EMPRESA FRANCESA QUER COMPRAR TRANSPORTES FERROVIÁRIOS PORTUGUESES
Administrador da Transdev assume que o grupo francês quer reforçar a posição em Portugal, entrar no sector ferroviário. Os Alfa seriam “a cereja no topo do bolo”.
A Transdev Portugal, participada do grupo francês que reclama a liderança mundial no sector do transporte e da mobilidade de passageiros, está interessada em concorrer a todas as concessões que o Governo lançou e prometeu lançar no sector até ao final do mandato. O objectivo é crescer, em particular no modo ferroviário, em que a Transdev não opera no nosso mercado, apesar de ser o segundo maior operador nacional de transporte colectivo rodoviário de passageiros. O grupo francês quer também reforçar a sua posição em Portugal por intermédio dos concursos municipais e das oportunidades de aquisição. "A prova da aposta da Transdev em Portugal é que a partir de Junho deste ano a empresa vai passar a ter um CEO residente, Pierre Jaffard, vindo directamente de França", diz.
Quais são os objectivos da Transdev para Portugal?
A Transdev procura crescer no mercado nacional. Uma das apostas da Transdev para crescer em Portugal, é por via aquisitiva, o que deixou de ser tão interessante, porque devido às alterações legislativas por transposição das directivas comunitárias [ver texto ao lado] as empresas detentoras de concessões de transportes de âmbito intermunicipal terão de abrir mão desses activos e perderão valor. Por outro lado, a transposição desta directiva abre mercado, abre oportunidades a que a Transdev irá concorrer.
Então a outra opção que resta à Transdev para crescer em Portugal é participar nas concessões que o Governo abriu?
Sim, mas também vamos concorrer aos diversos concursos municipais de transportes urbanos [ver texto ao lado]. Mas, sim, claro, as concessões interessam-nos muito.
Mas não concorreram à concessão da STCP/Metro do Porto, (MP) apesar de terem sido dados como um dos potenciais interessados no concurso. Porquê?
Colocámos centenas de dúvidas que tínhamos sobre o respectivo caderno de encargos. A Transdev Portugal tem de cumprir orientações rígidas estabelecidas pelo grupo a nível internacional. Face às exigências estabelecidas no concurso, era impossível seguir essas orientações do grupo e, por isso, optámos por não apresentar propostas.
Os mesmos problemas estão a ocorrer com o caderno de encargos da concessão da Carris/Metro de Lisboa ou já é certo que a Transdev irá concorrer?
O caderno de encargos do concurso de concessão dos serviços da Carris/ML está mais acessível que o da STCP/MP, tem mais dados, está melhor trabalhado. Mas dada a complexidade do mesmo, ainda não lhe posso dar uma opinião. Continuamos a analisá-lo. Este concurso é um objectivo estratégico para a Transdev. Além disso, tem o atractivo de incluir o Metro de Lisboa, o que se inscreve no nosso objectivo de diversificação de modos de transportes, uma vez que em Portugal só temos neste momento o modo rodoviário. A nível internacional, o grupo tem grande experiência no sector ferroviário.
Se concorrer, a Transdev irá sozinha ou em consórcio?
Se decidirmos apresentar propostas para este concurso, iremos sozinhos, como nos apresentámos no concurso para a STCP/MP.
Outras concessões no sector de transportes que o Governo prometeu lançar até ao final do mandato são as relativas à CP. A Transdev também está interessada nestes concursos?
A nível internacional, o grupo Transdev tem alguma experiência em comboios pesados e tem vontade de investir em Portugal nesse campo. Estamos interessados em todas as linhas suburbanas da CP.
Esse interesse inclui a concessão dos Alfa?
A concessão do serviço Alfa seria a cereja no topo do bolo.
Como justifica o interesse da Transdev na linha de Cascais, tendo em conta a sua complexidade técnica e financeira?
Repare: há quatro anos, pensava-se que a CP iria ser concessionada como um todo. Neste momento, optou-se por lançar diversas concessões para diversos serviços. A linha de Cascais interessa-nos. A linha precisa de investimento em toda a via e em matéria circulante. As obras nas infra-estruturas servirão para fazer a transferência da alimentação eléctrica, mas também deverão ocorrer obras de alguns desníveis para descongestionamento de trânsito.
Neste caso, a Transdev também irá concorrer sozinha?
Ainda não se sabe se o Estado vai assumir o investimento em infra-estruturas e em material circulante ou se será o concessionário a ter de efectuar esse investimento. Se se optar pela segunda hipótese, a Transdev terá de concorrer aliada a empresas especializadas na área da construção e no fabrico de material circulante, por exemplo.
Qual o ponto da situação do interesse da Transdev na concessão da Transtejo?
Sobre a Transtejo, apesar de não sermos ‘experts' no meio fluvial, já nos posicionámos desde 2012 ao constituir uma parceria para o efeito com o grupo ETE. Essa parceria pode ser reactiva a qualquer momento. Sobre a questão dos transportes fluviais, devo sublinhar que o concurso para os transportes urbanos de Aveiro, a que a Transdev irá concorrer, inclui esse modo, em lancha e ‘ferry', entre Aveiro e São Jacinto.
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Fonte:
http://economico.sapo.pt/noticias/franceses-da-transdev-querem-cp-transtejo-carris-e-metro-de-lisboa_217626.html
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Comentário da página de Facebook do PNR:
Depois mandam para Portugal o material que já não serve na França, pagam ordenados de miséria, cobram preços incomportáveis e é só lucro. Não se admirem se em Novembro, muito membro deste desgoverno, aparecer a trabalhar nas empresas que ficaram com o que foi privatizado.
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