MARIANA MORTÁGUA EXPLICA AS ESCOLHAS QUE URGE FAZER
O presidente da Câmara do Porto escreveu há dias um inflamado artigo contra o que apelidou de "Saque Mortágua". O que parece incomodar Rui Moreira é que a receita do imposto sobre imóveis de luxo reverte para o Estado e não para os municípios. Mas, como este argumento é fraco, o autarca do Porto juntou-se à vozearia da Direita que tudo diz para confundir e assustar milhões de pessoas que nunca serão visados por este imposto.
A parte divertida da crítica de Rui Moreira é a exigência de receber no município a receita do tal "saque" que veio denunciar. No mesmo artigo, ainda se queixa do Governo porque impediu um aumento do IMI. Resumindo: para Moreira, taxar quem detém prédios avaliados nas Finanças acima de 500 mil euros ou até de 1 milhão de euros, isso é um saque! Mas aumentar o IMI a todos os habitantes do Porto, sejam ricos, remediados ou pobres, isso é uma medida justa.
Se Rui Moreira estivesse preocupado com a actual carga fiscal de todos os seus munícipes - e não apenas dos muito ricos - já podia ter feito uma coisa muito simples: através da Câmara do Porto, podia devolver 5% do IRS aos seus habitantes, tal como muitos autarcas decidem fazer por todo o país. Mas a verdade de Rui Moreira é que preside a um dos municípios que saca para si a totalidade desta percentagem de IRS que poderia distribuir. Como diria Rui, é o "saque Moreira"...
Das duas uma. Ou o autarca do Porto não se opõe à taxa adicional sobre o património de luxo proposto pelo grupo de trabalho sobre assuntos fiscais estabelecido entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda e só queria assegurar que arrecadava mais esta receita na Câmara; ou Rui Moreira só quer proteger o grande património, mas não lhe custa nada taxar a classe média do Porto através do IMI e do IRS.
Redistribuir a riqueza por via fiscal é assim mesmo. É preciso escolher. Para baixar o IRS de quem recebe 900, 1500 ou 2000 euros de salário é necessário pedir um contributo a quem tem património muito avultado. Por isso este escândalo todo, nunca visto quando o anterior Governo decidiu cortar em todos os apoios sociais, no subsídio de desemprego, e ainda aumentar impostos sobre os trabalhadores pobres. O violento ataque da Direita a esta medida mostra bem que, desta vez, se está mesmo a tocar nos interesses dos mais poderosos. Não se pode agradar a todos.
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Fonte: http://www.jn.pt/opiniao/mariana-mortagua/interior/nao-se-pode-agradar-a-todos-rui-moreira-5398306.html#ixzz4KupJJW7N
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Nada mau para quem é filha de um assaltante e mai' não sei quê. Tomara muitos filhos de gente de bem terem tão apurado e lúcido sentido ético... haja os defeitos que houver no que respeita ao restante da sua ideologia, a moça volta a brilhar pelo rigor e pela classe com que fala, indo directa ao assunto e focando o que interessa focar, ponto por ponto, num texto com o mínimo de palavras e o máximo de conteúdo. Está simplesmente a fazer o que um regime nacionalista com consciência social seguramente faria. Enquanto o Nacionalismo não chega ao poder (e ainda vai demorar um bocadito para isso acontecer...), mais vale que a geringonça se aguente para que a jovem continue a dar o seu contributo de modo a que o país fique menos terceiro-mundista.
18 Comments:
Menos terceiro mundista? :D o Bloco a par do p.s deve ser o partido que mais fomenta fazer dos portugueses e dos europeus minoria nas suas terras, para eles ser português é um bocado de papel, e para eles, Portugal será mesmo terceiro mundista. Pouco importa se defendem o estado social ou não (o que é um mito tamb). Mas tudo isso é secundário, face aos caos que a ideologia bloco-esquerdista-internacionalista defende.
A extrema-esquerda abomina a riqueza alheia. Foi sempre assim. Olha para o que é dos outros com inveja e acha-se no direito de reclamar para si sem esforço o que o resto do Mundo só consegue com sacrifício e trabalho. Procura invariavelmente o caminho fácil, que é como quem diz, podendo, apropria-se. Nos tempos do PREC valeu-se dos petardos, assaltos a bancos, saneamentos e ocupações de herdades e empresas. Muitos dos seus, vencidos pela democracia que nunca quiseram, envelheceram, engordaram e num caso ou noutro acabaram condecorados pela singular justiça presidencial da República. 41 anos depois, refinaram.
Há dias, em Coimbra, a convite do PS, Mariana Mortágua, deputada de um partido que representa 10% dos votos, disse que "do ponto de vista prático, a primeira coisa que temos de fazer é perder a vergonha de ir buscar a quem está a acumular dinheiro" . Aproveitando o embalo, lançou um novo imposto sobre o património. E a plateia socialista, em processo acelerado de desagregação identitária, aplaudiu.
Parece que depois a geringonça abanou. Num momento "zen", a deputada "tweetou" que "taxar riqueza acumulada não é taxar poupança", o que até poderia ser, não fosse o facto de, por definição, a poupança ser riqueza acumulada. Baralhou-se.
Hoje, para a geringonça, o problema são os ricos. Ter património ou ganhar dinheiro honestamente é pecado. E os impostos são o castigo.
Se tem carro é rico.
Se tem casa é rico.
Se tem sol e vista boa é rico.
Se tem mais de 50 mil euros na conta bancária não é só rico, como também é suspeito. Com direito a visita do Fisco.
E se morreu, foi rico. O imposto sucessório já está no prelo.
«o Bloco a par do p.s deve ser o partido que mais fomenta fazer dos portugueses e dos europeus minoria nas suas terras,»
Nisso têm bons aliados, o PSD e o CDS, que durante a sua governação chegaram ao ponto de dificultar a saída dos imigrantes - sim, a saída, o retorno à sua terra, dos imigrantes do terceiro-mundo que cá vivem. Mal por mal, antes o BE e o PS, vai quase dar ao mesmo...
«A extrema-esquerda abomina a riqueza alheia. Foi sempre assim. Olha para o que é dos outros com inveja»
É a inveja é, em vez disso mais vale que todo o povinho se transforme no mais refinado produto acabado do Capitalismo: o pobre que defende o aumento da riqueza dos ricos, como um cão bem amestrado preso pela trela defende o dono contra os lobos. Não se revolta quando recebe ordenados de merda e paga toneladas de impostos enquanto o ricalhame se gaba sem vergonha a dizer que agora é que se estavam a fazer bons negócios com outros ricaços estrangeiros, e agora é que estava a ser muita bom para os amigalhaços e para, cof cof, «o investimento», um investimento cujos frutos vão sempre parar aos bolsos dos do costume. Tanto cagaçal histérico contra «o novo PREC que vem aí!!!» passa de simplesmente ridículo - «ai que não podemos ter um carrinho, uma casinha com boa vista (o imposto maior sobre as habitações com mais belos horizontes diante da vidraça já tinha sido cozinhado pelo governo PSD/CDS, pois...), um apartamenzito de meio milhão de euros, um iatezito pequenito, um aviãozito insignificante comprado com tanto esforço e tanta poupançazinha!!!!, foram dias e dias sem comer!!!!!!!!!!!!» - passa de simplesmente ridículo a ofensivamente obsceno quando é adoptado num país onde há quarenta anos o salário mínimo não aumenta, o que aumenta sim é o fosso sócio-económico.
A sorte de todos esses caguinchas, a lamentar-se por terem de pagar mais uns cêntimos pelas suas ricas propriedades, a sorte dessa malta a fazer-se coitadinha é que o povo é manso. Aliás, nem é um povo manso, é um povo de mansos, o que se torna um bocado pior. Um povo que tivesse consciência cívica montava cerco à assembleia da república e exigia algo mais do que a duplicação ou triplicação do IMI pago pelos grandes proprietários.
«"taxar riqueza acumulada não é taxar poupança", o que até poderia ser, não fosse o facto de, por definição, a poupança ser riqueza acumulada. Baralhou-se.»
Ai ela é que se baralhou... os coitadinhos fazem crer que uma poupançazita ao longo de uma vida, feita de salários baixos e verdadeiros sacrifícios, e que no fim não passa de uma vintena de milhares de euros, deve ser posta no mesmo saco que uma poupançazita que se situa na escala das centenas de milhares de euros, e ela é que se «baralhou»...
Muito boa, essa. Incontornável conclusão: todo o reformado que tenha a sua poupança no banco tem riqueza. Sim senhor, vem mesmo a calhar para justificar o roubo que o governo anterior fez aos reformados e a quem tinha salários mais baixos...
"Nisso têm bons aliados, o PSD e o CDS, que durante a sua governação chegaram ao ponto de dificultar a saída dos imigrantes - sim, a saída, o retorno à sua terra, dos imigrantes do terceiro-mundo que cá vivem. Mal por mal, antes o BE e o PS, vai quase dar ao mesmo..."
Não duvido mesmo que sejam bons e aliados e são, nisso todos estão de acordo tens razão. A diferença é sobretudo em termos de iniciativa, acção. O Bloco e mesmo o ps e o pc têm nas suas agendas escancarar as froonteiras de Portugal ao mundo e repara nas leis da "nacionalidade" (passado pelo ps em 2006), observa ao longo dos anos as causas do bloco. É uma questão de escala. Faz um exercício simples, vai ver em 10 anos 4 ou 5 do ps no governo e 4 ou 5 do psd no governo e repara no número de naturalizações entre uns e outros. Com isto não estou a dizer que o psd faz o contrário, não faz, mas a velocidade do processo é que é menor. Nenhum desses é alternativa a este estado de coisas, como sabemos.
Não sei já se a velocidade é menor. Não vi nem o PS nem o BE a quererem dificultar a saída de alógenos. E, já agora, é curioso que quem começou a meter africanos em Portugal foi a «Direita» - primeiro, no tempo de Salazar (final dos anos sessenta, para trabalhar nas obras de J. Pimenta) e depois a partir de Cavaco Silva. Em ambos os casos, tal como agora, quem mais teve interesse directo nisso foi o grande patronato.
E entretanto um dos merdas anónimos - se não for só um... - como foi completamente esmagado na conversa e ficou invulgarmente fodido por constatar que não tem argumentos (nunca os teve) resolveu agora pôr-se a dizer o meu nome e até, com a baixeza que é típica em tal tipo de escumalha rasteira, começar a querer falar da minha vida privada e profissional, como se tivesse alguma coisa com isso, mas de qualquer modo confirmando que o mete-nojo anda muito atentozinho à minha vida - da qual queria muito saber mas não sabe - se calhar por não ter vida própria ou por padecer de eternos complexos de inferioridade, talvez porque, mesmo sendo filho de papás ricos, nunca ter ao menos conseguido uma licenciatura... a nulidade intelectual, de resto, calha bem com o seu carácter invertebrado. Ainda bem que o filhadaputa está fora do PNR, tanta merdice de carácter e indigência mental só atrasariam o partido...
Qualquer "anónimo" que queria passar da blogosfera para o mundo real ao menos tempo que se esconde atrás do "anonimato" é um covarde que não merece sequer a tua consideração.
Eu confesso que nunca percebi esta atitude que certas pessoas têm de ir para os nossos blogues "explicar-nos" (como se conseguissem explicar alguma coisa) que estamos completamente enganados e insistindo que há uma "ideologia certa" que devemos perfilhar. Fazem-me lembrar os padres quando dizem alarvidades do género "Se tu não confessares os teus pecados como deve ser, vais direitinho para o Inferno!"
Eu não concordo a 100% com nenhum dos blogueiros da nossa praça, mas jamais me passaria pela cabeça ir aos seus espaços insultá-los e dizer-lhes que estão completamente enganados ou que precisam urgentemente de ver a luz. Esta atitude é de uma condescendência e de um pedantismo intelectual que chega a meter nojo, de tão confrangedoramente infantilóide que é.
A deputada do BE acrescentou que uma sociedade estável não pode aceitar que se acumule dinheiro. A esquerda não gosta que se poupe. Ou porque vê no consumismo a salvação do Estado, o que não deixa de ter piada, ou porque quem poupa planeia a sua vida, e isso é inaceitável para quem o pretende fazer por via governamental.
Quem poupa pode escolher; quem poupa depende menos do poder político, dos altos e baixos da economia. É mais livre, menos sujeito ao poder discricionário de quem governa e de pessoas como Mariana Mortágua.
Se uma sociedade estável é aquela que não aceita que se acumule dinheiro, então a União Soviética era estável. Tão estável que não evoluía. Tão estável que ninguém decidia o seu futuro, planeado que estava pelos decisores políticos. Porque a estabilidade é uma faca de dois gumes afiada quando se limita a liberdade das pessoas.
A extrema-esquerda, e este PS que lhe dá palco, não gosta de quem poupa porque quem o faz não precisa dela. É independente, livre de escolher outro caminho. A sociedade ideal, a sociedade estável, é aquela em que se trabalha no Estado ou em empresas que estejam debaixo do olho do governo.
Se somarmos a isso o não termos qualquer poupança que nos valha nos tempos de aflição, não passamos de ovelhas de costas viradas para os lobos. Poupar tornou-se um ato de resistência.
LICENCIATURA EM ARQUITETURA E MESTRADO EM URBANISMO NÃO CHEGAM?ERRASTE O ALVO CELSINHO, GANDA LOLADA!!! E OS PAIZINHOS RICOS É DE PARTR O COCO A RIR.TRY AGAIN! LOL
Try again o quê, animal, mas achas que a merda da tua vida merece ser conhecida? Podes bem metê-la na peida, e entretanto não estejas tão nervoso, acalma-te lá que isto nem a feijões é, ao menos tenta ter alguma dignidade na derrota...
«Esta atitude é de uma condescendência e de um pedantismo intelectual que chega a meter nojo, de tão confrangedoramente infantilóide que é.»
Uma herança psico-cultural do messianismo cristão, caro camarada...
Além de parecer uma espécie de insegurança e necessidade de provarem a si mesmos que conseguem promover uma ideia e vencer quem pensa de maneira diferente. Depois quando não conseguem ficam previsivelmente fodidos, não só porque têm mau perder mas também porque, devido à sua (de)formação dogmática e fanática, se identificarem, como pessoas, com as suas próprias ideias, sem serem capazes por isso de distinguirem ideias de pessoas. Sentem assim um ataque às suas ideias como um ataque a si mesmos. E também isto foi grandemente reforçado pela cristianização.
«A deputada do BE acrescentou que uma sociedade estável não pode aceitar que se acumule dinheiro.»
A partir desta grosseira distorção do que disse a bloquista, desenrola-se uma ladainha ridiculamente alarmista sem qualquer cabimento e com todo o descaramento. Antes de mais nada, nunca Mariana Mortágua disse que não se pode poupar, isso é uma aldrabice das mais despudoradas. O que ela fez foi distinguir entre poupanças de pobres e remediados, por um lado, e, por outro, fortunas. E é precisamente isto que mais irrita os direitinhas do grande capital, é que queriam poder continuar a chamar «poupanças» aos seus escassos milhõezitos de euros, é um bocado atitude à António Damásio que declarava o ordenado mínimo enquanto possuía um helicóptero e o fisco não lhe tocava. A malta plutocrática estava muito contentinha com este estado de coisas e não queria que a mama acabasse, pudera.
E depois há quem tenha a lata, como no comentário ao qual respondo, de querer exaltar a «independência» de quem poupa... qual independência, a independência de quem ganha milhões e assim controla a vida de outros tantos milhões através das suas empresas, ou a «independência» de quem, esmagado por impostos e recebendo ordenados de miséria, mal pode beber uma bejeca a mais no mês sem contar os trocos, além de, com a fragilização dos direitos laborais e o aumento da posse privada das empresas, precisar de ter muito cuidadinho com o que o patrão pensa para assim não ficar no desemprego?
Haja vergonha. E haja, sobretudo, mais medidas, muitas mais, como a de Mariana Mortágua.
AS MEDIDAS DA MORTÁGUA VAO DAR EM...NADA! LOL LOL
Então não se choraminguem tanto... ;)
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