MEMÓRIA DE UMA RESISTÊNCIA PAGÃ À CRISTANDADE NA ARMÉNIA, PRIMEIRO REINO CRISTÃO
Fonte: http://www.hinduhistory.info/for-the-ashes-of-their-fathers-and-the-temples-of-their-gods-the-hindus-of-armenia/
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Uma história edificante, esta, um episódio de uma resistência pagã, indo-europeia, diante de uma nova ordem mundial, a do totalitarismo cristão, no primeiro reino cristão da História, o da Arménia...
Conta o escriba sírio Zenóbio, discípulo de «São» Gregório e
alegadamente testemunha do que a seguir se narra, que na Arménia havia, em
tempos, hindus, descendentes de dois príncipes da Índia, Gissaneh e Demeter de
Kanauj. Estes dois nobres fugiram para a Arménia por volta de 149 a.e.c.,
depois de terem sido apanhados a conspirar contra o rei indiano Dinakspall.
Foram então recebidos, com o seu séquito, pelo rei arménio Valarsaces, que lhes
concedeu a província de Taron, no oeste arménio, actualmente pertencente à
Turquia. Aí os hindus refugiados edificaram a cidade de Veeshap. Erigiram
então os altares aos seus Deuses hindus, ao lado dos Deuses Nacionais da
Arménia na cidade de Ashtishat, famosa pelos seus templos.
Em 301, «São» Gregório converteu o monarca arménio Tiridates III e
assim se iniciou um reino de confronto e terror contra os pagãos arménios,
convertidos à força. Os templos dos Deuses arménios foram então destruídos, bem
como numerosas estátuas e até documentos escritos, sendo por isso difícil,
hoje, estudar a história antiga da Arménia a partir de fontes locais. Tiridates
dedicou o resto da sua vida a combater o Paganismo, o que incluiu pelo menos
uma grande batalha contra os resistentes pagãos arménios.
Quem também foi alvo da campanha cristã foram os hindus que viviam
na Arménia, tendo estes de enfrentar, pela primeira vez, a iconoclastia
totalitária da Cristandade.
Chegou então a vez da minoria hindu da Arménia, como não podia deixar de ser. Ao tomarem conhecimento do que se preparava contra eles, os hindus removeram os tesouros do templo, escondendo-os em lugar seguro durante a noite e prepararam a resistência armada possível. Segundo Zenóbio, a mensagem que circulava entre os hindus a chamar ao combate era a seguinte: «Reúnam todo o homem que seja guerreiro e preparem-se para vir ter connosco porque o grande Gissaneh vai lançar-se à batalha contra os príncipes apóstatas.»
As tropas arménias, compostas de trezentos homens liderados por três príncipes, chegaram então à colina onde os hindus tinham assentado arraiais. O líder hindu Arjun fez soar o corno de batalha e avançou com os seus combatentes a toda a brida sobre os soldados arménios.
Os príncipes enviaram para longe dali o missionário «São» Gregório, escoltado por três cavaleiros, e tentaram conter o ataque hindu. Alguns hindus lançaram-se em perseguição dele, que veio a refugiar-se no forte de Vogkhan. Os hindus cercaram-no. Os arménios tiveram de pedir auxílio de um príncipe que apareceu com um exército de quatro mil homens, que conseguiram vencer os hindus no cerco.
Arjun reuniu então o que restava das suas forças na colina onde anteriormente tinha batido os arménios e invectivou-os nos seguintes termos:
«Avancem, vocês que são irreligiosos e esqueceram os Deuses da vossa nação: vocês que são os inimigos do glorioso Gissaneh. Não sabem que o grande Gissaneh saiu em batalha contra vós e irá entregar-vos nas nossas mãos e irá atacar-vos com cegueira e morte.»
Um dos príncipes arménios avançou e respondeu: «Ó fanfarrão, se vocês estão a combater pelos vossos Deuses, são falsos, e se é pelo vosso país, são também idiotas, pois vejam o príncipe da casa de Angegh e o príncipe da casa de Sunnies e os outros nobres que vocês conhecem muito bem.»
O hindu Demeter, filho de Artzan, retrucou:
«Oiçam-nos, ó príncipes arménios, passam agora quarenta anos desde que nos pusemos ao serviço dos poderosos Deuses e estamos cientes dos Seus poderes, porquanto Eles lutam contra os inimigos dos Seus adoradores. Não estamos, todavia, capazes de nos opormos a vocês em batalha, pois isto é a casa do rei da Arménia e vocês são os seus nobres, mas que seja sabido por todos vocês que embora não possamos conquistar-vos, é no entanto melhor para nós morrer uma morte gloriosa hoje, erguendo a honra dos nossos Deuses, do que viver para ver os Seus templos poluídos por vocês. A morte é, por conseguinte, mais bem-vinda para nós do que a vida. Mas tu, que és o príncipe da casa de Angegh, avança e combatamos a sós.»
O príncipe arménio aceitou o combate de campeões e matou Arjun, mesmo tendo ficado ferido por este. Enquanto as tropas arménias celebravam o feito, civis hindus chegaram à colina e atacaram as posições arménias. Quando os arménios tentaram descer a colina, a infantaria hindu lançou-lhes pedras e armas, atingindo-lhes a cavalaria, enquanto os aldeãos hindus reunidos no sopé da colina atacavam os arménios em fuga. Mas o exército arménio, treinado, logrou reunir-se em torno dos príncipes e garantir um bastião num dos lados da colina, mantendo-o até ao pôr do sol e a batalha ficou por aí.
Conta Zenóbio que os hindus conseguiram reunir então 6946 homens, sobretudo civis armados, enquanto os arménios conseguiram 7080 soldados. Nas proximidades havia mais uns milhares de tropas, ocupando-se a pilhar as aldeias dos hindus. A superioridade militar de um exército treinado era incontornável e os arménios acabaram por triunfar. A dada altura um príncipe vassalo de Hastyank, que era hindu, juntou-se aos seus compatriotas hindus contra as forças cristãs, o que deu alguma esperança ao lado indiano, mas por pouco tempo, porque os príncipes arménios movimentaram as suas tropas eficientemente e um deles conseguiu decapitar o príncipe de Hashtyank. O hindu Demeter, filho de Arjun, conseguu matar o filho de um príncipe arménio, mas a queda mortal dos hindus, em minoria e desvantagem militar, era inevitável. Também Demeter acabou por ser abatido e a sua cabeça foi colhida por um príncipe arménio. Mil e trinta e oito hindus foram mortos em combate e os restantes acabaram capturados e despojados das roupas.
Os sacerdotes hindus enterraram os seus mortos e também os mortos arménios, diz Zenóbio, que cita assim a inscrição, em Sírio e em Grego, que ficou a marcar o local:
«Esta foi a primeira batalha de Artzan, o supremo sacerdote e grande guerreiro. Está inumado aqui e com ele mil e trinta e oito homens. E lutámos nesta batalha pelos ídolos de Gissaneh e Demeter e por Cristo.»
Gregório retornou e mandou destruir os murtis (as imagens) de Krishna e Balabhadra. Seis arcaka-s (sacerdotes hindus) tentaram resistir aos arménios quando estes invadiram o templo e declararam:
«Que morramos antes de o grande Gissaneh ser destruído!»
Séculos mais tarde, os hindus viriam a ter o mesmo comportamento, de combate até à morte para defender os seus altares, em diversas ocasiões, nomeadamente contra muçulmanos (no reinado de Al-uddin) e também contra forças cristãs.
Gregório conseguiu a destruição dos dois templos hindus - de Krishna e de Balabhadra) e mandou construir uma igreja sobre as ruínas. Um dos sacerdotes hindus ou arcaka foi capturado vivo e torturado para que revelasse o paradeiro dos tesouros escondidos. O arcaka permaneceu todavia firme na sua lealdade ao seu darma ou dever e nada disse do que os seus algozes queriam.
O «santo» converteu então os restantes civis hindus. Cinco mil homens foram baptizados. Depois reuniu os filhos dos arcakas - quatrocentos e trinta e oito - e preparou-se para os baptizar também. As crianças replicaram:
«Mantém isto em mente, enquanto vivermos iremos tentar vingar-nos; e mesmo que morramos, os Deuses irão exercer a sua vingança.»
Um príncipe arménio ordenou que as crianças fossem presas e nada mais se sabe delas.
Zenóbio faz notar que os hindus embora convertidos preservaram alguns dos seus costumes, ensinando aos filhos o culto dos Deuses na clandestinidade. O escriba avisa por isso Gregório para que preste atenção a esta tendência dos hindus para que tal prática não se dissemine noutras terras. Um século depois já não havia notícias de hindus na Arménia.
17 Comments:
ESTRANHO NÃO DEVIAM SER ZOROASTRICOS?
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«ESTRANHO NÃO DEVIAM SER ZOROASTRICOS?»
A religião nacional da Arménia recebeu influência irânica, sim. Mas além disso chegou a haver lá um grupo de hindus, segundo diz a fonte.
x-premiê japonês: vida na Crimeia difere do que nos diz a mídia ocidental
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Os especialistas russos terminaram o desenvolvimento de um novo drone, escreve a Rossiyskaya Gazeta.
O drone poderá levantar até duas toneladas de carga e transportar pessoas para áreas remotas, inacessíveis por outros meios de transporte.
A maior particularidade do novo drone é o chassi, que inclui tecnologia de almofada de ar. Segundo os criadores, poderá levantar voo a partir de superfícies instáveis ou acidentadas, de territórios nevados ou pantanosos e a partir da água.
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slândia retira pedido para integrar a UE
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Alemanha admite saída ‘acidental’ da Grécia do euro
http://observador.pt/2015/03/13/alemanha-admite-saida-acidental-da-grecia-do-euro/
Aiatola Khamenei afirma que EUA está se desintegrando.
http://www.dailystormer.com/ayatollah-accurately-states-that-bizarre-gop-letter-is-a-sign-america-is-disintegrating-from-within/
Vídeo. Jornalista assaltado ao vivo na África do Sul. Por sorte não havia risco para brancos no incidente.
http://nationalvanguard.org/2015/03/south-african-journalist-mugged-seconds-before-live-tv-report/
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