terça-feira, maio 16, 2017

CURDISTÃO A CAMINHO DA INDEPENDÊNCIA

No centro de imprensa da agência Rossiya Segodnya no dia 12 de Maio foi realizada uma mesa redonda dedicada ao possível referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano.
O referendo pode ser realizado em Outubro ou Novembro de 2017. Representantes de partidos curdos e especialistas discutiram as perspectivas da criação de um novo Estado independente na região. O colunista da agência Sputnik, Igor Gashkov, partilha as suas reflexões sobre o tema:
Procurando pelo Ladrão de Bagdad
O novo Estado já tem mesmo governo e líder, é o presidente Massoud Barzani que governa a autonomia curda no Iraque desde 2005. Os aliados de Barzani queriam realizar um referendo sobre a independência ainda em 2014, mas esta questão foi sendo adiada por causa do avanço do Daesh (o grupo terrorista proibido na Rússia e muitos outros países). Agora, à medida que o grupo terrorista está a perder as suas posições, aparecem os contornos do novo Iraque – do país que tem dificuldades em unir as comunidades que nele vivem. Os Curdos acreditam que Bagdad os discrimina sistematicamente e só vêem solução na independência.
O representante do Partido Democrático do Curdistão iraquiano na Federação da Rússia, Hoshavi Babakr, disse à Sputnik que as autoridades iraquianas pressionam a região através de instrumentos financeiros, limitando as dotações do orçamento. 
Babakr diz que, durante a guerra contra os militantes do Daesh, as autoridades iraquianas deixaram o Povo Curdo sem apoio. Em 2014 havia a possibilidade de terroristas conquistarem mesmo a capital da autonomia curda — Arbil. De acordo com fontes curdas, nem naquela altura nem agora o Iraque deu qualquer assistência (incluindo financeira) às forças armadas do Curdistão iraquiano, os Peshmerga.
A independência inoportuna 
As autoridades iraquianas, por sua vez, consideram as acções dos separatistas curdos como traiçoeiras. Bagdade afirma que a vitória sobre o Daesh ainda não foi alcançada, e que a realização de um referendo sobre a independência do país em tal situação é inaceitável. Os curdos iraquianos são acusados de ligações com Israel e de tentar criar uma "cabeça-de-ponte pró-israelita".
Bagdade sublinha que, combatendo contra o Daesh, as forças Peshmerga assumiram o controle sobre os territórios além dos limites anteriormente estabelecidos do Curdistão iraquiano. Os Curdos consideram todas estas terras como suas e pretendem realizar o referendo em questão em todos estes territórios. As autoridades iraquianas dizem que não reconhecerão a auto-determinação dos territórios tomados pelas forças Peshmerga. O argumento de Bagdade é que nestas províncias vivem não só curdos, mas também árabes e turcomanos.
A Turquia e a questão curda
Agora a atitude de Ancara em relação às duas regiões curdas — a síria e a iraquiana — é fundamentalmente diferente. O Curdistão iraquiano semi-independente é um dos parceiros económicos da Turquia, que compra activamente hidrocarbonetos no seu território. O presidente da autonomia, Massoud Barzani, tem o sério apoio da Turquia. Durante a sua última visita a Istambul, à chegada foi hasteada a bandeira do seu Estado que ainda não é oficialmente reconhecido, mesmo não correspondendo ao protocolo diplomático.
Mas a atitude das autoridades turcas para com os curdos sírios é bastante diferente. No dia 10 de Maio, o presidente turco Erdogan confirmou que considera grupo Unidades de Proteção Popular (YPG), que controlam o território na fronteira turco-síria, como "terroristas". Ancara está preocupada com o facto de que os EUA fornecem armas aos rebeldes curdos. "A nossa paciência está a esgotar-se", declara Erdogan.
A Turquia considera oficialmente o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que actua no território turco, como uma organização terrorista. O ex-líder da PKK, Abdullah Ocalan, foi condenado a prisão perpétua na Turquia.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201705148386319-independencia-do-curdistao-como-sera-iraque-depois-do-daesh/

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Mais uma notícia em que se constata como o primado da Nação acaba por vir ao de cima, pairando sobre todas as complexidades políticas e inclusivamente aproveitando-as em seu proveito. É, no caso concreto, um bom sinal para uma nação árica, a dos Curdos, parente étnica da maioria dos Europeus e aliada natural da Europa no Médio Oriente.