25 DE ABRIL SEMPRE
Independentemente do que possa ter havido de mau a partir da revolução de Abril de 1974, eventualmente decorrente, pelo menos nalguns aspectos, da desordem geral que usualmente se segue às revoluções, e da crise e sujeição em que o País se encontra neste momento, sucedendo de resto o mesmo com outros países europeus que não tiveram nenhum 25 de Abril... independentemente de tudo isto, dizia, não podem negar-se três augustamente belas consequências deste golpe de Estado - primeiro, a Liberdade, um dos valores cardeais do Ocidente, divinizada já na Antiguidade, a Liberdade e a sua concretização política, a Democracia, embora severamente falseada, como whiskey marado, dada a proibição, de resto generalizada no Ocidente, do «racismo»; segundo, o facto de, pelo menos oficialmente, Portugal ter deixado de ser uma pátria multicontinental e voltado a ser o que sempre foi enquanto nação - um país inteiramente europeu. E isto independentemente de a elite reinante tentar, por via da promoção da lusofonia, recuperar em parte essa multicontinentalidade, que, de resto, é ainda hoje excepcionalmente cara à «Direita» conservadora, incluindo a salazarista... terceiro: Portugal deixou de ser oficialmente um país católico.
Só por estes três ganhos, ainda que em segunda mão, a saber, o da Liberdade, o da Europeidade e o da descristianização, já valeu a pena o 25 de Abril.
E já agora quatro - antes do 25 de Abril, o marido podia assassinar a esposa se a apanhasse em adultério... não podendo a esposa assassinar o marido se em adultério o apanhasse... disseram as senhoras de um programa televisivo do Porto Canal, não sei se é verdade...
Quanto à corrupção e ao fosso sócio-económico reinantes na actualidade, ambos os flagelos devem-se não à Democracia mas sim a um défice da mesma - não acontecem por causa da Democracia mas sim contra a Democracia, porque a democracia portuguesa é, ainda, insuficientemente democrática. Números e estatísticas, factos apurados, indicam, efectivamente, que quanto mais democráticos são os países menor é a sua corrupção e desnível social, como já aqui foi demonstrado.
15 Comments:
"siga o enterro"
Foi uma revolução com boas intenções mas infelizmente aproveitada pela elite de "democratas" da treta para subir ao poder, a que se agarra que nem um parasita. É essa corja que dá mau nome à liberdade em que vivemos desde então e que, no fim, tem o desplante de falar em liberdades e do superior interesse da Nação. O enforcamento em praça pública seria pouco...
De resto, morte à ideia de Portugal do Minho até Timor; a suposta lusofonia só serve para nos impingirem tudo o que é trampa no país.
«E já agora quatro - antes do 25 de Abril, o marido podia assassinar a esposa se a apanhasse em adultério... não podendo a esposa assassinar o marido se em adultério o apanhasse... disseram as senhoras de um programa televisivo do Porto Canal, não sei se é verdade...»
Sem querer duvidar em absoluto, acho isto francamente improvável. Homicídio é homicídio e não estou a ver nenhum homem a matar a sua mulher -com ou sem adultério- e a escapara à prisão.
Eu também não gosto de ditaduras, mas não vamos fazer do Estado Novo uma espécie de teocracia islâmica onde as mulheres não tinham nenhum direito, porque o Estado Novo, com todos os seus defeitos, já tratava melhor as mulheres do que a maioria dos regimes que vigoram fora do Ocidente.
O pior post de sempre
Muito bem! Mas desconfio que a maioria dos teus amigos e correlegionários políticos não pensa assim.
26 de abril de 2015 às 00:56:00 WEST
O QUE ESPERAR DO CELSO?
E eu desconfio que não será bom para os portugueses, deixar-se entrar cá catrefadas atrás de catrefadas de estrangeiros.:acclaim:
Bãh, a corrupção e o fosso sócio- económico não acontecem por haver pouca democracia, acontecem é por haver pouca ordem.
Bah, isso é como dizer que fulano tal não foi morto por sicrano mas sim pela bala que sicrano disparou...
Claro que é uma questão de ordem. Mas a ordem melhor, mais globalmente eficiente e propriamente ordenada, é a ordem existente em Democracia.
Sim, que ordem boa = democracia.
Que falta de noção!
Diz «falta de noção» quem não é capaz de apresentar factos contra os
factos apresentados
porque dá por adquirido que a Democracia é má porque sim, porque é, porque dono x e y disseram que a Democracia é uma calamidade e tal.
Enfim.
Mas quais factos apresentados? Dizer assertivamente que democracia é igual à melhor ordem é algum facto?
A verdade é que a democracia não é por si própria boa ou má, pois o seu valor dependerá sempre da elite que a domina. E nosso caso, essa elite é dada ao laxismo e à complacência, e não à ordem e ao rigor, e é por isso temos o país que temos. Aprende que eu não duro sempre!
Tu não duras sempre e, pelos vistos, não aprendes nunca.
Agora aprende, mas a sério.
Perguntas «mas quais factos apresentados?»
Estes: http://gladio.blogspot.pt/2014/05/democracia-e-civilizacao.html
Os países
menos corruptos
e
com melhor desenvolvimento humano
são, «coincidentemente», os mais democráticos do planeta.
São estes os
factos apresentados.
Isso de basear as afirmações em tretas assertivas sem demonstrar factos não é comigo.
Por outro lado, no teu raciocínio continuas a falhar à força toda, devido ao velho
vício doutrinal fascista
de pôr a tónica da «salvação» nas elites e não na globalidade. O problema maior não é a qualidade das elites mas sim o contexto no qual as elites actuam. O problema de Portugal não é as elites serem dadas ao laxismo, mas sim à falta de educação democrática de todo o povo, que não habituou as pessoas a
vigiar a política e os políticos.
As elites serão sempre tanto mais corruptas quanto menos o povo intervier. É aqui, é ainda mais em Angola, e seria igualmente mais na Suécia se neste país nórdico as pessoas não estivessem atentas e não limitassem o poder dos seus próprios políticos.
Muito provavelmente, não foi a pensar em Portugal, em Angola ou na China que Lorde Acton disse «o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente». Ele era inglês, ou seja, pertencente a um dos países que já na altura era dos mais evoluídos do planeta, tendo uma das elites mais industriosas de sempre.
As elites portuguesas têm é demasiado poder em Portugal, o que se reflecte no modo comparativamente subserviente com que as pessoas continuam a tratar o «sô doutor». Quanto mais democrática for a sociedade portuguesa, menos poder terá a gente das elites, porque este poder estará mais distribuído pelo povo e, por conseguinte, mais vigiado.
Por isso é que se diz que o preço da Democracia é a eterna vigilância.
"http://gladio.blogspot.pt/2014/05/democracia-e-civilizacao.html"
Bah, essa correlação não significa nada, é que se podia fazer a mesma em relação ao pib per capita, ou à defesa do multiculturalismo, ou ainda ao nível da escolaridade da população.
1º o contexto foi criado pelas elites
2º parte do poder é exercido obscuramente, e portanto não está sujeito à vigia do povo.
3º parte do poder é exercido através da manipulação do povo, e portanto o mesmo é enganado para o consentir e logo não o vigia.
O que quer dizer que estar à espera que O Povo escrutine o exercício do poder para que assim os problemas do país sejam resolvidos não passa de um sonho utópico esquerdista.
Aprende!
« Bah, essa correlação não significa nada,»
Dizes tu que não significa nada. Que existe é um facto - contra isso, nada dizes. Limitas-te a dizer que não porque não.
«é que se podia fazer a mesma em relação ao pib per capita,»
E também aí as democracias ficariam favorecidas, genericamente...
«ou à defesa do multiculturalismo,»
Que é muito mais recente e nem se prende com a questão democrática, uma vez que também existe o seu equivalente nos países não democráticos, e de que maneira, como se evidencia na Rússia, cujo discurso oficial é multirracialista, bem como ao Brasil, que durante anos teve uma ditadura militar.
«ou ainda ao nível da escolaridade da população.»
Que, mais uma vez, e mais outra, e outra ainda, beneficia as democracias.
«1º o contexto foi criado pelas elites»
Errado. Há contextos e contextos e alguns foram bem mais influenciados pelas elites que outros.
«2º parte do poder é exercido obscuramente, e portanto não está sujeito à vigia do povo.»
Gravíssimo erro de análise, próprio de quem não percebe que é precisamente contra esse poder oculto que interessa fortalecer a Democracia, precisamente porque o processo democrático é visceralmente contrário ao poder oculto.
«3º parte do poder é exercido através da manipulação do povo,»
Outro erro de análise, assaz grosseiro. É de quem não percebe que quanto mais democrática é a sociedade mais diversidade há na emissão do discurso, pelo que as mentiras de uns podem facilmente ser combatidas por outros, e quanto mais o debate for feito em praça pública mais as mentiras podem ser demonstadas com factos claramente explicados. Por conseguinte, quanto mais todas as tentativas de manipulação da informação forem publicamente expostas, mais o povo poderá vigiar uns e outros, sobretudo os que mais poder detiverem.
E, de facto, é mesmo verdade que nos países onde o povo mais escrutina o poder político, ou seja, nos países mais democráticos, há menos corrupção que nos outros. Isto não é utopia - é um facto, contra os dogmatismos de anti-democratas que ainda andam a querer vender o peixe podre de quem tem a estúpida lata de querer dizer ao povinho «eh pá, vocês são burros, aceitem o nosso poder sobre vós porque nós cá a gente é que sabe o que é melhor para todos», na estúpida utopia - e agora sim, é utopia - que determinado grupo de auto-proclamados iluminados vão resolver os problemas todos do povo e viveremos felizes para sempre.
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