sexta-feira, outubro 16, 2015

MOVIMENTO CÍVICO NÃO QUER QUE TOURADA À CORDA SEJA CONSIDERADO PELA UNESCO COMO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL

"O MCATA não deixará de desenvolver os seus esforços, quer junto de todos os movimentos de defesa dos animais a nível nacional e internacional, bem como junto da UNESCO e do Comité dos Direitos da Criança da ONU com o objectivo de denunciar a verdadeira natureza das touradas à corda e travar qualquer tentativa de classificação da mesma baseada em informações falsas", frisou o movimento, num comunicado de imprensa.
A Associação de Mordomos das Festas Tradicionais da Ilha Terceira apresentou, em maio, um livro que resumia os motivos pelos quais considerava que a tourada à corda, manifestação taurina com maior expressão na ilha Terceira, deveria ser elevada a Património da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Esta semana, a Direcção Regional da Cultura afirmou que dará o seu apoio à candidatura, desde que a associação avance primeiro com a uma inventariação da tourada à corda, com vista à integração da manifestação no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Para o MCATA, a tentativa de classificar a tourada à corda não passará de uma "absurda perda de tempo e recursos” que poderiam ser mais bem utilizados “em prol da evolução cultural dos açorianos".
"É uma tradição associada à crueldade contra animais que, ao contrário do que é afirmado pelos promotores, frequentemente se traduz no ferimento e também na morte dos mesmos. Assim sendo, é contrária a vários documentos internacionais que condenam os maus tratos aos animais e colide frontalmente com os princípios definidos na Declaração Universal dos Direitos dos Animais", salientou o movimento.
O MCATA alegou que "parte significativa da população não só não se identifica como repudia as diversas modalidades tauromáquicas", acrescentando que a tourada à corda é responsável todos os anos pela morte de alguns participantes e de "cerca de 300 feridos".
O movimento salientou ainda que a presença de crianças nas touradas à corda "contraria a recomendação, de 2014, do Comité dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas para afastar as crianças da tauromaquia".
Na ilha Terceira, nos Açores, ocorrem mais de 300 touradas à corda por ano, uma manifestação em que o touro, em vez de ser lidado numa praça, corre num percurso limitado na rua, segurado por uma corda.
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Fonte: http://radio.podcast105fm.com/regional/3405-movimento-civico-diz-que-a-tourada-a-corda-nao-e-digna-de-classificacao-da-unesco.html#.Vh_cn6wvFg0.facebook