI-RADIAÇÃO NUCLEAR À POPULAÇÃO...

As farmácias belgas darão desde esta Martes (6 de Março), de forma gratuita, pastilhas de iodo às pessoas que as solicitem como parte de um novo plano de segurança nuclear iniciado pelo Governo, que amplia a distribuição deste mineral a todo o território do país como protecção em caso de acidente nuclear.

As pastilhas estarão disponíveis para toda a população, mas a sua ingestão é recomendada somente para grupos de risco como crianças, mulheres grávidas e em período de lactação, ou professores de escolas e creches, informou a agência de notícias locais "Belga".

Estas pílulas actuam sobre a tiróide, saturando-a deste composto para evitar que absorva o iodo radioactivo que seria liberado por um vazamento nuclear e prevenir assim o desenvolvimento de câncer.

As pessoas que vivem num raio de 20 quilómetros ao redor das centrais nucleares activas do país - a de Tihange, no leste, e a de Doel, no norte - já receberam as pílulas.

No entanto, o novo plano prevê a distribuição num raio de 100 quilómetros ao redor de qualquer central e inclui também a central holandesa de Borssele e a francesa de Chooz, próximas das fronteiras belgas com ambos os países, por isso representa na prática a cobertura de todo o Estado.

O Governo Federal porá também em andamento hoje uma campanha de informação sobre a segurança nuclear.

As centrais nucleares belgas estiveram no ponto de mira após os problemas de segurança registados em Tihange, que permaneceu fechada por 21 meses por este motivo até à sua reabertura em Dezembro de 2015. Mas também porque depois dos atentados terroristas de 22 de Março de 2016 em Bruxelas se temeu que estas fossem o alvo inicial dos perpetradores, um extremo desmentido finalmente pelas autoridades.

No dia dos atentados, ambas as centrais foram evacuadas e dois dias depois, em 24 de Março, soube-se que um homem que trabalhava como agente de segurança de Tihange foi assassinado e seu passe de entrada roubado.

Dois dias mais tarde, as autoridades belgas retiraram os passes de entrada à central nuclear de Tihange de várias pessoas e reduziram provisoriamente o número de funcionários, além de reforçar o dispositivo de segurança com guardas privados, polícias locais e federais e militares.

A Bélgica deve abandonar a energia nuclear em 2025 e assim consta no pacto energético e no acordo do Governo de coligação do país.

No entanto, este objectivo foi posto em interdição nos últimos meses por alguns partidos, organizações patronais e académicas, que colocam questões sobre o seu custo e potencial impacto sobre o cumprimento dos objectivos climáticos.

*

Fonte: https://www.efe.com/efe/brasil/sociedade/belgica-come-a-distribuir-pastilhas-de-iodo-contra-risco-nuclear/50000246-3544223#