terça-feira, outubro 21, 2014

EM FRANÇA - JUDEU ESCREVE LIVRO QUE APOIA AS IDEIAS NACIONALISTAS E BATE RECORDE DE VENDAS

Sinal dos tempos. Não são os livros do novo Nobel da Literatura que mais vendem em França. O "best seller" do momento chama-se "Le suicide français", de Eric Zemmour. Lançado no início do mês, fornece argumentos teóricos e históricos à poderosa extrema-direita francesa e já vende mais do que "Merci pour ce moment", de Valérie Trierweiler, ex-companheira do Presidente Hollande.  
É o fenómeno da edição literária da "rentréé" em França. "Le suicide français - les 40 années qui ont défait la France" ("O suicídio francês - os 40 anos que desfizeram a França", edições Albin Michel), do jornalista e polemista Eric Zemmour, vende mais de cinco mil exemplares por dia desde que o livro surgiu nas livrarias, a 1 de Outubro. 
Trata-se um ensaio catastrofista de mais de 500 páginas, no qual Zemmour aborda de forma crua e sem tabus os temas mais polémicos da França moderna, alguns deles já desenvolvidos pelo autor em trabalhos anteriores. Liga o declínio francês à imigração, ao avanço do islamismo no país, ao descalabro do sistema educativo e à "tecnocrática" União Europeia, aos debates e "propagandas" anti-racistas, às consequências "dissolventes" (sic) da revolta de Maio de 68 na sociedade francesa, à fragilidade das elites políticas do seu país e à "política espectáculo". 
É um livro incendiário, mas documentado, sobre os diversos medos dos franceses e que surge em França num momento propício - quando a nacionalista Marine le Pen e a sua Frente Nacional surge em primeiro lugar nas sondagens para as presidenciais de 2017. 
No livro, Zemmour revisita de forma inesperada todos os tabus franceses, mesmo sobre o controverso papel do regime colaboracionista de Vichy durante a II Guerra Mundial. Diz que a História sobre este momento sombrio da França foi manipulada. Na realidade, Zemmour contesta as teses dominantes sobre o colaboracionismo francês com o nazismo e acaba por tentar reabilitar o marechal Pétain, chefe do regime de Vichy, dizendo que o seu regime "sacrificou judeus estrangeiros para salvar judeus franceses".  
O autor, de 56 anos, que se autodefine como um judeu de origem berbere, é acusado por historiadores de ter ressuscitado velhas teorias extremistas para justificar o seu "pétainismo". "Zemmour está ligado a um movimento cultural muito reacionário que passa por se reapropriar do discurso 'pétainista' para denunciar os responsáveis pela crise - para ele, os responsáveis, hoje, são os imigrantes, para Pétain eram os judeus, os comunistas, os estrangeiros, os maçons", diz Denis Peschanski, investigador e membro do Conselho cientifico do memorial da Shoah.

Pátria, família, trabalho 
Zemmour, defensor da trilogia "Pátria, família, trabalho", confessa-se admirador do ensaista Charles Maurras (1868-1952), que exerceu, por exemplo, grande influência, em Portugal, na formação política e filosófica de António de Oliveira Salazar (1879-1970). 
Eric Zemmour, que assume sempre em França, nos frequentes debates em que participa, uma postura de provocador anti-sistema e "anti-politicamente correcto" tem estado omnipresente, nas últimas semanas, nos "media" franceses, batendo recordes sucessivos de audiência em quase todos os canais televisivos.  
Devido ao inesperado êxito de "Le suicide français", algumas das sessões de promoção e assinatura do livro têm decorrido em ginásios cheios com mais de 1500 pessoas, designadamente em cidades cujas Câmaras são controladas pela Frente Nacional desde as últimas eleições autárquicas.  
"Se Eric Zemmour tem tamanho sucesso é porque ele exprime claramente o que uma parte da população sente confusamente, ele é o porta-voz das inquietações desta população", explica Jérôme Furquet, diretor do instituto de estudos de opinião, IFOP.  
*
Fonte: http://expresso.sapo.pt/nobel-da-literatura-derrotado-por-um-best-seller-que-fortalece-ainda-mais-a-extrema-direita-francesa=f894497

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sistema capaz de rastrear até 50 alvos vai proteger a fronteira da Federação da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2014_10_21/Sistema-capaz-de-rastrear-at-50-alvos-vai-proteger-a-fronteira-da-Federa-o-da-R-ssia-0421/

21 de outubro de 2014 às 10:22:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

mzan Kadyrov, dirigente da Chechênia, considera que se pode desligar a Internet para que entre a juventude não se propague a influência do grupo terrorista Estado Islâmico.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_21/Kadyrov-prop-s-desligar-a-Internet-para-proteger-juventude-do-EI-0720/

21 de outubro de 2014 às 13:30:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

neonazismo na Ucrânia torna-se ideologia oficial
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_21/Opini-o-neonazismo-na-Ucr-nia-torna-se-ideologia-oficial-5517/

21 de outubro de 2014 às 13:31:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

wow estou espantado com tamanha noticia. Nao foi um frances que lançou um livro e tenta proteger os Franceses, foi um estrangeiro judeu de origem berbere!

Se calhar assim ainda permitem que ele fale do assunto. Se fosse um frances atiravam-lhe logo a cara que ele podia ter mistura e antepassados disto e daquilo e que ele é um branco nazi e loiro nazi etc.
Mas como é o sagrado estrangeiro a dizer que o rei vai nú, pronto, pode ser que os Franceses pensem mais no assunto sem ligar logo o alarme de nazi, mau, assassino, etc.

21 de outubro de 2014 às 22:41:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Nem por isso... já há quem o acuse de racismo.

22 de outubro de 2014 às 00:52:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas está livre de ser acusado de nazi e fascista.

:acclaim:

22 de outubro de 2014 às 19:52:00 WEST  

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