DIA INTERNACIONAL DO YOGA, INICIATIVA DE UM PORTUGUÊS, «CAUSA» POLÉMICA NA ÍNDIA POR CAUSA DE OPOSIÇÃO MUÇULMANA

Mais de 35 mil pessoas reuniram-se, este domingo, em Nova Deli para celebrar a primeira jornada internacional do Yoga. Um evento para quebrar um recorde do guiness, mas também com contornos políticos.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na origem da proposta de criar um dia internacional reconhecido pela ONU, juntou-se aos milhares de participantes que realizaram posições como a do camelo ou da cobra.

Personalidades do cinema e da televisão, mas também funcionários públicos, militares e polícias foram igualmente mobilizados para a jornada do Yoga, um dos pontos do programa do governo nacionalista hindu, que criou mesmo um ministério para promover a disciplina milenária.

Uma forma de criar um “mundo sem tensões”, segundo o governo indiano, quando os sectores laicos do país não hesitaram em protestar contra a promoção da uma disciplina associada à religião hindu.

Os mesmos gestos vão repetir-se ao longo do dia em 251 cidades de 192 países.

Em Kuala Lumpur, mais de um milhar de pessoas participaram na jornada dos “mil sorrisos” integrada nas celebrações.

Na capital do Taiwan, o evento teve um carácter mais desportivo com uma “maratona de Yoga”, iniciada ao nascer do dia, em Taipé, com a famosa saudação ao sol.

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Fontes: 

 - http://pt.euronews.com/2015/06/21/india-celebra-primeiro-dia-internacional-do-yoga/   (artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)

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A ideia de haver um Dia Internacional do Yoga foi de um português, entretanto condecorado pelo governo da Índia devido ao seu labor em prol desta disciplina físico-espiritual indiana, como aqui se lê: http://boasnoticias.pt/noticias_Yoga-Portugu%C3%AAs-condecorado-pelo-Governo-da-%C3%8Dndia_23032.html
O presidente da Confederação Portuguesa do Yoga, Jorge Veiga e Castro, acaba de ser condecorado, com o prestigiado prémio Padma Shrí, entregue pelo Governo da Índia, pelo seu "excepcional contributo" para a promoção daquela disciplina no mundo e enquanto caminho para a paz mundial. 

Esta é a primeira vez que um português é distinguido com o galardão, criado em 1954 pelo Governo indiano e que raramente é entregue a personalidades estrangeiras - uma das excepções foi, por exemplo, Madre Teresa de Calcutá, que foi agraciada com o prémio em 1962, ainda antes de conquistar o Prémio Nobel da Paz. 

Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a Confederação Portuguesa do Yoga explica que se trata de uma "alta distinção", equivalente à Ordem do Infante, que reconhece Jorge Veiga e Castro "pelo seu papel decisivo na criação do Dia Internacional do Yoga", reconhecido historicamente em Dezembro de 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

O estabelecimento desta data foi o "culminar de 14 anos de intenso trabalho de promoção do Yoga ancestral em Portugal e no Mundo" e tornou-se possível depois de 177 dos 193 países membros da ONU se terem assumido co-proponentes desta iniciativa portuguesa, que resultou na oficialização do Dia Internacional do Yoga, 21 de Junho, data em que se assinala o solstício de Verão.  

Comemorado em Portugal desde 2001 e agora, também, a nível internacional, este é um dia em que se pretende que, durante 24 horas, "não haja derramamento de sangue" e que incentiva "a paz mundial, o desenvolvimento pessoal, a auto-exigência, a fraternidade e uma globalidade justa". 

O prémio Padma Shrí junta-se a uma série de outras distinções internacionais já atribuídas a Jorge Veiga e Castro por este projecto, entre as quais se destaca o Matsyendranathá Award, prémio entregue pela Ujjein Yoga Life Society, também da Índia.

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Quem viria a arranjar problemas por causa disto, quem seria?, os muçulmanos, olha que surpresa, como aqui se lê:
 - http://www.huffingtonpost.com/2015/06/09/international-yoga-day-india_n_7546556.html?cps=gravity_2677_246791464290325479
 - http://www.independent.co.uk/news/world/asia/international-yoga-day-controversy-as-india-is-accused-of-pushing-hindu-agenda-on-muslims-10334532.html

Na Índia, uma organização não governamental muçulmana, a All India Muslim Personal Law Board, levantou objecções a este evento nomeadamente por causa da inclusão, nos exercícios, da Surya Namaskar, conjunto de poses usualmente conhecidas como «Saudação ao Sol». O grupo argumenta que este exercício remonta à adoração solar, o que é incompatível com os ensinamentos muçulmanos. Opõe-se por isso a que esse elemento seja «imposto às crianças» da comunidade muçulmana, isto porque nas escolas os alunos foram convocados para esta celebração do Dia Internacional do Yoga. Este colectivo acusa o governo indiano de estar a querer impor a sua agenda hinduísta ao país.
Os organizadores do evento cederam a este queixume e removeram a «Surya Namaskar» do programa da celebração...

Em reacção ao protesto islâmico, um membro do Partido do Povo Indiano (BJP, acrónimo do nome em Inglês, Bharatiya Janata Party), de índole nacionalista e actualmente no poder, Yogi Adityanath, declarou que os que se opõem ao exercício deviam viver num quarto fechado ou atirarem-se ao mar.

Nada de novo. A presença dos cultos universalistas, sobretudo do Islão, inimigos de toda e qualquer outra religião, especialmente das étnicas, que são quase todas pagãs, acaba sempre por originar situações destas, o que confirma a incompatibilidade dos credos religiosos universalistas com o primado do direito étnico dos Povos autóctones.