domingo, fevereiro 21, 2016

CRIANÇAS PRESAS NO IRÃO AGUARDAM EXECUÇÃO - POR VEZES O SEU CRIME FOI O FURTO OU TEREM SIDO VIOLADAS EM GRUPO...

No Irão, as crianças podem ser presas a partir dos nove anos. Enquanto as convenções internacionais baniram esse tipo de punição para jovens abaixo de 18 anos, no país a execução existe para menores que cometeram crimes, como assassinato, tráfico de drogas, roubo à mão armada, entre outros. Segundo relatório divulgado pela Amnistia Internacional no final de Janeiro, apesar da recente aprovação de novas leis no Irão, muitos jovens ainda estão presos à espera da morte. Segundo a entidade, as autoridades iranianas tentam encobrir suas contínuas violações dos direitos das crianças.
De acordo com os números mais recentes da Amnistia, o Irão é um dos países que mais usam a sentença de morte no mundo, perdendo apenas para a China. A maioria das execuções está relacionada com o tráfico de drogas. O país integra uma grande rota de tráfico ligando os campos de produção de ópio do Afeganistão à Europa. O documento ainda aponta 73 execuções de menores, entre 2005 e 2015. Segundo a ONU, pelo menos 160 jovens esperam pela sua execução, que costuma ocorrer quando completam 18 anos. Mas os números podem ser ainda maiores.
O premiado fotógrafo iraniano Sadegh Souri, de 30 anos, registou as meninas encarceradas num Centro de Correcção de Delinquentes Juvenis. O ensaio “À espera da pena de morte” rendeu-lhe um prémio pelo prestigiado site de fotografia LensCulture. As imagens mostram as condições miseráveis em que vivem as garotas – algumas delas com apenas nove anos – aguardando no corredor da morte. Algumas das condenações são baseadas em confissões forçadas. Parte das jovens ainda aguarda o seu veredicto.
Conheça a história de algumas delas retradas por Souri.
Mahsa tem 17 anos. Apaixonou-se por um rapaz e tinha a intenção de casar, mas o seu pai era contra. Ela teria esfaqueado o pai durante uma briga e ele morreu. Os seus irmãos pediram a sua execução ou a Lei de Talião, que consiste na reciprocidade do crime da pena, o famoso "olho por olho, dente por dente".
Shaqayeq tem 15 anos. Está presa há quase um ano acusada de ter roubado uma corrente de uma loja em Teerão. Ela e o namorado estavam na local quando a polícia chegou. O seu namorado fugiu e Shaqayeq foi presa. No dia da foto, a sua avó foi visitá-la pela primeira vez, depois de um ano de prisão. A sua sentença de morte foi emitida e ela deve ficar presa até aos 18 anos, quando o veredicto for realizado.
Segundo as regras, as detidas podem ficar com os seus filhos no centro de detenção até eles completarem dois anos. Zahra é uma das meninas que cria um dos filhos ali. Casou-se aos 14 anos e tem dois filhos. Hoje, aos 17, está presa por ter roubado o telemóvel de uma mulher. Zahra foi presa três vezes pelo mesmo motivo.
Sowgand tem 16 anos. A polícia encontrou na sua casa 250 kg de ópio, 30 g de cocaína e 20 g de heroína. As drogas pertenciam ao seu pai, mas apenas Sowgang estava em casa quando a polícia chegou. Já faz quase um ano que foi presa e nenhum dos seus parente foi visitá-la.
O clérigo vai à ala das meninas menores de idade do Centro de Correcção todos os dias. Após as orações, o responsável fala sobre a educação adequada para meninas e reza a Deus para que sejam perdoadas.
As meninas podem ficar no pátio da prisão durante uma hora pela manhã e uma hora à tarde.
Khatereh tem 13 anos. Fugiu de casa após ser estuprada pelo tio. Uma semana depois de escapar, sofreu um estupro colectivo por um grupo de jovens num parque. Para se salvar, a menina machucou o próprio braço com uma faca. A polícia encontrou-a no chão inconsciente e, depois de ser levada ao hospital, Khatereh foi transferida para o Centro de Correcção de Delinquentes Juvenis.
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Fonte: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2016/02/espera-da-morte-fotografo-iraniano-retrata-meninas-menores-de-idade-beira-da-execucao.html

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Fora da Europa, e sobretudo no Islão, é assim a vida - e quanto mais imigração do terceiro-mundo entrar pelo Ocidente adentro, mais se estabelece em solo europeu gente educada em sistemas destes como acima se lê; os pesadelos alógenos aproximam-se da tranquila e comparativamente paradisíaca vivência europeia.