quarta-feira, julho 15, 2015

BATALHA DO CABO ESPICHEL



Na Primavera de 1180, os muçulmanos lançaram mais um ataque contra a costa portuguesa, com uma esquadra de 10 galés, sob o comando do Almirante Gamim ben Mardanis; traziam como objectivos destruir a esquadra portuguesa e capturar ou matar D. Fuas Roupinho. 
A esquadra muçulmana aportou a São Martinho do Porto, onde desembarcaram os seus homens de armas, que avançaram por terra em direcção a Porto de Mós, residência de D. Fuas, tentando surpreender a guarnição portuguesa. Este, ao ter conhecimento da presença inimiga, reuniu rapidamente os seus homens e avançou. Surpreendidos em pleno trajecto, os muçulmanos foram derrotados sofrendo elevado número de mortos e prisioneiros, estando o almirante Mardanis entre os primeiros. 
Depois de ter mandado avisar o Rei, que se encontrava em Coimbra, D. Fuas dirige-se a Lisboa a fim de reunir e preparar os navios portugueses para dar caça ao inimigo. Quando a bordo dos navios muçulmanos tiveram conhecimento, pelos sobreviventes, do resultado do combate e da morte do seu almirante, eles largaram para Sul e tentaram abrigar-se em Sesimbra ou na foz do Rio Sado, para reabastecer de água. 
D. Fuas largou de Lisboa, com as suas nove galés, por volta do dia 15 de Julho de 1180 e encontrou o inimigo ao largo do Cabo Espichel, travando-se uma encarniçada batalha. Os navios muçulmanos, desfalcados dos seus homens de armas, perdidos na batalha em Porto de Mós, foram sendo tomados um a um. A esquadra portuguesa, embora com menor número de navios, acabaria por ser a vencedora do confronto. D. Fuas Roupinho regressou a Lisboa, triunfalmente, com os navios e guarnições apresadas. Como recompensa, e segundo fontes muçulmanas, o monarca terá atribuído a D. Fuas o título de Almirante.
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Fonte: http://www.marinha.pt/pt-pt/historia-estrategia/historia/nove-seculos-servico-portugal/Paginas/Batalha-Cabo-Espichel.aspx   (artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)

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Convém lembrar que um dos motivos dos Portugueses para o início da Expansão foi precisamente o de contra-atacar diante da ofensiva muçulmana - entendeu-se ser melhor combater o inimigo «lá» do que ter de o enfrentar em território português. Foi graças a isso que as costas portuguesas puderam a pouco e pouco pacificar-se. 
É entretanto óbvio que isso já passou, e de modo algum garantiu uma eternidade pacífica, dado que a ameaça islâmica persiste.