quarta-feira, setembro 21, 2016

LÍDER DA OPOSIÇÃO PARLAMENTAR NÃO VOLTA ATRÁS MAS AFINAL VOLTA ATRÁS NA APRESENTAÇÃO DE LIVRO DE COSCUVILHICE ÍNTIMA

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, disse hoje que não volta com a palavra atrás e que vai apresentar o livro do jornalista José António Saraiva, mas espera que este assunto não seja transformado numa questão de natureza partidária.
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Fonte: http://www.dn.pt/portugal/interior/passos-sobre-livro-5394535.html

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O líder do PSD não vai apresentar o livro de José António Saraiva por não querer ficar associado a uma discussão que mistura política e questões privadas e da intimidade das pessoas, explicou hoje, acrescentando que pediu ao autor para "o desobrigar" do compromisso que tinha assumido.
"Eu tenho defendido sempre que uma coisa é a política, outra coisa são as questões privadas e da intimidade das pessoas e não gostaria de ficar associado a isso, a uma discussão que pudesse misturar as duas coisas", afirmou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas no final de uma visita a uma incubadora de empresas, no Taguspark, em Oeiras.
Admitindo que, em seu entender, o livro Eu e os políticos tem "um filtro" que não foi "devidamente aplicado", Passos Coelho explicou que, como não gosta de faltar à sua palavra, pediu a José António Saraiva que o "desobrigasse" de um compromisso que com ele tinha assumido, numa altura em que não tinha ainda lido o livro e estava "guiado sobretudo pela admiração e respeito" que tem pelo autor.
"Tive oportunidade de ler e, na sequência disso, pedi ao arquitecto José António Saraiva que me desobrigasse desse compromisso porque entendo que o respeito e admiração que tenho por ele também tenho por pessoas que vêm ali retratadas e que são retratadas em termos que não são estritamente políticos", disse Passos Coelho.
O líder do PSD assegurou ainda que a sua decisão de pedir ao director do jornal Sol que o "desobrigasse" a apresentar o seu livro nada teve que ver com pressões do PSD, sublinhando que sempre disse que esta não era uma questão partidária.
"Era uma questão de natureza particular, que decidi particularmente", vincou, acrescentando não ter tido qualquer manifestação de existir dentro do PSD algum mau estar.
"O que posso dizer é que se alguém se sentiu melindrado por isso não terá razão com certeza hoje para se melindrado, pelo menos comigo, na medida em que manifestamente me parece que era importante fazer essa separação de águas", referiu.
Dando a questão como "ultrapassada", Passos Coelho insistiu que José António Saraiva compreendeu a sua decisão e que isso o deixou "mais confortado" porque não gosta de faltar à sua palavra.
"Se ele não me desobrigasse teríamos uma situação, aí sim, mais constrangedora para mim. Mas, felizmente ele compreendeu muito bem a situação", comentou.
A editora Gradiva anunciou esta madrugada que o líder do PSD tinha pedido a José António Saraiva para "o desobrigar" de estar presente no lançamento do seu livro "Eu e os políticos", o que levou ao cancelamento da apresentação, prevista para dia 26, às 18:30, no El Corte Inglés, em Lisboa.
No livro, José António Saraiva descreve, segundo a editora Gradiva, "um conjunto de episódios polémicos, vividos na primeira pessoa, com diversos políticos e personalidades" portugueses, como Paulo Portas, Mário Soares, Marcelo Rebelo de Sousa, José Sócrates e Pedro Santana Lopes, assim como o actual primeiro-ministro, António Costa, incluindo pormenores mais íntimos e privados.
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Fonte: http://www.dn.pt/portugal/interior/passos-recuanao-gostaria-de-ficar-associado-a-mistura-de-politica-e-questoes-privadas-5401048.html   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)

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Como é possível que o fulano não tivesse ideia nenhuma sobre o conteúdo do livro que se comprometeu a apresentar, prometendo que ia mesmo apresentá-lo e não voltava com a palavra atrás mas acabando afinal por voltar mesmo com a palavra atrás (é que nem numa pequeneza destas se coíbe de fazer uma figura indevida)?
Nem é preciso ler tal obra para saber que é asquerosa - o tema fala por si e diz tudo. Torna-se o nojo mais significativo na medida em que o autor costuma armar ao pingarelho como grande jornalista político e até cultural. Lembro-me de o ler a dizer que o «zeitgeist» - «espírito do tempo», ou da época, em Alemão - é o pensamento de quem não pensa. Ora um livro sobre mexericos sexuais está bem abaixo de qualquer pensamento não-pensamento que se preze - é atravessar a fronteira entre o estado de vazio de ideias e o de imundície mental... Bem pode algum dia gabar-se de estar acima da manada, que o que agora apresentou ao público encontra-se ao nível da casa dos segredos.