TRUMP DENUNCIA A CULPA MORAL DO JUIZ QUE BLOQUEOU O DECRETO CONTRÁRIO À ENTRADA DE IMIGRANTES MUÇULMANOS
Nunca o mundo esteve tão dependente de 140 caracteres, o número máximo de letras permitido pelo Twitter – o instrumento de comunicação preferido do novo e polémico Presidente dos Estados Unidos. Neste domingo, e a partir da sua casa de férias de Mar-a-Lago, na Florida, Donald Trump voltou aos seus tweets habituais e lançou um novo ataque contra o juiz que bloqueou temporariamente o decreto de Trump que proíbe a entrada nos EUA de pessoas oriundas de sete países de maioria muçulmana.
“Simplesmente não consigo acreditar que um juiz ponha o nosso país em tamanho perigo. Se alguma coisa acontecer, culpem-no e ao sistema judicial. Pessoas a entrarem de forma descontrolada.” E termina o seu tweet com um “Mal!”.
Além desta mensagem, nas últimas horas, Trump escreveu outra sobre o mesmo tema, crítica do poder judicial: “Dei instruções à Segurança Interna para verificarem as pessoas que estão a entrar no nosso país MUITO CUIDADOSAMENTE. Os tribunais estão a dificultar muito o trabalho!”
Já antes tinha tweetado: "A opinião deste pseudo juiz é ridícula e será anulada". Em causa está o despacho do juiz James L. Robart, de Seattle, no estado de Washington, costa oeste dos EUA.
Mais uma vez, as mensagens do Presidente voltaram a ser recebidas em tom crítico. À Esquerda, o senador e antigo pré-candidato presidencial democrata Bernie Sanders alertou para o risco de autoritarismo: "Houve demasiados americanos que lutaram e morreram para defender a democracia americana para deixar que o Presidente Trump nos guie numa deriva autoritária".
Mas afinal quem é este juiz? Órgãos de comunicação social, entre os quais o The New York Times, The Washington Post ou a CNN, falam num republicano de 69 anos que passou pela advocacia até ser nomeado por George W. Bush e confirmado por um Senado também maioritariamente republicano.
É descrito como bem-humorado, disciplinado, inteligente, rigoroso e como alguém que acredita no Estado de Direito, na independência da Justiça. Antes de ter sido nomeado, chegou a representar refugiados do sudeste asiático e também foi presidente de uma associação de Seattle que lida com crianças – e familiares – com necessidades em saúde mental.
Conhecido por dizer o que pensa, já esteve outras vezes nas notícias. Durante uma audição num caso que envolvia alegado uso excessivo da força policial e discriminação racial, respirou fundo e disse: "Black lives matter" ("As vidas dos negros também importam", numa tradução livre da expressão que dá nome a um movimento de defesa dos direitos dos cidadãos afro-americanos).
Agora, Robart é atirado para a primeira linha da política nacional devido à suspensão de um polémico decreto presidencial que, entre várias outras medidas de Trump, tem originado indignação dentro e fora de fronteiras. Neste caso, proíbe-se a entrada nos EUA de cidadãos de sete países: Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen, durante 90 dias. O documento proíbe também a entrada, durante 120 dias, a todos os refugiados – independentemente da sua nacionalidade – que estejam em processo de entrar nos EUA, e cria um regime especial para os sírios, banidos durante um período indefinido.
Apesar de, no preâmbulo, serem invocados os atentados de 11 de Setembro, nenhum dos países de origem das pessoas envolvidas naquele atentado está na lista elencada no decreto.
Aliás, desde o 11 de Setembro, nenhuma das pessoas que esteve por trás de atentados jihadistas nos EUA, e que fizeram vítimas, nasceu ou imigrou a partir de um dos sete países incluídos na ordem do Presidente. E nem um dos envolvidos eram refugiados. Eram todos americanos ou residentes legais nos EUA. Este é, aliás, o alerta que tem sido feito por académicos: o maior risco vem de dentro.
Depois de o decreto começar a ser aplicado e de o juiz federal James L. Robart ter emitido a a ordem a bloqueá-lo temporariamente, a administração Trump pediu a reposição imediata da proibição. Mas um tribunal de recurso rejeitou o pedido na noite de sábado para domingo.
Agora, os milhares que foram impedidos durante esta semana de entrar nos EUA apressam-se a viajar antes que a situação sofra alguma reviravolta.
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Fonte: https://www.publico.pt/2017/02/05/mundo/noticia/trump-continua-a-tweetar-furiosamente-se-acontecer-alguma-coisa-culpem-o-juiz-1760964
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Note-se: um político eleito pelo povo quer exercer um direito absolutamente crucial de qualquer País que seja mesmo um Estado de direito, que é poder impedir a entrada a estrangeiros considerados perigosos; diante disto, um típico representante da elite reinante - ideologicamente empenhado no imigracionismo e na causa do pretenso anti-racismo contra a polícia - , que não foi eleito pelo povo para ocupar o cargo que ocupa, consegue bloquear este direito nacional básico. Claro que os donos da elite mer(r)diática aplaudem, ou não fossem eles «secretos» inimigos da Democracia quando a Democracia dá voz à verdadeira vontade popular...
Quanto ao antepenúltimo parágrafo do artigo do Público, é sintomático que o escrevinhador da coisa se tenha esquecido que foi o sô Obama quem considerou esses países como fontes de terrorismo islâmico...
No que toca ao tema do artigo, observa-se que ao acusar o juiz Robart de ser moralmente responsável dos males que imigrantes muçulmanos possam causar nos EUA, Trump mais não faz do que ecoar a essência de um dos argumentos que os Nacionalistas de todo o Ocidente têm disseminado desde há anos e anos: confronta os donos da elite reinante com os resultados da sua política de imigração, aliás, iminvasão, verdadeiramente criminosa contra a segurança nacional dos países ocidentais. O procedimento político do novo presidente norte-americano continua, nisto, exemplar.
1 Comments:
Isto, a meu ver, deixa é bem à vista aquilo que que eu digo há muito, ou seja, que é impossível qualquer político nacionalista governar em democracia nos dias actuais, pois o sistema está todo minado e armadilhado a favor da elite mundialista reinante.
Se Trump não começar a fazer o mesmo que Putin fez na Rússia, não tardará muito para ser definitivamente reduzido à insignificância, pois o "sistema" vai-lhe fazer um cerco legal implacável e vai tentar minar todas as suas acções por todos os meios possíveis.
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