domingo, abril 03, 2016

FORÇAS ISLAMISTAS NO PAQUISTÃO DIZEM ABERTAMENTE QUE DEVE SER PERMITIDO AO HOMEM BATER NA ESPOSA E MATAR A IRMÃ POR «DESONRA»

A aprovação de uma lei de protecção das mulheres contra a violência na província de Punjab, no Paquistão, está a despoletar uma violenta reacção de partidos políticos e religiosos que a consideram anti-islâmica.
Este movimento pela defesa dos valores ditos “tradicionais”, que determina, por exemplo, que os homens podem matar as irmãs, ou outras familiares, por crimes de desonra, ou bater nas mulheres, é denunciado pelo escritor paquistanês Mohammed Hanif, num artigo de opinião no The New York Times.
Ele reporta a reacção à aprovação de uma lei de protecção das mulheres contra a violência, na província de Punjab, que institui “medidas radicais”, como escreve com ironia, nomeadamente que “um marido não pode bater na esposa” e que se o fizer enfrentará acusações criminais e possivelmente a expulsão de casa.
A lei ainda determina a criação de uma linha telefónica para onde as mulheres podem reportar abusos e o uso de pulseira electrónica para os ofensores, em determinadas situações, bem como a impossibilidade de comprarem armas.
Uma “coligação de mais de 30 Partidos políticos e religiosos declarou a Lei anti-islâmica“, escreve Hanif, frisando que a consideram “uma ameaça” à família e que prometem fazer protestos por todo o país se o governo não recuar na sua aprovação.
Também o Conselho de Ideologia Islâmica designado pelo governo, e composto unicamente por homens que zelam pelo cumprimento da chamada Shariah, a Lei Islâmica, considera a lei “repugnante”, diz o escritor, sublinhando que este órgão teve como “última proclamação” a defesa do “direito de um homem casar com uma menor” e que tornou “impossível para as mulheres provarem uma violação”.
O movimento pela defesa da Shariah surge numa altura em que foram revelados dados que indicam que os crimes de desonra, praticados contra mulheres por familiares, aumentaram no ano passado, no Paquistão.
De acordo com o relatório da Comissão dos Direitos Humanos do país, citado pela BBC, em 2015, 1.100 mulheres foram mortas por crimes de desonra, 900 mulheres foram vítimas de violência sexual e quase 800 suicidaram-se ou tentaram fazê-lo.
A Comissão nota que há ainda, muitos crimes que ficam por reportar.
“As causas predominantes destas mortes, em 2015, foram disputas domésticas, alegadas relações ilícitas e o exercício do direito de escolha no casamento”, esclarece também o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, conforme cita a BBC.
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Fonte: http://zap.aeiou.pt/movimento-paquistanes-luta-pelo-direito-de-matar-irmas-e-bater-nas-mulheres-107485

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Logo por azar este é um país que tem armas nucleares. Resta esperar que a Índia dê conta do recado, como tem dado, relativamente, desde há décadas, mantendo cerca de um milhão de homens em prontidão ao longo da fronteira indo-paquistanesa e travando com as forças paquistanesas diversos confrontos. É isto o Islão quando para isso tem força.