quarta-feira, março 07, 2018

ICAR EXPRESSA PREOCUPAÇÃO COM ASCENSÃO DEMOCRÁTICA DE PARTIDOS ANTI-IMIGRAÇÃO

O Vaticano expressou nesta Martes preocupação com os resultados da eleição nacional de Itália, que mostraram um grande avanço de partidos populistas e anti-imigrantes.
Os grandes vencedores foram a Liga – maior partido de um agrupamento de Centro-Direita que utilizou a retórica anti-imigração mais incendiária durante a campanha – e o anti-establishment Movimento 5 Estrelas.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, foi indagado nos bastidores de uma conferência sobre imigração se a Santa Sé está preocupada com os resultados. “A Santa Sé tem que trabalhar em quaisquer condições que surjam. Não podemos (sempre) ter a sociedade que gostaríamos de ter, ou as condições que gostaríamos de ter”, disse ele à agência de notícias católica SIR.
Foi a primeira reacção pública do Vaticano à votação e a de maior peso, porque Parolin, seu principal diplomata, só está abaixo do papa Francisco na hierarquia da Santa Sé.
Durante a campanha o líder da Liga, Matteo Salvini, desentendeu-se com o papa várias vezes no quesito imigração.
Francisco, que nasceu na Argentina e vem de uma família de imigrantes italianos, tem defendido a causa imigrante desde que tomou posse em 2013.
No ano passado pediu uma mudança radical na atitude em relação aos imigrantes, dizendo que eles deveriam ser acolhidos com dignidade e denunciando a “retórica populista” que afirmou estar alimentando o medo e o egoísmo em países ricos.
O Centro-Direita prometeu deportar centenas de milhares de imigrantes se conseguir formar governo.
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Fonte: https://exame.abril.com.br/mundo/vaticano-expressa-preocupacao-com-ascensao-populista-na-italia/

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Falta dizer que um dos motivos de confrontação entre a Liga Norte e o papa é que o papa manifestou-se a favor da concessão da cidadania italiana a todo o imigrante nascido em solo italiano, como aqui se lê: https://www.jihadwatch.org/2018/03/vatican-signals-its-concern-over-populist-rise-in-italy-elections
E é isto a igreja que «não se mete em política» e que jura a pés juntos que o seu «reino não é deste mundo», o que faria se fosse... confirma-se o que sempre foi óbvio: que a converseta de a Igreja não se meter em Política só serve para que a Igreja se descarte de responsabilidades e de conflitos sempre que o poder político vigente a ameaçar ou lhe exigir algum posicionamento concreto...
O que acima de tudo também se confirma é que a maior voz da Cristandade constitui o mais acérrimo inimigo espiritual e até político do Nacionalismo. É uma questão de coerência. A essência do Cristianismo é precisamente o universalismo sem fronteiras, visceralmente oposto ao espírito tribal, de estirpe, que está no âmago do Nacionalismo. Aliás, a queda lenta da Europa começou quando os altares dos seus Deuses étnicos começaram a ser destruídos/usurpados para promover o culto totalitário a um carpinteiro judeu.
E depois ainda há quem queira restaurar a força do Cristianismo no Ocidente... olha se o papa tivesse hoje na Europa a influência sobre o povo que tinha há cinquenta anos, a maravilha que era em matéria de iminvasão, sem votos triunfais no Nacionalismo...

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