quarta-feira, agosto 23, 2017

IGREJA CATÓLICA NOS EUA CONDENA «RACISTAS» DE CHARLOTTESVILLE

A respeito da violência registada aqui há semanas em Charlottesville,  EUA, a Igreja Católica começou por lamentar o sucedido, sem condenar qualquer das partes, para depressa acabar por virar baterias contra os racistas brancos, segundo se pode ler neste artigo: https://www.americamagazine.org/politics-society/2017/08/14/how-catholic-response-charlottesville-moved-pleas-unity-condemnations
Não surpreende, obviamente. O procedimento aqui descrito foi parcialmente análogo ao do presidente Trump, o qual todavia soube pôr os pontos nos is e fazer notar que tinham sido os esquerdistas a tomar a iniciativa da agressão, algo que a hoste católica não teve a hombridade de fazer. Pelo contrário, acentuou a crítica ao racismo branco - no seio da igreja houve por isso quem lembrasse que em 1979 um documento assinado pelos bispos dos EUA condenaram explicitamente o racismo branco, criticando a discriminação racial subtil contra os não brancos que a seu ver existiria ainda na sociedade norte-americana - sim, é exactamente o discurso da Esquerda antirra, que vira contra os brancos de origem europeia toda a sua agressividade moralista, borrifando-se para os pormenorzitos de que os brancos ocidentais estão na sua terra, construíram pelo seu esforço as suas sociedades e ofereceram a todo o mundo o fim das colonizações e da escravatura...
Mais de um clérigo chegou mesmo a criticar a posição neutral do presidente, como a de um pastor de Washington que algures numa rede social escrevinhou o seguinte: "Racism is our original sin. Even the head of our country can't condemn what we saw yesterday.", ou seja, «O Racismo é o nosso pecado original. Nem o líder do nosso país consegue condenar o que vimos ontem.»
Uma declaração com pano para mangas, a começar pela expressão literal do dogma mais sagrado para os anti-racistas da actualidade, o de que o racismo é um «pecado original» de «todos nós» - nunca foi tão estereotipadamente claro que a essência da Boa e Sã Doutrina da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente deriva visceralmente da moral cristã...
Esta mesma concepção de que «o racismo é o pecado original da nossa nação» foi também afirmada pelo arcebispo Charles Chaput de Philadelphia, que aproveitou para opinar que o racismo misturado com a saudação nazi, «relíquia de um regime que assassinou milhões», constituía uma obscenidade. Sorte a dele que a elite reinante no Ocidente não considera o sinal da cruz como «relíquia» de um credo «que assassinou milhões» desde há dois mil anos...
O cardeal Blase Cupich de Chicago «twittou» que «no que toca ao racismo, só há um lado: contra ele», num espécie de raspanete a Trump. O U.S.C.C.B. - Bispos da Igreja Católica dos Estados Unidos - emitiu dois comunicados sobre o sucedido em Charlottesville, expressando no segundo a sua oposição declarada ao «mal do racismo, da supremacia branca e do Neo-Nazismo». Nessa declaração também se lê o seguinte: «Na missa, ofereçamos uma oração especial de gratidão às almas corajosas que nos protegeram contra a violenta ideologia exposta ontem», em referência ao clero local e aos cristãos que se manifestaram contra os racistas brancos.

É, enfim, mais um dos incontáveis episódios em que fica bem à vista a incompatibilidade visceral entre o Cristianismo e toda e qualquer posição política baseada no primado da Estirpe. Só se engana sobre isto quem quer - e só quem seja pior que cegamente autista é que pode esperar que esteja numa renovação cristã alguma «salvação» do mundo branco ocidental. Na verdade, é precisamente no cerne do espírito cristão que está o pior e mais mortal inimigo espiritual do verdadeiro Ocidente.