sexta-feira, outubro 16, 2015

PRIMEIRO-MINISTRO HÚNGARO DIZ QUE O ISLÃO NÃO PERTENCE À EUROPA

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://www.noticiasaominuto.com/mundo/469356/primeiro-ministro-da-hungria-diz-que-islamismo-nunca-pertenceu-a-europa   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)
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"O Islão nunca fez parte da Europa, veio até nós", disse o chefe do governo húngaro, que tem assumido uma posição dura contra a actual vaga de refugiados na Europa, a grande maioria muçulmanos.
Na entrevista à revista alemã, que será publicada na íntegra no sábado, Viktor Orban chegou a admitir que os milhares de imigrantes turcos, maioritariamente muçulmanos, que chegaram à Alemanha nas décadas de 1960 e 1970 e que contribuíram com a sua mão-de-obra para a economia alemã "pertencem à história da Alemanha e, portanto, da Europa".
"Mas espiritualmente, o Islão não pertence à Europa. É um conjunto de regras de um outro mundo", reforçou o primeiro-ministro húngaro, que também criticou as autoridades de Paris e de Berlim por não admitirem que um país expresse as suas dúvidas perante a ideia de uma sociedade multi-cultural.
"Na Hungria decidimos o que queremos e o que não queremos. Não queremos isso", indicou Orban.
Mais de 710 mil migrantes entraram na União Europeia (UE) nos primeiros nove meses deste ano, contra um total de 282 mil em todo o ano transacto, segundo os dados mais recentes da Frontex, a agência europeia de gestão de fronteiras.
Ainda ao título alemão, Orban afirmou que a maioria dos requerentes de asilo que chegam ao espaço europeu são realmente migrantes económicos.
"Nem todas as pessoas têm direito a uma vida na Alemanha ou a uma vida na Hungria. Isso é apenas para aqueles que trabalharam para esse fim", frisou.
Perante uma vaga migratória sem precedentes, Budapeste concluiu em Setembro uma vedação de arame farpado ao longo dos 175 quilómetros da fronteira com a Sérvia, de forma a impedir a entrada dos refugiados e migrantes.
Na quinta-feira, a Hungria anunciou ter concluído uma outra vedação ao longo da fronteira com a Croácia.
A par da construção de vedações, Budapeste aprovou uma legislação anti-migração que prevê, entre outras medidas, penas de prisão para quem tentar ultrapassar as barreiras de arame farpado.
A posição anti-migração assumida pelo governo liderado Viktor Orban tem sido duramente criticada por vários países e organizações, incluindo as Nações Unidas.

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É um bocado traiçoeiro para o Nacionalismo europeu que um primeiro-ministro europeu muitas vezes considerado como extremo-direitista esteja a dizer que os imigrantes turcos pertencem à «história da Europa», mas o Islão não porque espiritualmente corresponde a «outro mundo». A verdade é que esses e outros imigrantes trouxeram consigo o Islão, em larga escala, e estabeleceram milhares de mesquitas em solo europeu. Mais à frente, quando afirma que «uma vida na Hungria» ou na Alemanha «é apenas para aqueles que trabalharam para esse fim», está a reforçar implicitamente a ideia de que aos imigrantes turcos atrás referidos é devida «uma vida na» Europa, o que se revela ainda mais perigoso para as fileiras nacionalistas.

É preciso deixar claro que quem veio para a Europa trabalhar, não herda por isso seja o que for dos Europeus excepto o dinheiro do salário que lhe for pago. Um canalizador ou electricista que vá a casa de um cliente arranjar-lhe as torneiras ou os fusíveis jamais terá direito a viver nessa casa só porque ali prestou um serviço. O justo é pagar-lhe o serviço, retornando ele ao seu próprio lar. 

Por outro lado, o que Orban declara sobre o Islão, embora correcto, vira-se contra ele próprio de um modo caracteristicamente irónico, dado que o político é cristão e também o Cristianismo era - e é - estranho à Europa antes de aqui ser imposto pela força militar e política. Não é aliás a primeira vez que o facto de o líder húngaro se proclamar cristão e defensor dos «valores cristãos» contra as consequências prováveis da imigração em massa lhe sai pela culatra, como se viu quando Merkel fez notar que o Cristianismo manda proteger a dignidade de todo o indivíduo que esteja em perigo ( http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/viktor_orban_hungria_tem_o_direito_de_rejeitar_muculmanos.html ), e houve outro figurante qualquer que lhe espetou com similar comentário. 

De qualquer forma, o trabalho de Viktor Orban continua a ser mais útil que prejudicial, até ver.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Esse e um problema dos nacionalistas húngaros, extremamente anti-semitas. Eles acreditam que o povo húngaro e descendente dos uigurs e aparentados dos turcos. A Hungria esta entre os países que advogam a entrada da Turquia na UE.

17 de outubro de 2015 às 05:50:00 WEST  

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