MUSEU GUNGGENHEIM RETIRA EXPOSIÇÃO CHINESA QUE CRIA SOFRIMENTO A ANIMAIS
O Museu Guggenheim de Nova Iorque anunciou esta Lues que vai excluir três obras de arte de uma exposição agendada após críticas e mesmo ameaças por parte de activistas dos direitos dos animais.
As três obras em causa integravam o elenco da exposição Art and China after 1989: Theatre of the World, com inauguração marcada para Outubro. Porém, "a preocupação pela segurança dos trabalhadores, visitantes e dos artistas" obrigou o museu a excluí-las.
"[O museu] Guggenheim lamenta que as repetidas e explícitas ameaças de violência tenham tornando esta decisão necessária", lê-se num comunicado, onde se indica que os trabalhos alvo de contestação já tinham sido exibidos noutros museus europeus, asiáticos e norte-americanos.
Uma das obras, um vídeo intitulado Dogs That Cannot Touch Each Other (Cães que não conseguem tocar um no outro, numa tradução livre para Português), mostra dois pares de pitbull colocados frente a frente em passadeiras rolantes inclinadas, o que os obriga a um movimento permanente, e presos para evitar que se toquem. Criado em 2003 pelo artista Sun Yuan and Peng Yu, o vídeo mostra os cães num nítido estado de exaustão.
A Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra Animais (ASPCA, na sigla original) criticou a exibição desta obra em particular, apontando para a angústia e sofrimento dos cães.
"Estas passadeiras são típicas dos treinos de luta de cães e o posicionamento dos animais para que se enfrentem um ao outro vai ao encontro do que é a definição de uma luta de cães ilegal", argumenta em comunicado. Para a organização, a obra de Sun Yuan and Peng Yu incentiva àquela prática ilegal. A ASPCA entende que vídeos de natureza semelhante só devem ser difundidos se houver "a intenção de erradicar essas práticas da nossa cultura".
A obra A Case Study of Transference, criada em 1994 por Xu Bing e Theater of the World criada em 1993 por Huang Yong Pin, são as outras duas obras excluídas da exposição. A primeira mostra dois javalis a copularem, com símbolos chineses e letras romanas estambados nos animais. Na segunda, que dá nome à exposição, vários insectos e répteis são colocados dentro de uma caixa, devorando-se perante os espectadores.
A organização de defesa dos direitos dos animais PETA também protestou. Em comunicado, o presidente da organização, Ingrid Newkirk, afirmou que só "indivíduos doentes" é que apreciam assistir a lutas entre animais.
Recusando qualquer "intenção de reprimir a criatividade ou o talento na arte", a PETA apelou ao Guggenheim para não expor obras desta natureza.
Apesar de ter anunciado a retirada das obras, o museu reitera que "a liberdade de expressão sempre foi e sempre será um valor primordial do Guggenheim".
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Fonte: https://www.publico.pt/2017/09/26/culturaipsilon/noticia/obras-de-arte-com-animais-retiradas-de-exposicao-por-promoverem-crueldade-1786777
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Esquecem os gajos que mandam no museu que a liberdade de um termina onde começa a de outro e que fazer sofrer terceiros não é liberdade - no sentido político em que se está a falar - mas sim opressão...
No caso interessa frisar que mais uma vez o activismo popular persistente alcança resultados.
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