PNR DENUNCIA EVENTUAL MANOBRA DE PRIVATIZAÇÃO DA CGD
Acabámos de assistir a mais um banco (BPI), que passou a ser dominado por um grupo financeiro espanhol. Assim, “nuestros hermanos” passaram a mandar em pouco mais de 80% do mercado bancário português.
Isto aconteceu por imposição clara da UE, antes da crise financeira internacional. A banca portuguesa tinha uma taxa de rentabilidade excelente e todo o sistema bancário português gozava de boa saúde.
Com a crise financeira deu-se o “apertar da malha” no mercado financeiro e as debilidades foram surgindo principalmente porque, propositadamente, a UE em plena crise começou a aumentar as exigências de capitalização da banca, subindo exponencialmente os rácios de capital exigido.
Este aumento de exigência, sob a capa de garantir que os bancos aguentam as crises, foi feito na pior altura, quando já estavam a suportar grandes adversidades, assegurando, desta forma, que os bancos mais pequenos dos países periféricos, para poderem passar nos testes de “stress”, fossem obrigados a recapitalizar-se no mercado e, assim, acabassem progressivamente comprados por grupos maiores.
Para completar o quadro, em diversas situações, a UE proibiu soluções que poderiam atrasar a integração da banca portuguesa na espanhola, como a integração do BANIF na CGD ou a entrada da Isabel dos Santos no capital do BCP.
Assim, a UE empurrou a banca portuguesa para os braços da espanhola e como não conseguem comprar a CGD, estão a tentar reduzir a sua dimensão ao máximo, estando, neste momento, a procurar impedir a recapitalização da CGD por parte do Estado, considerando que é uma ajuda pública ilegal.
Se o único accionista não pode capitalizar a CGD, caso ela necessite de capitalização, que poderá ser feito? Terá de ser privatizada! Isto é uma tentativa da Comissão Europeia de obrigar o Estado português a privatizar a CGD e essa tentativa tem de ser travada! Temos de salvar o único banco que ainda é português!
No presente caso do BPI, como ele estava a resistir muito ao controlo internacional, o BCE (que passou a mandar nos bancos portugueses, em vez do BdP), resolveu que o banco tinha uma excessiva exposição a um mercado considerado de risco, i.e., o mercado angolano. Assim, obrigou o BPI a perder a sua “jóia da coroa”, o BFA – Banco de Fomento de Angola, que desde há uns anos era o activo que mais lucro dava. E obrigou a “La Caixa” a comprar as acções que Isabel dos Santos tinha do BPI ficando como accionista maioritário.
Mesmo que se tenha reservas em relação à Isabel dos Santos e à origem do seu dinheiro, sempre seria uma accionista não-espanhola.
De qualquer forma, não se pode pensar que a banca espanhola esteja bem. Não, pelo contrário, tem tido grandes problemas.
Não se pense que a UE está a ajudar a banca espanhola. Aquilo que se pretende é favorecer a concentração bancária. O objectivo é que os maiores grupos da Península Ibérica comprem todos os pequenos bancos, para que os grandes grupos financeiros adquiram esses grupos e assim controlem todos os bancos. Esta estratégia é para ser seguida em todas as “regiões”. A ideia é concentrar todo o poder financeiro do mundo em três ou quatro grupos.
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Fonte: http://www.pnr.pt/banca-que-futuro/
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Enfim, mal por mal antes a banca portuguesa caia nas mãos de espanhóis, nossos irmãos, do que na de angolanos, alógenos de um dos países mais corruptos do planeta... Ainda assim, é excessivamente grave a perspectiva de privatização da CGD, refúgio dos portugueses das classes baixas e médias. Há que travar a privatagem dê lá por onde der e entretanto preparar a revolta contra esta classe plutocrática apátrida.
1 Comments:
Apontar 'isto ou aquilo' é insuficiente... há que COMBATER OS PAROLIZADORES DE CONTRIBUINTES... isto é, ou seja, vontade de combater 'golpeadores'... não é apontar 'milagreiros'... mas sim reivindicar/criar:
- MAIS CAPACIDADE NEGOCIAL PARA OS CONTRIBUINTES/CONSUMIDORES!
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Ao não reivindicarem mais capacidade negocial... os contribuintes/consumidores estão otariamente a colocar-se a jeito dos lobbys que pretendem aplicar 'Golpes Palacianos'...
De facto, o contribuinte não pode ir atrás da conversa dos parolizadores de contribuintes - estes, ao mesmo tempo que se armam em arautos/milagreiros em economia (etc) - por outro lado, procuram retirar capacidade negocial ao contribuinte!!!
Mais, quando um cidadão quando está a votar num político (num partido) não concorda necessariamente com tudo o que esse político diz!
Leia-se, um político não se pode limitar a apresentar propostas (promessas) eleitorais... tem também de referir que possui a capacidade de apresentar as suas mais variadas ideias de governação em condições aonde o contribuinte/consumidor esteja dotado de um elevado poder negocial!!!
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