segunda-feira, abril 24, 2017

MEMÓRIA DO GENOCÍDIO COMETIDO POR TURCOS CONTRA OS ARMÉNIOS - E NOVA PROVA DO DITO

Milhares de pessoas vão, esta Lues, marchar em honra das vidas perdidas no genocídio da Arménia, onde cerca de 1.5 milhões de pessoas perderam as vidas à mão do exército Otomano (agora Turquia), entre 1915-17.
A marcha irá decorrer em Los Angeles e será feita ao longo da cidade, terminando à porta do consulado turco na cidade. 
Não é a primeira vez que este tipo de marcha acontece na cidade dos anjos. A edição do ano passado contou com cerca de 60 mil pessoas a protestar contra a Turquia, que ainda não reconhece o genocídio da Arménia.
Los Angeles é a casa da maior comunidade de arménios, fora do seu próprio país.
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Fonte: http://abola.pt/mundos/ver.aspx?id=668324

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Recentemente, o historiador turco Taner Akcam, da Universidade de Worcester, em Massachusets, EUA, revelou publicamente ter descoberto documentação que prova a culpabilidade otomana no processo do genocídio dos Arménios, como aqui https://www.nytimes.com/2017/04/22/world/europe/armenian-genocide-turkey.html?_r=2 se lê. Trata-se em concreto de um telegrama, encontrado no Patriarcado Arménio de Jerusalém, que Akcam apresenta do seguinte modo: «até agora, a arma do crime estava desaparecida. Esta é a arma do crime.», considerando-a como «um terramoto no nosso campo» que, espera ele, irá remover «o último tijolo do muro negacionista» da Turquia.
Segundo conta, o telegrama foi redigido em código por um oficial de alta patente do Império Otomano na cidade de Erzurum, Behaeddin Shakir, que em 1915 pedia a um colega detalhes sobre as deportações e as matanças de arménios na Anatólia oriental, o extremo leste da actual Turquia. Isto parece comprovar a deliberação turca de cometer aquele que ficou conhecido como o primeiro genocídio do século XX.
Shakir viria a ser condenado pouco depois da I Guerra Mundial por um tribunal marcial imposto pelos Aliados aos Turcos (1919-20), todavia fugiu para Berlim, onde a 17 de Abril de 1922 viria a ser abatido por dois agentes arménios, Aram Yerganian and Arshavir Shirakian, naquilo a que se chamou Operação Némesis, posta em marcha pela Federação Revolucionária Arménia (também conhecido como Dashnaktsutyun), parte do Movimento de Libertação Nacional Arménio. Shakir foi encontrado pela dupla arménia juntamente com outro responsável turco pelo genocídio, o político Cemal Azmi.  Shirakian matou Azmi e feriu Shakir, que se pôs em fuga, apenas para ser perseguido por Yerganian, que o matou com um tiro na cabeça. Nenhum dos dois arménios foi detido por isso.