UM BLOGUEIRO BRETÃO, OS CELTAS E OS NEGROS...

Fonte: http://breizatao.com/2015/05/30/6-mois-de-prison-fermes-pour-delit-dopinion-la-presse-internationale-evoque-le-cas-de-boris-le-lay/

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Foi há poucos dias condenado a seis meses de prisão o activista e blogueiro Boris Le Lay, nacionalista bretão, pelo crime de incitação à discriminação racial» por ter declarado que os negros deviam ser todos exterminados. Enfim, não foi bem isso que disse, limitou-se a afirmar que em solo europeu não havia espaço para vidas negras. Quer-se dizer, também não foi bem, bem isso... o que Le Lay disse de facto foi que «não há celtas negros». 

O bretão vive actualmente no Japão (pudera...) e não compareceu no seu julgamento por delito de opinião. Tem ligação ao movimento nacionalista Bretanha Céltica e disse, num vídeo colocado no seu blogue em Junho de 2013, que não há celtas negros, isto ao comentar a presença de um músico negro, Yannick Martin, numa orquestra tradicional bretã. Neste vídeo, Le Lays estava a reagir a uma sentença de dezoito meses que lhe fora aplicada por fazer troça do negro Martin. Além disso terá também de pagar oito mil euros ao africano.

Ambas as sentenças estão suspensas. A terra do Sol Nascente é para ele um refúgio, pelo menos por enquanto.

Pode ver-se e ouvir-se o que diz Le Lay da sua condenação neste vídeo:  https://www.youtube.com/watch?v=7NDK3xxDK8o

Quanto à natureza da condenação, é a vergonha do costume. A própria noção de «incitação à discriminação racial» é de uma infantilidade que toca as raias do insulto ao cidadão adulto normal. Se fulano tal diz que não gosta de x ou y, isto é simplesmente a expressão de uma opinião. Se disser «matem x», aí sim, trata-se de uma incitação. Num contexto em que se presuma que, por se dizer «não gosto de x» ou «x não é igual a mim», ou ainda «x nem devia viver aqui», se está automaticamente a incitar ao ódio contra x, encontra-se instituida uma infantilmente grosseira confusão de conceitos que tem por único móbil silenciar o indivíduo a respeito de determinado tema. Trata-se de uma maneira escandalosamente descarada de suprimir a liberdade de expressão em nome de uma perversa e mutilante noção de paz social ou coisa semelhante.