quarta-feira, janeiro 29, 2014

GOVERNO PORTUGUÊS LANÇA ALERTA A PORTUGUESES QUE QUEIRAM IR A MOÇAMBIQUE

Fonte: http://expresso.sapo.pt/governo-preocupado-com-portugueses-em-mocambique=f852033#ixzz2roamhC2m (texto original redigido sob o novo aborto ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa - curiosamente, o comunicado do governo está de acordo com a ortografia portuguesa anterior ao acordo)

O Governo lançou hoje um alerta aos cidadãos que pretendam viajar para a capital de Moçambique para estarem atentos à situação de insegurança que se vive em Maputo, "onde se tem registado uma particular incidência de raptos".
"Recomenda-se ao viajante a maior cautela nas deslocações, não frequentar locais isolados, evitar as rotinas, incluindo não efectuar diariamente os mesmos percursos, não exibir bens com valor monetário significativo e manter sempre a família ou pessoas de confiança informadas sobre as deslocações", lê-se numa nota hoje actualizada no site da secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
Os alegados ataques da Renamo no centro de Moçambique - que se foram intensificando ao longo de 2013 - não foram suficientes para abrandar o ritmo da emigração para Moçambique. Dados do final do ano passado, indicavam o registo no Consulado de Maputo de 1357 novos inscritos em 2011, mais 1716 inscrições em 2012, e 1729 novos residentes até Setembro de 2013.
As recomendações da secretaria de Estado tutelada por José Cesário alertam os 25 mil portugueses residentes em Moçambique para os confrontos nas províncias de Sofala e de Nampula. "Desaconselham-se aos viajantes as deslocações interurbanas naquelas duas províncias" e, caso sejam absolutamente necessárias, "o viajante deverá procurar integrar-se, sempre que possível, nas colunas escoltadas pelas forças de defesa e segurança".
O consulado de Portugal em Maputo enviou hoje um mail aos cidadãos nacionais recenseados naquela representação diplomática, alertando-os para a "incidência anormal de sequestros verificados na cidade de Maputo e Matola".
A mensagem assinada pelo cônsul-geral, Gonçalo Teles Gomes, faz nove recomendações sobre normas de segurança que devem ser observadas:

1. Diversifique as suas rotinas (horários, trajectos, meios de transporte, etc.). Muitos raptos decorrem do estudo das rotinas diárias das vítimas, tornando mais fácil o planeamento do sequestro.
2. Procure viajar acompanhado no veículo ou incluir nas rotinas mais do que um veículo. Tal facto, só por si, tornará mais difícil a decisão dos criminosos.
3. Esteja mais atento a carros (ex. com vários homens dentro) ou pessoas que possam segui-lo. Em muitas situações, as vitimas, os guardas dos imóveis (domicílios/ empresa) referem que já haviam visto uma determinada viatura nos dias ou semanas que precedem o crime.
4. Sempre que se sinta ameaçado, nunca entre em pânico e tente de imediato chegar a pontos mais seguros (polícia, instituições, bancos, centros comerciais, locais de grande movimento.). Mantenha o seu telefone com fácil acesso. Há hoje telemóveis com funções de emergência facilmente activáveis que poderá utilizar para rapidamente contactar pessoas da sua confiança. Tente captar o máximo de elementos possíveis sobre a ameaça - matrículas, marca, cor, modelo do carro, características distintivas de pessoas, etc.
5. A maioria dos sequestros ocorrem a chegar/partir do domicílio ou empresa. Tome cuidados especiais no destino ou origem da viagem, verificando a existência de sinais anormais nesses locais. Em caso de dúvida não pare e peça a alguém da sua confiança para analisar a situação no local. Treine os seus guardas, quando existirem, a detectar sinais estranhos à rotina da sua rua.
6. "Em caso de acidente que lhe pareça provocado ou suspeito, não pare. Conduza até à esquadra de polícia mais próxima, relatando o facto e buscando protecção. Nunca o poderá fazer no caso de o acidente ter provocado feridos ou mortos, situação em que terá que parar para prestar auxílio à vítima".
7. Reveja os procedimentos de acesso na sua empresa no que respeita ao parqueamento de viaturas, entrada de estranhos, e controlo de acessos no interior das instalações.
8. Pondere a eventual contratação de guardas pessoais armados. Enquanto a sua existência pode ter um efeito dissuasor, constituirá em simultâneo um factor de risco que porá a sua integridade física em perigo.
9. Em caso de suspeita ou de um sequestro deverá comunicar às autoridades competentes a situação, com conhecimento ao Consulado de Portugal que o tentarão ajudar de uma forma profissional.