PLANO DAS BARRAGENS - MAIS CARO E MAIS RUINOSO PARA O AMBIENTE
Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=823192&tm=6&layout=121&visual=49 (Artigo originariamente escrito sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente defendeu hoje que o Plano Nacional de Barragens implica custos para os consumidores "equivalentes a um 13.º mês", enquanto a poupança energética exige um investimento 10 vezes mais baixo.
"Se o Programa Nacional de Barragens for para a frente, haverá um acréscimo de custos de 7% a 8%, ou seja, teremos de pagar o equivalente a um 13.º mês de electricidade que não usamos", afirmou hoje João Joanaz de Melo, do GEOTA, acrescentando que "para poupar energia seria necessário investir 10 vezes menos".
O especialista, também coordenador técnico da Plataforma Salvar o Tua, falava num encontro com jornalistas, promovido pelo GEOTA, para apresentar o Projecto Rios Livres, que pretende desenvolver acções com vista à preservação dos ecossistemas ribeirinhos e parar o programa das barragens.
Segundo Joanaz de Melo, Portugal tem 230 barragens, com uma capacidade de produção energética 40% superior ao necessário, e "muito poucos rios em estado natural", já que as unidades hídricas têm impactos ambientais "graves", da destruição de ecossistemas das margens, de corredores ecológicos e de solos, à eliminação de espécies migradoras e ao agravamento da poluição das massas de água.
E, para os ambientalistas, há outras formas de conseguir energia "menos agressivas" para a natureza e para as populações, além de "mais baratas", como a eficiência energética, o reforço das barragens já existentes e a energia fotovoltaica, salientando que o plano nacional "custará 10 vezes mais do que outras opções de eficiência energética".
Tendo em conta as concessões das barragens do plano, a 75 anos, "podemos estimar entre 12.400 milhões de euros e 17.100 milhões de euros o encargo total, implicado sobre os consumidores ou contribuintes através da tarifa eléctrica ou da criação de nova dívida tarifária", o que corresponde a "uma sobrecarga de 3.100 a 4.300 milhões de euros por família, ou um aumento permanente na factura de electricidade entre 7% e 8,5%", refere o GEOTA.
Este grupo tem defendido a paragem das obras da barragem de Foz Tua, argumentando que "é ilegal", por violar a Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural, irá contribuir apenas com 0,6% para a produção eléctrica nacional (em consumos de 2012), "é completamente inútil", e, se a unidade for construída, o seu impacto ambiental "será irreversível".
Para Pedro Santos, também do GEOTA, "seria mesmo preferível parar as obras e deixar o paredão [da barragem] já que o impacto negativo seria menor", pois a área natural atingida seria mais reduzida do que aquela representada por todo um "vale submerso".
"O plano de barragens é altamente lesivo por questões económicas e para os recursos naturais", além de "ir contra políticas definidas, objectivos e metas, ou seja, há uma incoerência", salientou a presidente do GEOTA, Marlene Marques.
A barragem Foz Tua, um projecto com investimento previsto de 370 milhões de euros, adjudicada à Mota Engil, Somague e MSF e construção iniciada em 2011, tem sido alvo de polémica com partidos e movimentos a pedirem a suspensão do projecto, tendo havido, por exemplo, uma petição da Plataforma Salvar o Tua, um projecto de lei do Bloco de Esquerda (BE) ou um projecto de resolução do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV).
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Quem será(ão) o(s) tubarão(ões) que se prepara(m) para ganhar dinheiro com as barragens, à custa da qualidade do ambiente e do bolso dos contribuintes...
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