SUÉCIA ADOPTA SEMANA DE TRINTA HORAS DE TRABALHO
As elites económicas portuguesas não gostam de desafios preferindo situações confortáveis de lucros estáveis preferencialmente com a garantia e apoio financeiro ou regulamentar do Estado
Por isso proliferam as Parcerias Público Privadas em que o Estado garante a taxa de lucro, os Colégios Privados em que o Estado paga a factura, os monopólios privados da electricidade em que o Estado, via regulador, estabelece preços tais que assegurem lucros elevados, ou os oligopólios privados, como o do retalho, que agem sem controlo.
Deste modo, quando precisam de aumentar a competitividade recorrem à baixa de salários, aos despedimentos, ao aumento da jornada de trabalho com o mesmo ordenado, mas nem assim conseguem competir nos mercados internacionais. É que o investimento, a modernização dos meios produtivos e a melhoria de processos são a única forma, num mundo de ciência e tecnologia, de aumentar, de forma sustentada, a produtividade e a competitividade.
Vem isto a propósito da decisão da Suécia de introduzir a semana das 30 horas, 6 horas dia em cinco dias de trabalho, quando em Portugal os empresários não querem abdicar das 40 horas.
Porque introduzem os suecos a semana das 30 horas?
Segundo fontes patronais, para aumentar a produtividade. É um desafio a que a sociedade se propõe: produzir mais em menos tempo. Um desafio que os empresários abraçam. Estariam os empresários portugueses disponíveis para um desafio destes?
O senso comum duvida muitas vezes da realidade. Não parece evidente que é o Sol que anda à volta da Terra? Também não parece absurdo trabalhar menos e produzir mais? Será possível? A resposta é afirmativa. Tudo passa pelo uso mais eficiente da tecnologia e por uma melhoria dos processos laborais.
Por outro lado, uma situação em que os empregados têm mais tempo para a família e para as suas actividades favoritas também favorece o empenhamento no trabalho que aumenta a produtividade. Essa é a experiência da Toyota de Gotemburgo na Suécia, que há já 13 anos (!) pratica a semana das 30 horas com grande êxito, traduzidos em maiores volumes de vendas e de lucros.
Mas há outras vantagens sociais no estabelecimento de horários de trabalho mais curtos
Um estudo recente, conduzido à escala mundial, demonstrou que o risco de ataque cardíaco diminui em cerca de 30% entre as pessoas com horários menores o que permite poupanças elevadas no sistema de saúde. Também provado é o maior risco de alcoolismo entre as pessoas que mais horas trabalham.
O maior tempo disponível permite um melhor acompanhamento dos filhos com impacto no sucesso escolar das crianças e um maior apoio aos pais e avós, também reduzindo custos sociais.
Outros estudos demonstram que as pessoas submetidas a longos horários de 40 horas implementam estratégias de vária ordem para se protegerem do esforço exagerado e prolongado. Por isso mesmo em países em que as 8 horas são ainda a regra, como no Reino Unido, algumas empresas, nomeadamente na área de serviços, estão voluntariamente a aplicar a semana das 30 horas.
Em resumo este poderia ser um grande desafio a abraçar, por sindicatos e entidades patronais, no sentido de aumentar a produtividade, reduzir custos sociais, aumentar o sucesso escolar e aumentar a satisfação dos trabalhadores e a saúde e longevidade de todos.
É muito provável que o preconceito ideológico aliado à tradicional ignorância impeça as elites empresariais portugueses de abraçar já este desafio mas com isso continuam a colocar-se numa posição insustentável de falta de competitividade e produtividade que já os está a dizimar.
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Fonte: http://www.jornaltornado.pt/suecia-adopta-semana-30-horas/
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Mais um sinal dos tempos, o caminho para que na Europa - a Europa europeia a sério, note-se - o cidadão labore cada vez menos, algo que já se prometia há décadas. E não se trata apenas de uma questão de estudos científicos - o próprio Povo que tenha uma consciência reivindicativa exige os seus direitos e recusa ser explorado. Não surpreende que seja nos países mais democráticos, e só nestes, que há líderes a «ver a luz» e a aceitarem a redução da carga horária do trabalho.
2 Comments:
Isso enquanto ha Suecos a gerir as suas empresas.
Mas com tanta imigração, mistura e baixa natalidade Sueca, em breve várias empresas com gestores não suecos irão começar a gerir pior, a baixar a produtividade e a lei terá de ser alterada.
Esperemos 1 ou 2 gerações ou menos e isso acaba.
A produtividade depende muito do factor racial e mesmo dentro da Europa ha grandes diferenças.
"quando precisam de aumentar a competitividade recorrem à baixa de salários, aos despedimentos, ao aumento da jornada de trabalho com o mesmo ordenado, mas nem assim conseguem competir nos mercados internacionais."
É um facto que já referi várias vezes. É uma vergonha que nós nem baixando salarios, nem com mais horas de trabalho, nem com ajudas do estado, nem assim consigamos organizar, gerir uma empresa de modo a que se internacionalize, mas internacionalize em países a sério, não é como o empresário portugues que vai "internacionalizar" la para o 3 mundo de lingua portuguesa, onde ainda tem salarios mais baixos e mais horas de trabalho. E depois geralmente até da mau resultado, pois sao países instaveis e depois la tem o estado de andar a pagar como fez aos empresarios de angola que teve de disponibilizar uma linha de credito as empresas que estavam em angola por causa do problema da moeda angolana e da crise, etc.. Enfim.
Outro problema que me parece existir, é que nem os nossos gestores compreendem este problema da produtividade. Ha uns anos aquando da entrada da Troika, quando quiseram cortar feriados e penso que queriam aumentar as horas de trabalho diarias, vieram à tv dizer sem vergonha nenhuma que a culpa era do trabalhador portugues que nao era produtivo. Não, não era dos gestores nem dos empresários, era do trabalhador.
No entanto esse trabalhador tuga numa Auto-Europa, Lidl, IKEA ou outra empresa germanica, aí ja tem uma produtividade maior. Incrivel ne, a culpa deve ser mesmo do trabalhador. O gestor nao tem culpa nao.
E mesmo noutros países, o trabalhador português, mesmo quando quase nem a quarta-classe tem, é produtivo. Estranhamente, só cá é que não...
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