terça-feira, setembro 20, 2016

DEPOIS DA ASCENSÃO ELEITORAL NACIONALISTA MERKEL DIZ QUE SE FOSSE AGORA TINHA ADOPTADO OUTRA POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO...

A chanceler alemã, Angela Merkel, reconheceu parte da responsabilidade na derrota do seu partido, a União Democrata Cristã (CDU) nas eleições de Berlim – a grande coligação CDU-SPD que governava a cidade-estado não tem uma maioria suficiente para continuar. Com 17,6%, a CDU teve o seu pior resultado na capital desde a reunificação da Alemanha.
“Se pudesse fazer o tempo voltar para trás, fá-lo-ia, muitos, muitos anos”, disse Merkel – no entanto, a chanceler não teria alterado a sua decisão de acolher milhares de pessoas em fuga da guerra no Verão passado. O que faria era preparar o país para esta chegada.
A decisão de acolher refugiados em 2015 é vista como o principal motivo da descida da CDU nas urnas nos estados-federados (esta foi a quarta derrota do partido nos Länder em cinco eleições este ano). Questionada sobre uma sondagem segundo a qual 82% dos eleitores discordam da sua política de imigração, Merkel respondeu: “Se eu soubesse que mudança as pessoas querem, estaria pronta a considerar e falar sobre isso”, declarou. “Mas a sondagem não diz nada sobre isso.” No entanto, se as pessoas não quiserem a entrada descontrolada de milhares de pessoas, Merkel diz defender o mesmo: “Ninguém quer uma repetição da situação – eu também não”.
A chanceler continua a não dizer se vai concorrer a um quarto mandato. Merkel, que já foi o trunfo eleitoral da CDU, é agora vista como uma fonte de problemas, mas não parece existir uma alternativa de liderança no partido.
Populistas da AfD com 14,2%
O descontentamento de muitos alemães – tanto pela entrada de muitos refugiados como pela gestão no acolhimento tem sido aproveitado pelo partido populista anti-imigração AfD (Alternativa para a Alemanha), que obteve 14,2% dos votos em Berlim e entra no seu décimo parlamento em 16 estados-federados, fazendo prever que dentro de um ano seja pela primeira vez representado no Parlamento nacional, objectivo que falhou por pouco em 2013, quando a sua bandeira era a crítica ao euro. 
A AfD ficou atrás de partidos como Die Linke (15,6%) e os Verdes (15,2%). O crescimento do partido incomoda no país que foi governado por Hitler e que era até agora visto, graças a ter sido palco do Holocausto, como imune ao apelo dos partidos populistas anti-imigração.
Se por um lado este é um resultado alto de um partido deste género numa cidade aberta e tolerante como Berlim (em que os residentes têm direito a voto nestas eleições), por outro os habitantes da cidade de 3,5 milhões têm razões de queixa desde o eterno atraso na abertura do aeroporto BER (que se tornou uma anedota nacional) até serviços públicos com pessoal a menos (a espera no registo no gabinete do cidadão é o pesadelo de quem muda de casa) ou dificuldade em encontrar casa.
Sinais para a eleição de 2017
A AfD está cada vez menos sozinha na crítica à política de refugiados. O partido-gémeo da CDU na Baviera, a CSU, tem pedido um tecto máximo de entradas, algo que Merkel recusa. Após cada desaire eleitoral da CDU, faz-se ouvir a voz crítica da CSU. Desta vez, o líder Horst Seehofer (que, segundo alguns comentadores, desejaria concorrer, ele próprio, a chanceler) declarou: “A situação da União [CDU/CSU] nunca foi tão difícil.” A prioridade deveria ser agora os dois partidos acertarem posições sobre temas centrais para enfrentarem as eleições em Setembro de 2017. Mudando o foco, Seehofer disse, em declarações ao diário Süddeutsche Zeitung, que não está em causa apenas a política de imigração, enumerando ainda a segurança, os impostos, e a política económica.
Os resultados em Berlim não foram um desapontamento apenas para a CDU. O vencedor, o partido social-democrata (SPD), obteve apenas 21,6% - nunca um partido tinha vencido uma eleição com um resultado tão baixo, segundo o portal de estatística Statista.
A imprensa alemã destaca ainda o fim do domínio sólido dos dois partidos tradicionais, CDU e SPD, que têm governado com o apoio de um partido pequeno, tradicionalmente os Liberais e depois os Verdes, ou em conjunto. Juntos, SPD e CDU desceram de  51,6% em 2011 para 39,2%. Uma nova grande coligação CDU-SPD nas eleições nacionais em 2017 “será não só politicamente arriscada como poderá ser matematicamente impossível”, diz o analista político Cas Mudde ao Huffington Post. “Coligações a três já não são mal vistas”, diz o Süddeutsche Zeitung.
Os estados-federados vão sendo palco para experiências de coligações inéditas, e Berlim poderá experimentar uma fórmula nunca tentada: a coligação vermelho-vermelho-verde, ou seja, sociais-democratas, Die Linke (A Esquerda), e Verdes. Die Linke, um partido de esquerda radical em que estão antigos quadros do partido único da ex-RDA, nunca foi encarado como uma hipótese para uma coligação a nível federal.
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Agradecimentos ao Arauto por ter aqui trazido esta notícia http://i.imgur.com/JBFW05I.png, que encontrei aqui: https://www.publico.pt/mundo/noticia/merkel-diz-que-se-pudesse-fazia-o-tempo-voltar-para-tras-1744556?page=-1

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Assim funciona a Democracia - a pouco e pouco se vai afirmando a mais autêntica vontade popular, directa ou, neste caso, indirectamente, através dos meios-reconhecimentos por parte de quem manda de que a política iminvasionista não é a melhor.

11 Comments:

Blogger Pedro said...

Andam a brincar aos nacionalismo e esquecem-se que o nacionalismo custou-nos milhões de mortos e já deu cabo da Europa uma série de vezes.

Se não fossem as idióticas competições nacionalistas, o tal "sagrado egoísmo" não tinha havido dezenas de guerras, nomeadamente a I e II guerras mundiais.

Isto é, não tinham morrido dezenas de milhões de pessoas e os países europeus não teriam ficado devastados.

Isto é, a Europa seria agora a principal potência mundial.

21 de setembro de 2016 às 10:47:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Completamente errado, isso que escreveu. Não foram os Nacionalismos que causaram desastres na Europa - nem uma só vez. Foram, isso sim, os imperialismos. Confundir uma coisa com outra é ignorar totalmente o significado de Nacionalismo. E se não fosse a imbecilidade de ignorar o valor supremo da Nação em si, não teria havido expansionismos abusivos que, esses sim, provocaram incontáveis guerras, nomeadamente as duas guerras mundiais do século XX. Como bem disse o espartano Leónidas ao imperial Xerxes, «se soubesses o que é bom na vida, abstinha-te de querer mandar no que é estrangeiro».

21 de setembro de 2016 às 18:05:00 WEST  
Blogger Afonso de Portugal said...

Não surpreendentemente, esse "Pedro" não tem blogue. Deve ser daqueles que vive para mandar postas de pescada nos blogues dos outros!

21 de setembro de 2016 às 18:44:00 WEST  
Blogger Pedro said...

Caro Caturo.

Isso não faz sentido nenhum, porque é principalmente o nacionalismo que incita ao imperialismo.

Todos os nacionalistas sempre disseram que apenas defendiam a sua nação, mas na maior parte dos casos acabam sempre a atacar as outras nações.

O exemplo que deu, dos espartanos, é perfeito nesse sentido.

Os espartanos, enquanto davam lições de moral aos persas, criticando-os por quererem dominar os outros, ao mesmo tempo cometiam um dos crimes mais cruéis alguma vez cometido contra um povo europeu.

Escravizaram da forma mais cruel e humilhante os essénios, ainda por cima um povo irmão de raça grega.

De facto, os espartanos foram muito, mas muito piores para os outros gregos do que os persas.

Quem acatasse o domínio persa vivia normalmente, pagando os impostos e prestando os serviços normais naquela época que todos os povos prestavam aos seus estados.

Já os espartanos institucionalizaram a escravidão de um povo inteiro, sujeitando-o constantemente ás mais torpes humilhações, roubos, torturas e assassinatos.

Já no caso turco e mouro ibérico observámos o mesmo fenómeno. Os ditos alégenos eram mais tolerantes.

Os piores casos de extermínio ou de escravidão de povos europeus foram obra de outros povos europeus, vide o caso dos espartanos ou dos saxões contra os celtas, ou na II GM os alemães contra os eslavos etc etc.

Todas as nações europeias têm conflitos territoriais. Vide os nossos casos de Olivença e das selvagens. Ou os alemães, que depois da II GM contra vontade reconheceram as fronteiras com a França mas que nem hoje reconhecem as fronteiras com a polónia etc etc etc.

Exacerbem os nacionalismo e teremos outra vez os imperialismos.

E nós, como um dos países mais fracos da Europa, seremos promovidos a saco de porrada.

É mesmo esperto isso...

22 de setembro de 2016 às 14:15:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Isso é insistir em ter uma visão atrasada da realidade, ainda para mais pontuada, desta vez, por falsos mitos. O exemplo que deu dos Espartanos não é dos melhores, antes de mais porque deve haver aí alguma confusão, os Essénios eram judeus doutras paragens, não devem ter tido muito a ver com os Espartanos, e quem foi de facto controlado pelos Espartanos foram os hilotas, eventuais descendentes de gentes vencidas. Mas tudo o que na sua acção «imperialista» tenha sido feito por Esparta em nada alterou o valor do que disse Leónidas e eu citei mais acima.
Evidentemente que em todas as épocas há abusos, da parte de todos e em toda a parte, mas o mais curioso é que os exemplos que está a citar só me dão razão - o mal nunca esteve no Nacionalismo em si mas sim no imperialismo. Enquanto permaneceram na sua terra, os Povos mais não fizeram do que defender-se a si mesmos e travar abusos alheios, caso dos Espartanos nas Termópilas e na continuação das Guerras Médicas. Se posteriormente, ou noutras circunstâncias, procederam doutro modo, isso é bem outro assunto. Ou seja, o mal maior está precisamente em violar as fronteiras nacionais, precisamente as que você quer desprezar e destruir.

E o que tem mais piada na sua conversa é que no fim considera o Nacionalismo como «esperto», quando a sua proposta é esta: vamos dar cabo das fronteiras que é para os Nacionalistas não as violarem com os seus imperialismos... nada mais «esperto», de facto...

22 de setembro de 2016 às 17:51:00 WEST  
Blogger Caturo said...

A sua tentativa de menorizar as violências cometidas por impérios não o ajuda, pelo contrário, só o contradiz, não só na essência do argumento acima referida, mas também, já agora, porque a meio da conversa começa a dizer que os Europeus foram muito maus e os Turcos e os Mouros foram-no muito menos...
Então em que fica? O «Nacionalismo-Imperialismo» é pior quando é europeu?
Observa-se pois na sua arenga uma mistura de dois elementos muito frequentes no ideário da elite reinante: o universalismo declaradamente inimigo das identidades e o abjecto complexo de culpa branco. Depois de me referir ao primeiro, resta olhar o segundo: um absurdo obsceno, que só se justifica pela disseminação da ignorância sobre o que foi realmente o domínio mouro, altamente opressivo na Ibéria - a Hispânia sob domínio mourisco vivia no terror, havia massacres e massacres de cristãos e judeus por questões menores - e sobre a muita conhecida, no passado, crueldade turca, que ficou lendária. Os Turcos levaram a cabo o que de pior pode ser feito por seres humanos, tal como outros muçulmanos fizeram - escravizavam Povos inteiros, violando-lhes em massa as mulheres e castrando-lhes incontáveis jovens do sexo masculino para deles fazerem eunucos e prostitutos. Nunca os Europeus perpetraram nada que se parecesse com isto, sendo aliás significativo que algumas das gentes europeias mais inclinadas a cometer actos de grande crueldade são precisamente da área europeia mais afectada pelos Turcos, a saber, os Balcãs, e não terá sido por acaso.... crueldade gera crueldade. E foi apenas graças à firmeza da revolta nacionalista de todos estes Povos europeus - nomeadamente dos Gregos, dos Romenos, dos Sérvios e não só - que o império otomano pôde ser expulso da Europa e mais tarde devidamente esmagado.

22 de setembro de 2016 às 17:52:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Quanto aos Saxões contra os Celtas, a ideia de que estes foram exterminados por aqueles já há muito se ultrapassou pela investigação historiográfica e também genética... os antigos Britões da parte oriental da Britânia não foram pura e simplesmente varridos nalguma espécie de limpeza étnica «holocáustica», mas sim absorvidos pelos invasores germânicos (Saxões, Anglos, Jutos, Frísios). E, mais tarde, acabou por se estabilizar a situação na ilha, precisamente porque os Celtas, resistindo ainda ao invasor, conseguiram preservar - até hoje, no fundo... - um bastião da sua identidade étnica no ocidente da ilha, nomeadamente em Gales e na Cornualha. Foi, mais uma vez, o «nacionalismo» que salvou uma identidade étnica.
O mesmo, mesmíssimo, se aplica aos Eslavos acossados pelo chauvinismo alemão - não foi graças ao Comunismo que a Rússia travou a expansão nazi, mas sim àquilo que você mais odeia, o nacionalismo. Não foi com o apelo à luta de classes ou a qualquer ideal universalista que se pôs a massa eslava em triunfal movimentação bélica, mas sim em nome da Mãe-Pátria, tal como uma década antes já tinha sido magistralmente previsto por J. António Saraiva na sua brilhante obra «Perigos que Ameaçam a Europa e a Raça Branca», volume III.

Torna-se por tudo isto óbvio que só seguindo o que Leónidas disse a Xerxes é que pode haver paz na Europa e no resto do planeta. Pelo contrário, o que mais mata ao longo dos milénios é precisamente a atitude universalista nas suas várias vertentes, a começar pela imperialista mas continuando para a humanista que você defende: foi precisamente em nome do ideal universalista, crença pretensamente trans-nacional - Cristianismo e Islão - que se aniquilaram incontáveis milhões de pessoas e culturas inteiras.

22 de setembro de 2016 às 17:56:00 WEST  
Blogger Pedro said...

Caro cater.

Eu dei exemplos concretos de actos muito mais opressivos praticados por povos europeus uns contra os outros. Comparativamente, os impérios persa, árabe e turco foram muito mais brandos na sua ocupação de povos europeus.

Por exemplo, os saxões podem não ter assassinado todos os celtas que apanharam, se calhar escravizaram alguns. Mas o que é certo é que os celtas desapareceram como povo das áreas de ocupação saxónica, enquanto todos os povos dos balcâs que a turquia ocupou ainda lá estão...

Se não tem resposta a isso, ao menos não ponha na minha boca palavras que eu nunca disse - que por princípio as outras raças são mais mais brandas. Não são. Mas CONCRETAMENTE, há exemplos de que podem ser. Nomeadamente quando s trata dos tais impérios inclusivos que vocês tanto desgostam.

E sim, eu prefiro de longe, por exemplo, pertencer à união europeia, do que viver na Europa nacionalista tradicional, com guerras generalizadas em todas as gerações.

Do mesmo modo prefiro ser cidadão europeu do que súbdito de um Reich nacionalista que me faria passar fome e enviaria para trabalhos forçados na nacionalista Alemanha.

Claro que vai insistir que o nacionalismo não tem nada a ver com imperialismo. Mas pronto, por uma incrível coincidência, um gigantesco azar, a maior parte dos regimes nacionalistas são imperialistas. Acabam todos a considerar-se superiores ao outros.

23 de setembro de 2016 às 15:00:00 WEST  
Blogger Pedro said...

Caro caturo.

Essa dos essénios foi uma gralha minha. Queria dizer messénios.

E os hilotas, no período a que me refiro, não eram só um povo, mas uma condição social (servidão) a que os gregos messénios foram sujeitos pelos espartanos, em condições mil vezes piores do que as que os persas impunham aos gregos nesses tempos.

Mas já que falou em judeus não vá mais longe.

Os espartanos eram considerados como racialmente aparentados com os judeus.

Heródoto diz que eram racialmente aparentados com os fenícios, cultura irmã da judaica e que na altura os gregos não distinguiam uma da outra, e a bíblia confirma-o no livro dos macabeus, declarando os espartanos povo irmão descendente de Abraão.

E não são caso único.

Várias dos povos gregos mais importantes consideravam-se orgulhosamente descendentes de fenícios e egípcios - leia as lendas de Cadmo e Dánao. Os próprios proto gregos micénicos chamavam-se orgulhosamente de dánaos. O que significa da tribo de Dánao, o que é o mesmo que dizer da tribo de um egípcio.

Estamos a falar da grécia, o berço da civilização europeia.

Por falar nisso, o próprio nome Europa é o nome de uma princesa fenícia...

O nome do nosso continente e civilização é o de uma mulher semita de uma cultura parente da judaica.

Assim como a religião a que pertencem a maior parte dos europeus é um ramo da religião judaica.

Assim como a religião, também a agricultura, a civilização urbana, a escrita o alfabeto foram importados do oriente.

Com isto quero dizer que a vossa tese de que os semitas e camitas são "alógenos" não cola.

A civilização europeia é e sempre foi uma civilização mista, que desde a sua formação teve muitas contribuições raciais e culturais de fenícios, egípcios, judeus e de outros povos orientais.

23 de setembro de 2016 às 15:21:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Mistura aí uma série de coisas... qual é afinal o seu problema, é
A) O nacionalismo europeu ser imperialista (o dos não europeus é mais bonzinho, diz você, talvez por causa do clima ou, quem sabe, porque há algum espírito mau nos ares da Europa...),
ou
B) o nacionalismo europeu não ter sentido porque somos todos uma mistura?

Ou será que...
C) vale tudo e mais um par de botas para, com argumento 1 ou -1 invalidar o nacionalismo europeu à me'ma?...

Ora então essa dos Espartanos e dos Judeus... tem noção de que o Livro dos Macabeus, que indica esse parentesco, não ser uma obra científica, não tem?
Quanto a Heródoto e os Fenícios, é bem provável que por «Fenícios» os Gregos entendessem uma série de Povos eventualmente bem diferentes uns dos outros embora provenientes da mesma «zona». Mas nessa zona o que não faltava era variedade étnica. E há boas hipóteses de o Cadmo lendário, alegadamente originário da Fenícia, seja na verdade o símbolo de toda uma migração predominantemente indo-europeia, integrável no grande movimento dos chamados «Povos do Mar», predominantemente indo-europeus.
Mutatis mutandis, aplica-se o mesmo a Dánao, epónimo de toda uma gente predominantemente indo-europeia, aparentada com os Hicsos, que nas invasões do final do primeiro milénio a.c. passaram pelo Egipto.
O mesmo se poderá aplicar a Europa, em termos mitológicos, e, já agora, mesmo em termos linguísticos, uma vez que a sua origem etimológica permanece incerta, pode até ser helénica e há entretanto quem diga que qualquer explicação etimológica a partir das línguas semitas tem sido «pobre».

Quanto ao Cristianismo, foi imposto pela força um pouco por toda a Europa e resto do mundo - significativamente, onde quer que o Cristianismo não tenha tido o poder político-militar do seu lado, o milagre da «conversão» ao culto cristão não se deu...

No que toca àquilo que chama «oriente», enfim, o que não falta no Médio Oriente antigo é influência indo-europeia; sobre a origem da agricultura, tem piada que há quem sustente ter esta actividade sido trazida para a Europa pelas mais arcaicas migrações indo-europeias (ver Colin Renfrew).

Por outro lado, presumir que por haver na Europa elementos culturais de remota origem semita e camita, os Semitas e os Camitas não são estrangeiros será como dizer que os Escoceses em Portugal não são estrangeiros porque em Portugal já toda a gente vê televisão e esta foi inventada por um escocês...
O facto incontornável é que praticamente toda a Europa é de raiz étnica indo-europeia: exceptuando casos pontuais e praticamente isolados - Bascos, Húngaros, Estónios, Finlandeses e Malteses - todos os Povos Europeus têm como principais antepassadas e eixo central da sua identidade étnica gentes indo-europeias. Civilizações «mistas» são todas as conhecidas, mas ignorar estruturas e amplas maiorias em nome de pormenores ou casos avulsos só para aumentar a confusão, bem, isso só dá razão a quem combata com todas as forças as vossas pretensões anti-nacionalistas: vocês não têm qualquer pudor em usar argumentos desonestamente empolados para assim tentarem convencer os Povos a deixarem-se dissolver na salganhada destruidora de identidades. Depois queixam-se quando há reacções extremistas de purificação étnica...

24 de setembro de 2016 às 04:27:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Diz ainda que deu exemplos concretos de «actos muito mais opressivos praticados por povos europeus». Parece que escreve sem ler o que o interlocutor afirma... não viu que eu também dei exemplos concretos de actos tão ou mais opressores praticados por alógenos contra Europeus?
Vai voltar a dizer que deu exemplos de actos opressivos europeus, que é para eu voltar a dizer que também dei exemplos de actos opressores cometidos por alógenos contra Europeus tão ou mais hediondos que aqueles que referiu?

Repito pois: comparativamente

não é verdade

que os impérios mourisco, turco e persa tenham sido mais brandos do que os Povos Europeus. Não é. E a crueldade turca é, repito, lendária.

Fala na actuação de Saxões contra Celtas. Curiosamente, ambos continuaram a existir bem depois do estabelecimento e estabilização dos reinos saxões na Britânia. Em contrapartida, os invasores Turcos impuseram-se de tal maneira na Ásia Menor que, mesmo estando eventualmente em minoria (como a genética indica), impuseram o seu idioma em toda a região, de maneira tal que o Grego aí falado, bem com o Latim, foram varridos. Não fizeram o mesmo nas Balcãs porque para isso não tiveram tempo, além de terem de lidar com revoltas acabaram por ser escorraçados e expulsos pelos «opressivos» e «racistas» «nacionalistas» europeus, que não se deixaram ficar submetidos pelo «tolerante» poder otomano - mas que entretanto os Turcos escravizavam e até castravam multidões destas zonas, isto é sabido.
Entretanto, os invasores muçulmanos do Afeganistão eliminaram pura e simplesmente as populações pagãs (indo-europeias) daquilo a que hoje chamam «Nuristão» («Terra dos Puros») depois da «purificação» religiosa que impôs aí o Islão como única religião existente.
Os paganismos africanos - berbere e negróide - foram também varridos onde quer que os muçulmanos se tenham estabelecido na África setentrional, porque seria... talvez por azar...

Aquilo a que chama «impérios inclusivos» é portanto uma pequena colecção de impérios manifestamente opressores, sem apelo nem agravo.

Quanto ao que prefere ou deixa de preferir, isso é consigo, mas não venha é dar por adquirido que provou que sem os Nacionalismos e com os seus imperialismos bons é que isto ficava bem, porque de facto não o fez. Apetece-lhe dizer que com o Nacionalismo não se pode viver porque não, apesar de toda a História da Humanidade conhecida ser feita de nações e do facto absolutamente evidente de que a esmagadora maior parte das guerras ter sido provocada precisamente pelos impérios contra as nações.


24 de setembro de 2016 às 04:42:00 WEST  

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