sexta-feira, junho 27, 2014

ALTA COMISSÁRIA PARA AS MIGRAÇÕES RECONHECE: «A EXTREMA-DIREITA PODE CRESCER TANTO EM PORTUGAL COMO CRESCEU NOS OUTROS PAÍSES EUROPEUS»

É mesmo isto que tanto irrita, e até assusta, quem queria ver o PNR a desaparecer... mas o raio do partido não só não desaparece como até continua a aparecer, como a rapariga do filme «The Ring»...

Fonte: http://www.sol.pt/noticia/109538
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Se à crise económica se juntar um desinvestimento no diálogo intercultural estão reunidos "os ingredientes" para ver crescer a extrema-direita e o discurso racista em Portugal, alerta a Alta Comissária para as Migrações.
A três dias de terminar o mandato à frente do agora Alto Comissariado para as Migrações (antes ACIDI -- Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural), Rosário Farmhouse admitiu, em entrevista à Lusa, que é real o risco de Portugal poder vir a perder o rótulo de país com boas práticas de integração dos imigrantes.
"Temos os ingredientes para isso. Se, junto de uma crise económica, (...) não continuarmos a investir no diálogo intercultural e na gestão da diversidade de uma forma positiva, os ingredientes estão lá para que possa acontecer como noutros países da União Europeia", admite.
Afinal de contas, sublinhou, os partidos da extrema-direita, com "discursos xenófobos, racistas, em relação às comunidades estrangeiras e também às comunidades ciganas, que, não sendo estrangeiras, são as mais excluídas", têm crescido um pouco por toda a Europa.
Portugal "continua a ser exemplo". Porém, alerta, "aquele racismo e discriminação que eram tímidos e subtis (...), com a crise, aparecem mais, as pessoas mais facilmente assumem", trazendo "para a esfera pública pensamentos que tinham mais em privado".
Por isso, é preciso contrariar a tendência de só "atacar" os "problemas" quando eles, efectivamente, surgem, defende a comissária. "Não podemos desinvestir nalgumas áreas", vinca, sustentando que a quase invisibilidade da extrema-direita em Portugal é "fruto" do "investimento que se fez nos últimos 20 anos".
Em Portugal, refere, "o investimento existe", mas "os recursos são menores, o orçamento também é reduzido" e há "alguns focos políticos diferentes".
Não se trata apenas de investimento, a "situação geográfica e económica" de Portugal é também favorável a uma "pressão migratória menor", reconhece. Além disso, a"matriz cultural" de Portugal é a de "um país plural", que "é grande quando se abre e pequeno quando se fecha" e que, "em tempo de crise", não pode "desperdiçar capital humano".
Embora não existam "focos de conflito nem discriminação tão descarada, tão desavergonhada", quem lida com as questões migratórias tem hoje uma "grande dificuldade", admite. "Como é que, em tempos de crise, conseguimos continuar a garantir e a fazer passar a mensagem de que isto não é dinheiro desperdiçado, mas é um investimento que traz paz e coesão social", questiona. "Quando não há focos de conflito, dificilmente se reconhece isso", vinca.
Considerando "muito assustador" que alguns portugueses emigrantes em França tenham votado no partido de extrema-direita Frente Nacional, liderado por Marine Le Pen, a alta comissária divide as "culpas" pela própria comunidade e pelos governos franceses.
"É uma comunidade portuguesa que nunca se integrou devidamente, muitos deles ficaram muito fechados dentro de si próprios e agora sentem uma ameaça em quem vem, acham que lhes vai retirar o seu lugar, porque não sabem bem qual é o seu lugar", observa.
Farmhouse recorda como viu cair por terra a ideia de que quem é discriminado nunca discrimina. "A minha experiência diz-me exactamente o contrário (...). Se eu fui discriminado, vou discriminar ainda mais, se eu tive dificuldade em ser integrado, vou dificultar ainda mais os outros, isso é realmente incrível", desabafa, propondo que se aposte em "mecanismos para que as pessoas percebam que há lugar para todos".

Quando dei uma primeira vista de olhos ao texto li de relance a primeira frase do último parágrafo e até me surpreendi com a hombridade da senhora, em reconhecer que também as minorias podiam ser «racistas». Pensei eu que estaria a referir-se aos imigrantes não europeus que na Europa actuam violentamente contra os autóctones. 
Ledo engano, como sói dizer-se... 
Afinal a ideia era atacar os portugueses que em França votam em quem defende a França. E isto já não surpreende nada, vindo de quem constitui típico representante do pensamento da elite político-socialmente reinante. O descaramento com que defende mais imigração ainda quando os países sofrem com taxas de desemprego históricas é uma imagem de marca desta gente. É o mesmo tipo de gente que, quando se fala realmente em custos da imigração, e quando se constata que estes custos são afinal muito elevados, como sucede por exemplo na Holanda, essa mesma gente vira o bico ao prego e vem dizer que não se pode falar em dinheiro porque os imigrantes «não são números, são seres humanos!» Quanto à paz e coesão social que o «investimento» na imigração em massa vem trazendo à Europa tem-se visto o que é isso, ou aliás, alguns, atentos, têm visto, mas é se lerem a imprensa minoritária que referem a etnia dos autores dos crimes cometidos em solo europeu. 

O mais relevante é todavia o título da notícia - de facto confirma o que eu tenho vindo a dizer há anos, mas há anos: Portugal não é diferente dos outros países europeus e por isso o sucesso que a Extrema-Direita tem tido noutros pontos da Europa pode também ter lugar entre os Portugueses, que, segundo sondagem de há uns anitos, são politicamente de Direita, e economicamente de Esquerda, ou seja, em essencial sintonia com a Extrema-Direita dominante na Europa, da FN ao PNR. A passagem em que a senhora Farmhouse reconhece o «racismo» presente no seio do povo, cito a itálico,
"aquele racismo e discriminação que eram tímidos e subtis (...), com a crise, aparecem mais, as pessoas mais facilmente assumem", trazendo "para a esfera pública pensamentos que tinham mais em privado",
salienta bem o que está em causa: apesar das mega-toneladas de propaganda pró-imigração e anti-racismo que se têm despejado para cima da população, esta continua a ser «racista», porque ao fim ao cabo não há nada mais forte no humano do que o espírito de estirpe, que faz dar preferência à sua própria raça em detrimento de qualquer outra. É esta vitalidade essencial do Nós que a classe político-sócio-económica busca mutilar e eliminar, para que as identidades étnicas possam enfim ser diluídas no mar castanho e fétido da miscigenação e é esta mesma vitalidade essencial do Nós que está na raiz da resistência à imigração e que, na sua forma política, constitui o Nacionalismo.


Adenda
A ministra da Justiça também está preocupada, como aqui se pode ouvir, e apela à união do sistema todo, que ao fim ao cabo é todo da mesma cor fétida do anti-racismo (os seus diferentes partidos são quase todos diferentes dedos que servem para fazer  umas brincadeiras de sombras chinesas sem nunca deixarem de fazer parte da mesma mão), para, como diz a senhora, «matar a serpente no ovo». Ora leia-se, oiça-se e veja-se:

A ministra da Justiça mostrou-se hoje preocupada com o crescimento dos partidos extremistas na Europa. Paula Teixeira da Cruz diz mesmo que é preciso matar a serpente quando ainda está no ovo...

Fonte: http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2014-06-16-ministra-diz-se-preocupada-com-partidos-extremistas-na-europa   (página com vídeo incorporado)

Os dados estão lançados, o combate não pára.